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Noite Eterna

Alguém me enxerga?

Lyra

Eu me sinto como se estivesse presa em um ciclo sem fim.

Minha vida aqui no campo é difícil, desde que meus pais faleceram, eu fiquei sozinha para cuidar dessa casa e sobrevivo servindo em uma residência na vila.

Todo dia é a mesma coisa: Acordar antes do sol nascer, ir até a casa do Sr.Wilson e trabalhar até o sol se pôr, e depois voltar para essa casa vazia e silenciosa.

A noite é a pior parte do dia. É quando a melancolia me envolve como uma nuvem escura e não me deixa respirar.

Eu me sinto como se estivesse vivendo em pesadelo. Tudo é tão vazio e sem sentido. Meus amigos são meus patrões, e não tenho família. Estou completamente sozinha.

E para piorar, as pessoas da vila mal me conhecem, estão sempre cochichando de que sou uma bruxa, mas a última lei que foi proposta proibia acusações sem uma prova de fato. Meus cabelos ruivos é visto com maus olhos.

Eu me sinto como se estivesse morrendo por dentro. A solidão é uma força que está me consumindo. Eu não sei mais quem sou. Tudo é tão confuso...

Às vezes, eu me pergunto se alguém algum dia vai me entender ou se eu estou condenada a viver essa vida solitária pra sempre.

A Sra.Sofia entra na cozinha me deixando ansiosa.

Sra.Sofia: Lyra, o que é isso que eu estou cheirando? Você não lavou a louça direito novamente, não é?

Lyra: (*Curvando a cabeça*) Desculpe, senhora. Eu fiz o melhor que pude, mas a água estava muito fria e...

Sra.Sofia: (interrompendo) Não me importa! O que me importa é que a louça esteja limpa e brilhante. Você não é capaz de fazer nem isso direito?

Lyra: (baixando a voz) Sim, senhora. Eu sinto muito. Eu vou tentar fazer melhor da próxima vez.

Sra.Sofia: (resmungando) Melhor? Você precisa fazer muito mais do que isso. Você precisa fazer perfeito. O Sr.Wilson tem muita paciência com você.

Lyra: (assustada) Sim, senhora. Eu entendi.

Sra.Sofia: E não se esqueça de limpar o chão da sala de estar. Ele está cheio de poeira.

Lyra: (curvando a cabeça) Sim, senhora. Eu vou fazer agora mesmo.

Sr. Sofia: (saindo da cozinha) E não se atrase! Eu não quero ter que esperar por você. Hoje o teremos alguém especial para o jantar.

Suspiro e começo a limpar o chão da sala de estar, enquanto Sra.Sofia sai da casa para fazer as suas tarefas diárias.

[...]

Abro a porta e me deparou com um homem alto e elegante, com cabelos pretos e olhos azuis profundos. Ele sorriu para mim, mas seu sorriso era... Triste.

Dante: Boa tarde. Meu nome é Dante Onyx. Wilson ainda está no escritório?

Me surpreendo ao ouvir o nome do Sr.Wilson, mas me recupero rapidamente.

Lyra: Ah, sim! A Sra.Sofia mencionou que você viria. Por favor, entre.

Ele estava vestido com um terno preto que realçava seu porte.

Enquanto ele se aproximava de mim, senti um arrepio de admiração. Ele era o homem mais bonito que já havia visto. Havia algo de misterioso e sagaz nele, algo que me fazia sentir como se estivesse prestes a cometer um erro.

Dante: E você, esta bem?

Lyra sorriu e respondeu:

Lyra: Estou bem, senhor. Não tenho do que reclamar. Irei me retirar agora.

Dante sorriu e se aproximou mais de Lyra.

Dante: Uma garota bonita como você não deveria mentir. Isso é ruim.

Lyra sentiu-se um pouco desconfortável com o olhar de Dante, mas não pôde deixar de sentir uma atração por ele.

Lyra: Me desculpe, eu...

Dante sorriu e se aproximou mais de Lyra.

Dante: Quem é você de verdade?

Lyra: Eu...

Dante: Você está cansada. Darei esse crédito, mas gostaria de saber algo verdadeiro sobre você.

Senti um arrepio ao ouvir as palavras de Dante. Não sabia quem ele realmente era, mas senti uma atração forte por ele.

