Noite Eterna

Noite Eterna

Alguém me enxerga?

Lyra

Eu me sinto como se estivesse presa em um ciclo sem fim.

Minha vida aqui no campo é difícil, desde que meus pais faleceram, eu fiquei sozinha para cuidar dessa casa e sobrevivo servindo em uma residência na vila.

Todo dia é a mesma coisa: Acordar antes do sol nascer, ir até a casa do Sr.Wilson e trabalhar até o sol se pôr, e depois voltar para essa casa vazia e silenciosa.

A noite é a pior parte do dia. É quando a melancolia me envolve como uma nuvem escura e não me deixa respirar.

Eu me sinto como se estivesse vivendo em pesadelo. Tudo é tão vazio e sem sentido. Meus amigos são meus patrões, e não tenho família. Estou completamente sozinha.

E para piorar, as pessoas da vila mal me conhecem, estão sempre cochichando de que sou uma bruxa, mas a última lei que foi proposta proibia acusações sem uma prova de fato. Meus cabelos ruivos é visto com maus olhos.

Eu me sinto como se estivesse morrendo por dentro. A solidão é uma força que está me consumindo. Eu não sei mais quem sou. Tudo é tão confuso...

Às vezes, eu me pergunto se alguém algum dia vai me entender ou se eu estou condenada a viver essa vida solitária pra sempre.

A Sra.Sofia entra na cozinha me deixando ansiosa.

Sra.Sofia: Lyra, o que é isso que eu estou cheirando? Você não lavou a louça direito novamente, não é?

Lyra: (*Curvando a cabeça*) Desculpe, senhora. Eu fiz o melhor que pude, mas a água estava muito fria e...

Sra.Sofia: (interrompendo) Não me importa! O que me importa é que a louça esteja limpa e brilhante. Você não é capaz de fazer nem isso direito?

Lyra: (baixando a voz) Sim, senhora. Eu sinto muito. Eu vou tentar fazer melhor da próxima vez.

Sra.Sofia: (resmungando) Melhor? Você precisa fazer muito mais do que isso. Você precisa fazer perfeito. O Sr.Wilson tem muita paciência com você.

Lyra: (assustada) Sim, senhora. Eu entendi.

Sra.Sofia: E não se esqueça de limpar o chão da sala de estar. Ele está cheio de poeira.

Lyra: (curvando a cabeça) Sim, senhora. Eu vou fazer agora mesmo.

Sr. Sofia: (saindo da cozinha) E não se atrase! Eu não quero ter que esperar por você. Hoje o teremos alguém especial para o jantar.

Suspiro e começo a limpar o chão da sala de estar, enquanto Sra.Sofia sai da casa para fazer as suas tarefas diárias.

[...]

Abro a porta e me deparou com um homem alto e elegante, com cabelos pretos e olhos azuis profundos. Ele sorriu para mim, mas seu sorriso era... Triste.

Dante: Boa tarde. Meu nome é Dante Onyx. Wilson ainda está no escritório?

Me surpreendo ao ouvir o nome do Sr.Wilson, mas me recupero rapidamente.

Lyra: Ah, sim! A Sra.Sofia mencionou que você viria. Por favor, entre.

Ele estava vestido com um terno preto que realçava seu porte.

Enquanto ele se aproximava de mim, senti um arrepio de admiração. Ele era o homem mais bonito que já havia visto. Havia algo de misterioso e sagaz nele, algo que me fazia sentir como se estivesse prestes a cometer um erro.

Dante: E você, esta bem?

Lyra sorriu e respondeu:

Lyra: Estou bem, senhor. Não tenho do que reclamar. Irei me retirar agora.

Dante sorriu e se aproximou mais de Lyra.

Dante: Uma garota bonita como você não deveria mentir. Isso é ruim.

Lyra sentiu-se um pouco desconfortável com o olhar de Dante, mas não pôde deixar de sentir uma atração por ele.

Lyra: Me desculpe, eu...

Dante sorriu e se aproximou mais de Lyra.

Dante: Quem é você de verdade?

Lyra: Eu...

Dante: Você está cansada. Darei esse crédito, mas gostaria de saber algo verdadeiro sobre você.

Senti um arrepio ao ouvir as palavras de Dante. Não sabia quem ele realmente era, mas senti uma atração forte por ele.

E Dante, por sua vez, sentia uma atração igualmente forte por Lyra. Como um tesouro encontrado no abismo. Ele a olhou com intensidade, sentindo algo que há tempos não sentia. A obsessão por algo valioso.

Sr. Sofia: (repreendendo) Lyra, o que você está fazendo? Você sabe que não deve se afastar dos seus deveres.

Lyra: (Assustada) Desculpe, senhora. Eu...

Sr. Sofia: É falta de respeito, Lyra. Desculpe, querido. Alguns empregados tem dificuldade de saber seu lugar.

Dante: Não seja tola, Tia. Eu estava apenas conversando sobre o tempo. Não há nada de errado nisso.

Sra.Sofia: (olhando para Dante com desconfiança) Sim, bem... Eu espero que você esteja bem com isso. Vamos para a mesa?