E Dante, por sua vez, sentia uma atração igualmente forte por Lyra. Como um tesouro encontrado no abismo. Ele a olhou com intensidade, sentindo algo que há tempos não sentia. A obsessão por algo valioso.

Sr. Sofia: (repreendendo) Lyra, o que você está fazendo? Você sabe que não deve se afastar dos seus deveres.

Lyra: (Assustada) Desculpe, senhora. Eu...

Sr. Sofia: É falta de respeito, Lyra. Desculpe, querido. Alguns empregados tem dificuldade de saber seu lugar.

Dante: Não seja tola, Tia. Eu estava apenas conversando sobre o tempo. Não há nada de errado nisso.

Sra.Sofia: (olhando para Dante com desconfiança) Sim, bem... Eu espero que você esteja bem com isso. Vamos para a mesa?

Dante: Onde está meu Tio? (Sorri de forma ambígua.)

Sra.Sofia: (sentando-se em uma cadeira) Bem, então... O que veio fazer aqui? Digo, tem negócios a tratar?

Dante: (olhando em volta de forma distraída) Acredito que isso não lhe diz respeito.

Sra.Sofia: (sorrindo sem graça)

Dante: (olhando para Lyra de forma rápida e depois voltando a olhar para Sra.Sofia) E você? O que ainda faz aqui? Depois de Vallence, achei que iria embora para sua família em Oxford.

Sra.Sofia: (surpresa) Ah, sim... Bem, Wilson disse que em breve irá se aposentar e que aqui é um ótimo lugar para descansar. Longe da cidade e afastado dos problemas corriqueiros.

Dante: Acredito que exista lugares melhores que essa vila querida Tia.

Sra.Sofia: É um lugar tranquilo, longe da promiscuidade em que perambula.

Dante: Deixamos as cortesias de lado, finalmente. Sabe a senhora nunca muda.

Sra.Sofia: Nada nunca está bem quando você está presente.

Dante: Qualquer dia desses esquecerei que você pertence ao meu Tio.

A Sra.Sofia fica incrédula e parece nervosa.

Dante: Calma Tia. Não é de mim que deveria ter medo, não te assombra os fatos curiosos que ocorrem aqui?

Lyra: Fatos curiosos?...(Sussurrou.)

Dante: Sim, Lyra.

Lyra: Me desculpe senhor. Só vim avisar que o Sr.Wilson vós aguarda no salão principal. O jantar está posto.

Sra. Sofia: Por aqui, Dante.

Ele sai da sala olhando para o rosto de Lyra que segue curvado para baixo, ela não iria se atrever a olhar nos olhos dos seus superiores.

Sra.Sofia: (olhando para Lyra com desconfiança) Lyra, está dispensada dos seus serviços hoje. E só perdoei o que você acabou de fazer, por que meu marido está aqui.

Sra.Sofia: Eu não quero que você converse com o Sr. Dante novamente sem permissão. Entendeu?

Lyra: (assustada) Sim, senhora. Eu entendi.

Lyra sai da sala, sentindo-se desconfortável e confusa com as falas de Dante e a bronca da Sra. Sofia.

Saio pelos fundos para que ninguém me veja.

A noite está caindo novamente, e eu posso sentir a melancolia me envolvendo. Eu não sei como vou passar mais uma noite sozinha.

Eu só sei que preciso continuar, preciso seguir em frente, mesmo que seja apenas por mais um dia.

Lyra andava sozinha pelo caminho longo e sinuoso que levava à sua casa, localizada nos arredores da vila.

O sol começava a se pôr, lançando uma luz dourada sobre a paisagem, mas Lyra não se sentia confortável. Ela sabia que estava sendo observada, que os olhos dos outros estavam fixos nela, julgando-a e criticando-a.

Os cochichos e risadas abafadas dos outros ainda ecoavam em sua mente, referindo-se ao seu cabelo ruivo, que era considerado uma marca de má sorte e pecado. Lyra sentia um peso em seu coração, como se estivesse carregando o mundo inteiro em seus ombros.

Ela sabia que era diferente, que não se encaixava nas normas da vila, e isso a fazia se sentir isolada e vulnerável.

Lyra: Melancolia.. (sussurrou, como se estivesse chamando uma velha amiga.) Lyra: "Você sempre estará comigo?"

A melancolia parecia se materializar ao seu lado, como uma sombra sinistra que a acompanhava por todos os lugares. Lyra sentia seu abraço frio e confortante, como se estivesse sendo envolvida por uma nuvem densa.

Melancólica: Sim, Lyra. Eu sempre te acompanharei. (Sussurrou em seu ouvido.)

Lyra sentia um alívio momentâneo ao ter a sensação de companhia, mas isso também a lembrava do perigo que a espreitava.

Lyra sabia que seu corpo era desejado por alguns homens que não hesitariam em usar a força para obter o que queriam.

Ela sentia um arrepio de medo ao pensar nisso, e apressou o passo, ansiosa para chegar em casa e se sentir segura.

O caminho até sua casa era estranho e sinuoso, passando por áreas densas de campos vazios.

A escuridão se aproximava, e Lyra sabia que era um caminho perigoso, especialmente à noite, quando os animais selvagens estavam à solta, mas ela não tinha escolha, pois era o único caminho que levava à sua casa.

À medida que Lyra caminhava, o silêncio se tornava mais profundo e opressivo. Ela sentia que estava sendo observada por algo e que o ar estava carregado de uma energia sombria...

Finalmente, após o que parecia uma eternidade, Lyra viu a luz da sua casa ao longe. Ela sentiu um alívio imenso e, andou mais rapido, ansiosa para chegar em casa e se sentir segura.

Mesmo assim, ela sabia que o perigo ainda estava lá, escondido nas sombras, esperando o momento certo.

E que apesar da nuvem densa ao seu lado. Ela sempre estará por conta própria.

****************

Continua...

A luz do Sol

...   𝕯𝖆𝖓𝖙𝖊 ...

...꒷꒦︶꒷꒦︶ ๋ ࣭ ⭑꒷꒦...

No escritório

Dante: - Eu preciso falar com você sobre algo.

Wilson: - O que é, Dante? Você parece preocupado, isso é novo.

Dante: (Sentando-se) - É sobre os assassinatos em massa de vampiros nessa vila.

Dante: - Eu estou sendo caçado, Wilson. E eu não sei por quem.

Wilson: (Franzindo a testa) - Isso é sério? Nós não podemos permitir que os caçadores descubram sobre a academia.

Dante: (Concordando) - Exatamente. E eu estou preocupado com o que isso pode fazer com o nosso negócio. Nós temos jovens em ascensão que dependem de nós.

Wilson: (assentindo) - Eu sei. Nós precisamos tomar cuidado. Você acha que isso pode ter algo a ver com a sua... condição?

Dante: (Arqueia a sobrancelha.) - O que você quer dizer?

Wilson: (Hesitando) - Bem, você é um vampiro, Dante. E há muitas pessoas que não gostam disso. Principalmente depois do que aconteceu em Vallence.

Dante: (Sorrindo amargamente.) - Sim, eu sei, mas eu não sou o único vampiro nessa vila. Porque eles estão me caçando especificamente?

Wilson: (Pensando) - Isso é uma boa pergunta. Talvez seja porque você é um dos mais poderosos vampiros da região.

Dante: (Franzindo a testa) - Gosto quando me bajula, Tio. E apesar da veracidade, receio que eles estejam procurando algo em específico.

Wilson: - Sim, mas você tem algo que os outros não têm. Seu sangue é o último.

Dante: - Ah, claro... Sempre essa droga de sangue.

Wilson: - O importante é que você seja cuidadoso. Você é importante para mim e para a academia.

Dante: - Aquele que me caça é que deve ter cuidado. Diferente do que todos pensam, eu não empurrei Margareth em meio as estacas. Mas bem que eu queria ter empurrado.

Dante: - Qual é mesmo o nome dessa sua empregada? Liria?

Wilson: - Lyra?

Dante: - Lyra... Uma garota adorável, muito bonita confesso. Porém, estou curioso sobre seus aspectos nos quais ainda não descobri. Ela séria uma ótima aprendiz...

Wilson: - Ela não será mais um objeto de teste para você. Prometi cuidar de Lyra e não vou entregá-la. Além disso, eu acho que ela tem muito mais a oferecer do que você imagina.

Dante: (Um sorriso malicioso se forma.) Muito cuidado, Tio. Mas eu acho que você está certo. Ela é inteligente e tem uma natureza curiosa.

Wilson: Estou avisando, Dante. Fique longe de Lyra.