Dante: Onde está meu Tio? (Sorri de forma ambígua.)

Sra.Sofia: (sentando-se em uma cadeira) Bem, então... O que veio fazer aqui? Digo, tem negócios a tratar?

Dante: (olhando em volta de forma distraída) Acredito que isso não lhe diz respeito.

Sra.Sofia: (sorrindo sem graça)

Dante: (olhando para Lyra de forma rápida e depois voltando a olhar para Sra.Sofia) E você? O que ainda faz aqui? Depois de Vallence, achei que iria embora para sua família em Oxford.

Sra.Sofia: (surpresa) Ah, sim... Bem, Wilson disse que em breve irá se aposentar e que aqui é um ótimo lugar para descansar. Longe da cidade e afastado dos problemas corriqueiros.

Dante: Acredito que exista lugares melhores que essa vila querida Tia.

Sra.Sofia: É um lugar tranquilo, longe da promiscuidade em que perambula.

Dante: Deixamos as cortesias de lado, finalmente. Sabe a senhora nunca muda.

Sra.Sofia: Nada nunca está bem quando você está presente.

Dante: Qualquer dia desses esquecerei que você pertence ao meu Tio.

A Sra.Sofia fica incrédula e parece nervosa.

Dante: Calma Tia. Não é de mim que deveria ter medo, não te assombra os fatos curiosos que ocorrem aqui?

Lyra: Fatos curiosos?...(Sussurrou.)

Dante: Sim, Lyra.

Lyra: Me desculpe senhor. Só vim avisar que o Sr.Wilson vós aguarda no salão principal. O jantar está posto.

Sra. Sofia: Por aqui, Dante.

Ele sai da sala olhando para o rosto de Lyra que segue curvado para baixo, ela não iria se atrever a olhar nos olhos dos seus superiores.

Sra.Sofia: (olhando para Lyra com desconfiança) Lyra, está dispensada dos seus serviços hoje. E só perdoei o que você acabou de fazer, por que meu marido está aqui.

Sra.Sofia: Eu não quero que você converse com o Sr. Dante novamente sem permissão. Entendeu?

Lyra: (assustada) Sim, senhora. Eu entendi.

Lyra sai da sala, sentindo-se desconfortável e confusa com as falas de Dante e a bronca da Sra. Sofia.

Saio pelos fundos para que ninguém me veja.

A noite está caindo novamente, e eu posso sentir a melancolia me envolvendo. Eu não sei como vou passar mais uma noite sozinha.

Eu só sei que preciso continuar, preciso seguir em frente, mesmo que seja apenas por mais um dia.

Lyra andava sozinha pelo caminho longo e sinuoso que levava à sua casa, localizada nos arredores da vila.

O sol começava a se pôr, lançando uma luz dourada sobre a paisagem, mas Lyra não se sentia confortável. Ela sabia que estava sendo observada, que os olhos dos outros estavam fixos nela, julgando-a e criticando-a.

Os cochichos e risadas abafadas dos outros ainda ecoavam em sua mente, referindo-se ao seu cabelo ruivo, que era considerado uma marca de má sorte e pecado. Lyra sentia um peso em seu coração, como se estivesse carregando o mundo inteiro em seus ombros.

Ela sabia que era diferente, que não se encaixava nas normas da vila, e isso a fazia se sentir isolada e vulnerável.

Lyra: Melancolia.. (sussurrou, como se estivesse chamando uma velha amiga.) Lyra: "Você sempre estará comigo?"

A melancolia parecia se materializar ao seu lado, como uma sombra sinistra que a acompanhava por todos os lugares. Lyra sentia seu abraço frio e confortante, como se estivesse sendo envolvida por uma nuvem densa.

Melancólica: Sim, Lyra. Eu sempre te acompanharei. (Sussurrou em seu ouvido.)

Lyra sentia um alívio momentâneo ao ter a sensação de companhia, mas isso também a lembrava do perigo que a espreitava.

Lyra sabia que seu corpo era desejado por alguns homens que não hesitariam em usar a força para obter o que queriam.

Ela sentia um arrepio de medo ao pensar nisso, e apressou o passo, ansiosa para chegar em casa e se sentir segura.

O caminho até sua casa era estranho e sinuoso, passando por áreas densas de campos vazios.

A escuridão se aproximava, e Lyra sabia que era um caminho perigoso, especialmente à noite, quando os animais selvagens estavam à solta, mas ela não tinha escolha, pois era o único caminho que levava à sua casa.

À medida que Lyra caminhava, o silêncio se tornava mais profundo e opressivo. Ela sentia que estava sendo observada por algo e que o ar estava carregado de uma energia sombria...

Finalmente, após o que parecia uma eternidade, Lyra viu a luz da sua casa ao longe. Ela sentiu um alívio imenso e, andou mais rapido, ansiosa para chegar em casa e se sentir segura.

Mesmo assim, ela sabia que o perigo ainda estava lá, escondido nas sombras, esperando o momento certo.

E que apesar da nuvem densa ao seu lado. Ela sempre estará por conta própria.

****************

Continua...

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