Dante: (Acerta o punho sobre a mesa fazendo com que Wilson se assuste.) - Não me subestime.

Dante: - Pode ser sua mulher ou ela. Eu ficarei esse fim de semana e levarei uma das duas. Escolha bem, Tio. Sabe o que faço com elas.

Ele passa a língua sobre os dentes pontudos, observando com um sorriso o medo no rosto de Wilson. Que agora se encontra numa enrascada!

...✞︎...✞︎...

Na manhã seguinte, Lyra caminhava pelo campo, aproveitando o silêncio da manhã cedo. O sol estava começando a nascer, lançando um brilho dourado sobre a paisagem realçando seus cabelos que se moviam junto com o vento. Ela respirou fundo, sentindo o aroma fresco do ar e o som dos pássaros cantando.

Mas, de repente, sua tranquilidade foi interrompida. Dois homens surgiram do nada e começaram a cercá-la. Eles tinham olhares sinistros e sorrisos maliciosos.

- Ei, garota. (disse um deles, aproximando-se de Lyra.) - Você é muito bonita. Nós gostaríamos de conhecê-la melhor.

Lyra tentou se afastar, mas os homens a cercaram, impedindo-a de fugir. Eles começaram a tocar seu corpo, fazendo comentários obscenos e rindo.

Lyra tentou se defender, mas os homens eram fortes demais. Eles a seguraram com força, deixando marcas de arranhões nos pulsos e uma marca roxa no pescoço.

Finalmente, os homens a soltaram e fugiram, rindo e gritando.

Lyra ficou ali, tremendo e chorando, sentindo-se vulnerável e assustada.

Ela conseguiu se recompor e seguiu caminho para a casa do Sr.Wilson. Ela estava triste e desorientada, e não sabia como lidar com o que havia acontecido.

Quando chegou à casa de Wilson, Lyra foi direto para a cozinha, onde começou a preparar o café da manhã. Mas sua mente estava longe da tarefa, e ela não conseguia parar de pensar no que havia acontecido.

Dante, entrou na cozinha e notou que Lyra estava distraída.

Dante: Lyra, o que houve? Você parece preocupada.

Lyra: (Tento esconder minhas emoções.) Nada, Sr.Dante. Estou apenas um pouco cansada.

Dante: Lyra, eu posso ver que algo está errado. Você não é uma boa mentirosa.

Ele se aproxima dela e nota as marcas de arranhões nos pulsos e a marca roxa no pescoço. - O que é isso?

Lyra: (tentando se afastar) Nada, Sr.Dante. É apenas um acidente.

Dante: (Seu rosto se transforma em uma máscara de raiva.) Não é um acidente, Lyra. Alguém fez isso com você.

Dante: Ele a segura pelos ombros e a olha nos olhos. - Quem foi?

Lyra: (com medo de falar) Eu... eu não quero falar sobre isso.

Dante: (Seu tom de voz se torna mais suave.) Lyra, eu preciso saber o que aconteceu. Eu preciso saber quem fez isso com você.

Ele a olha nos olhos e vê a tristeza e o medo nela.

- Eu vou fazer com que eles paguem pelo que fizeram.

Lyra: Com lágrimas nos olhos, falo. - Dois homens... eles me abordaram no campo. Eles... eles insistiram em tocar meu corpo e...

Seu rosto muda completamente, mesmo tentando não transparecer, o ódio toma conta da sua face. Ele sabe exatamente quem foi, o odor deles ainda estão sobre a pele de Lyra, mas Dante não pode dizer isso. Ele não pode revelar a ela esse fato.

Dante: Eu vou encontrar esses homens, eles vão desejar nunca terem nascido.

Ele a abraça e a segura com força. - Eu prometo que eu vou protegê-la, Lyra. Eu nunca vou deixar que alguém a machuque novamente.

Lyra: Por que você se importa tanto comigo, Dante? Eu sou apenas uma empregada, você mal me conhece.

Dante: Você não é apenas isso, Lyra. Você é uma pessoa valiosa e merece ser tratada com respeito. E eu vou fazer tudo o que for necessário para protegê-la. (Acaricio suas bochechas, limpando as lágrimas no caminho.)

Sr.Wilson: O que está acontecendo aqui?

Dante: Lyra se machucou enquanto vinha pra cá.

Wilson: Oh, Lyra! Eu sinto muito. Você gostaria de descansar?

Dante: Ela vai para o meu quarto.

Wilson: De forma alguma.

Dante: Posso considerar isso como uma resposta a nossa conversa de ontem?

Wilson: Tudo bem... leve ela. Mas agora ela é sua responsabilidade, Dante. Não irei ajudá-lo em nada.

Lyra: Sr.Wilson eu não quero dar trabalho.

Wilson: Está dispensada dos seus afazeres hoje.

Wilson: E que Deus proteja seu destino...(Sussurrou.)

...✞︎...✞︎...

Dante sentou-se na poltrona, observando Lyra dormir em sua cama. Ele havia passado horas sentado ali, bebendo vinho e contemplando a jovem que dormia tranquilamente.

A forma como os raios de luz do sol entravam pela janela e iluminavam o rosto de Lyra, destacando as curvas suaves de suas feições. Seus olhos, normalmente brilhantes e cheios de vida, estavam fechados, e suas pálpebras tremiam levemente com cada respiração.

Dante observou a forma como os cabelos de Lyra caíam sobre o travesseiro, formando uma cascata de seda vermelha que contrastava com a pele pálida de seu rosto. A forma como os lábios de Lyra estavam ligeiramente abertos, revelando uma linha de dentes brancos e perfeitos.

Ele se sentiu atraído pela vulnerabilidade de Lyra, pela forma como ela se entregava ao sono sem qualquer reserva ou defesa. Seu pescoço clamava por ele. As veias azuis, cada vez mais visíveis, faziam Dante se conter mentalmente.

Dante sentiu uma onda de possessividade surgir dentro dele. Ele queria proteger Lyra de qualquer coisa que pudesse machucá-la, queria mantê-la segura e protegida em seus braços. E mais, queria fazer dela sua amante, a mulher na qual passaria com ele uma eternidade juntos.

Ele bebeu um gole de vinho, sentindo o líquido quente descer pela sua garganta e se sentiu mais relaxado, mais calmo, enquanto continuava a observar Lyra dormir.

Se perguntou o que Lyra sonharia enquanto dormia. Teria ela sonhado com coisas felizes, coisas que a fizessem sorrir? Ou ela está sonhando com coisas sombrias, coisas que a fizessem chorar?

Levantou-se e ficou ao lado da cama.

- Seja qual for sua tristeza minha querida. Passe-a para mim, eu suportarei todas as suas dores. (Falou enquanto acariciava seus cabelos.)

Dante não tinha a resposta, mas ele sabia que ele estaria ali para ela quando ela acordasse.

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Meu coração

⛧༺♱༻⋆𓂃 ࣪ ִֶָ🦇་༘࿐  Lyra

Lyra acordou lentamente, sentindo-se um pouco desorientada. Ela olhou em volta, tentando lembrar onde estava. E então, ela viu Dante parado em sua frente, observando-a com um olhar intenso.

Sentiu um arrepio, ela não sabia quanto tempo Dante havia estado ali, observando-a.

Lyra: Dante? (Disse tentando manter a voz firme.) ‐ O que você está fazendo aqui?"

Dante não respondeu. Em vez disso, ele se aproximou de Lyra, com seu olhar ainda fixo nela.

Lyra: Você não dormiu? (Perguntou sentindo-se um pouco confusa.)

(Dante sorriu, um sorriso lento e sinistro.)

Dante: Não preciso dormir (Disse com sua voz baixa.)

Lyra sentiu um medo crescente.

Lyra: O que você quer dizer com isso?.

Dante aproximou mais seu rosto do dela.

Dante: Eu sou apenas um homem que não precisa de muito sono, mas eu preciso de outras coisas. Coisas que me façam sentir menos solitário.

Lyra sentiu um calor percorrer seu corpo. Ela estava confusa, assustada e, ao mesmo tempo, atraída por Dante.

Lyra: Dante, eu não sei o que fazer..(Sussurrou.)

Dante: Não precisa fazer nada, Lyra. Basta estar aqui, comigo.

Lyra sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Não sabia se devia confiar em Dante, mas ela sabia que ela se sentia atraída por ele, por sua intensidade e sua paixão.

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Eu estou sentado na varanda cercado pela escuridão da noite, e não posso evitar sentir uma onda de solidão. Já tem algumas horas desde que Lyra estava aqui.

Vê-la tão serena me fez desejar ser mortal, poder vivenciar o início e o fim. Eu vivo há séculos, e durante todo esse tempo, eu estive sozinho. Nunca tive alguém para compartilhar meus pensamentos, meus sentimentos, minha vida.

A eternidade é algo pesado para carregar, especialmente quando se está sozinho. Eu vi civilizações surgirem e desaparecerem, vi pessoas nascerem e morrerem, e eu estive aqui, sempre aqui, observando e esperando.

Mas agora, eu encontrei Lyra. Ela é uma luz na escuridão. Ela é forte, corajosa, e ao mesmo tempo, vulnerável e delicada. Me sinto atraído por ela de uma forma que eu nunca senti antes.

Procurei por séculos alguém que fosse capaz se suportar a dor e fracassei.

Quero transformá-la. Quero compartilhar com ela todos os meus segredos, todos os meus desejos, todas as minhas paixões. Eu quero que ela seja minha, completamente minha.

Imagino nós dois juntos, caminhando pelas ruas de uma cidade antiga, ou sentados em um jardim, ou dançando sob a luz da lua. Eu imagino nós dois juntos, compartilhando nossos sonhos, nossos medos, nossas alegrias.

Eu sei que isso não será fácil. Eu sei que eu tenho que ser cuidadoso, que não posso assustá-la. Que eu tenho que conquistá-la, seduzi-la, e fazê-la minha de forma suave e gradual.

Mas eu estou disposto a esperar, a ser paciente, a fazer qualquer coisa para ter Lyra ao meu lado. Disposto a enfrentar qualquer desafio, qualquer obstáculo.

Olho para a escuridão da noite, e eu vejo uma luz no horizonte. Vejo Lyra, e eu sei que ela é a minha salvação dessa solitude. Ela é a única que pode me fazer sentir vivo novamente, a única que pode me fazer esquecer da minha tristeza, da minha dor.

...✞︎...✞︎...

Lyra estava deitada na cama dormindo profundamente, estava dispensada e voltou a descansar em seu quartinho improvisado quando ouviu a voz da Sra. Sofia, sua patroa, gritando em sua direção.

Sra.Sofia: Lyra! Lyra! O que você está fazendo? Você deveria estar trabalhando, não dormindo! (Gritou sacudindo para acordá-la.)

Lyra se sentou rapidamente, confusa e assustada..

Lyra: Desculpe, Sra.Sofia. O Sr.Wilson disse que eu estava dispensada hoje.

A Sra. Sofia olhou para Lyra com raiva e desdém.

Sra.Sofia: Você não precisa, está ótima. Você precisa trabalhar! (Gritou ela, agarrando a pelo braço e puxando-a para fora da cama.)

Lyra tentou se libertar, mas a Sra.Sofia era forte. Ela a arrastou para fora do quarto indo para a cozinha, onde as outras empregadas estavam trabalhando.

Sra.Sofia: Vocês todas vejam isso! Lyra está preguiçosa e não quer trabalhar! Ela precisa ser castigada! E que isso sirva de exemplo. (Gritou a Sra. Sofia, agarrando a pelo cabelo e puxando-a para baixo.)

Lyra sentiu uma dor aguda no couro cabeludo e começou a lacrimejar. As outras olharam para ela com medo e compaixão, mas não fizeram nada para ajudá-la.

A Sra. Sofia continuou a gritar e a agredir Lyra com seu leque, até que ela finalmente se rendeu e concordou em voltar ao trabalho. Ela a soltou e Lyra caiu no chão.

Sra.Sofia: Vamos, Lyra! Volte ao trabalho! E não se atreva a parar novamente! (Gritou a Sra. Sofia, antes de sair da cozinha.)

Marie: Lyra, querida, vamos ajudá-la a se levantar. (Disse enquanto a ajudava.)

Ana: Pobre Lyra, a Sra. Sofia é uma mulher cruel. Ela não tem coração.

Marie: Sim, é verdade. Ela não se importa com ninguém, apenas com ela mesma e com o seu dinheiro.

Lyra limpou as lágrimas do rosto e olhou para as outras com gratidão.

Lyra: Obrigada, meninas. Eu não sei o que faria sem vocês.

Ana: Não precisa agradecer, Lyra. Nós somos todas amigas aqui. E nós nos ajudamos mutuamente.

Marie: Sim, e nós não vamos deixar que a Sra. Sofia nos faça sentir mal. Nós somos fortes e podemos lidar com ela.

Lyra sorriu fracamente, sentindo-se um pouco melhor com a solidariedade das outras. Ela tinha amigas e nem sabia.

Lyra: Vamos continuar trabalhando, então.

As outras concordaram e todas elas voltaram ao trabalho, unidas e determinadas a enfrentar as dificuldades que a Sra. Sofia lhes colocava.

...✞︎...✞︎...

Todos estavam sentados à mesa, esperando o jantar. Lyra aparece segurando uma tigela, mas antes que ela pudesse começar, Dante olhou para ela com um pouco de raiva.

Dante: Lyra, o que você está fazendo aqui?(Perguntou ele com a voz baixa e autoritária.)

– Você deveria estar em casa, descansando.

Lyra olhou para Dante, surpresa.

Lyra: Eu estou bem, Sr.Dante. Eu posso trabalhar.

Dante: Não, Lyra. Você está exausta. Sente-se aqui. (Arrastou a cadeira do lado para que a mesma sentasse.)

A Sra. Sofia, que estava sentada à cabeceira da mesa, se levantou da cadeira e olhou para Dante com raiva.

Sra.Sofia: O que você está fazendo, Dante?(Perguntou com sua voz alta.)

– Ela vai servir o jantar e depois vai embora.

Dante por sua vez, ignora com facilidade Sofia.

Dante: Venha, sente-se. Comeu algo depois daquilo?

Lyra: N-não. Sr.Dante.. eu acho melhor.

Dante: Fique aí. Vou-lhe servir.

Sra.Sofia:  Lyra, volte pra cozinha.

Dante virou-se para a Sra. Sofia, seu rosto tenso com raiva.

Dante: Ela vai comer. A porcaria que você ousa servir aos empregados não alimentaria nem uma dúzia de porcos.

Sra.Sofia: Como você se atreve a me dizer como tratar meus servos? Você não está na sua casa!

Dante: O dono dessa casa a liberou dos seus afazeres, vai passar por cima dele?(Seu sorriso sarcástico deixou ela com mais raiva.)

Sra.Sofia: Wilson jamais faria isso!

Wilson: Acontece meu bem, que eu fiz.

Ela olha surpresa para o marido que acabou de chegar com uma maleta nas mãos.

Wilson: Lyra se machucou vindo para cá. Então dei permissão para que ela descanse. Algum problema? (Disse largando a mala no chão e sentando-se.)

Sra.Sofia: Wilson, você acha certo isso? Ela é só uma empregada, você a trata como se fosse sua filha.

Wilson: Se você tivesse cumprido seu papel como mulher talvez eu tivesse uma filha. (Fechou os punhos que estavam apoiados na mesa.)

Sra.Sofia: Mas...

Dante: Por essa eu também não esperava. (Falou a disfarçar o riso.)

Wilson: Ana.

Ana: Sim, senhor?

Wilson: Coloque um prato para Lyra.

Ana: Agora mesmo, senhor.

Sofia se levanta e caminha em direção as escadas.

Wilson: Sofia, sente-se.

Sra.Sofia: Não estou com fome. E mesmo que eu estivesse, não irei comer na mesma mesa que uma empregada.

O silêncio estabeleceu-se na mesa até o fim da refeição.

...✞︎...✞︎...

Dante se aproximou de Lyra enquanto ela lavava os pratos, seu movimento silencioso e deliberado. Ele parou atrás dela com o corpo próximo o suficiente para que seu alito fosse sentido próximo ao pescoço de Lyra.

Lyra sentiu um arrepio enquanto sentia a presença de Dante ao seu lado. Ela não se virou para olhar para ele, mas parou de lavar os pratos, seu coração batendo um pouco mais rápido.

Dante: Por que não deixou as outras fazerem isso?

Lyra: Elas me ajudaram mais cedo.. Era o mínimo que eu podia fazer.

Dante aproximou-se um pouco mais, o seu alito agora mais próximo do ouvido de Lyra.

Dante: Está nervosa, Lyra?

Lyra sentiu um calor percorrer seu corpo enquanto ouvia as palavras de Dante. Seu coração parecia que iria sair pela boca.

Ele conseguia ouvir seus batimentos acelerados.

...⛧°. ⋆𓌹*♰*𓌺⋆. °⛧...

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