Cap. 3

O Jogo Começou

O relógio na parede marcava 23h47.

Mattheo estava em seu escritório, os olhos fixos nas luzes da cidade que se estendiam além da parede de vidro. O mundo lá fora continuava girando, alheio às traições e conspirações que ocorriam nas sombras. Mas ele não.

Ele sabia exatamente o que estava acontecendo.

Ouviu a porta se abrir sem cerimônia. Não precisou se virar para saber que era Piettro.

PIETTRO: (sem rodeios) — O que foi agora?

Mattheo sorriu de leve. Piettro sempre sabia quando algo estava errado.

Ele se virou para encará-lo, os olhos frios como sempre.

MATTHEO: (calmo, porém letal) — O jogo começou.

Piettro estreitou os olhos, puxando a cadeira à sua frente e se sentando.

PIETTRO: (desconfiado) — Explica.

Mattheo pegou um charuto sobre a mesa, acendendo-o antes de continuar.

MATTHEO: (soprando a fumaça devagar) — Você sabe que eu sempre enrolei a máfia quando o assunto era casamento.

Piettro cruzou os braços.

PIETTRO: (impaciente) — E sei que sempre teve seus motivos.

Mattheo soltou uma risada seca.

MATTHEO: (com sarcasmo) — E agora tenho um novo.

Piettro inclinou a cabeça, atento.

MATTHEO: (direto, sem rodeios) — Eu ouvi meu tio e Matias conversando.

A expressão de Piettro endureceu na hora.

PIETTRO: (cerrando os dentes) — E aí?

Mattheo se levantou da cadeira, indo até o bar no canto da sala para servir um uísque.

MATTHEO: (tranquilo demais, o que sempre significava perigo) — Eles acham que eu sou incapaz de governar porque não tenho uma família para deixar o legado.

Piettro bufou, irritado.

PIETTRO: (com desdém) — Isso é ridículo. Você construiu esse império sozinho.

MATTHEO: (tomando um gole do uísque) — Ridículo ou não, é o que eles estão usando contra mim.

Piettro passou a mão no rosto, frustrado.

PIETTRO: (tentando raciocinar) — E qual é o plano deles?

Mattheo se apoiou na mesa, olhando diretamente para o amigo.

MATTHEO: (gélido, calculista) — Minar minha autoridade dentro da máfia. Fazer com que outros líderes duvidem da minha capacidade de manter a organização forte no futuro.

Piettro ficou em silêncio por um momento.

Ele sabia que, na máfia, tradição era tudo. E um líder sem herdeiros era visto como fraco.

Finalmente, ele exalou pesadamente.

PIETTRO: (sereno, mas atento) — E qual é o seu plano?

Mattheo sorriu de lado.

MATTHEO: (com um brilho perigoso no olhar) — Se eles querem um líder com família… então eu darei um a eles.

Piettro piscou, surpreso.

PIETTRO: (incrédulo) — Você vai…?

MATTHEO: (sem hesitação) — Me casar.

Piettro ficou em silêncio por um instante antes de soltar uma risada baixa e incrédula.

PIETTRO: (rindo, mas ainda chocado) — Você passou anos fugindo disso.

MATTHEO: (sorrindo de lado) — Passei anos sem precisar. Agora, preciso.

Piettro se recostou na cadeira, analisando o amigo.

PIETTRO: (direto) — E quem é a escolhida?

Mattheo não respondeu de imediato.

O silêncio no escritório era pesado.

Piettro olhava para Mattheo com um misto de irritação e incredulidade, os braços cruzados enquanto tentava entender o que diabos seu chefe estava pensando.

PIETTRO: (bufando, impaciente) — Você só pode estar brincando.

Mattheo, sentado à sua mesa, mantinha a expressão impassível.

MATTHEO: (tranquilo, girando o copo de uísque entre os dedos) — Estou muito sério.

Piettro passou a mão pelo rosto, visivelmente frustrado.

PIETTRO: (tentando argumentar) — Heitor está afundado em dívidas, Mattheo. Devia favores para todo mundo, e agora ninguém quer se associar a ele.

MATTHEO: (arqueando uma sobrancelha) — E por isso mesmo ele vai fazer tudo o que eu mandar.

Piettro estreitou os olhos, estudando Mattheo por alguns segundos.

PIETTRO: (desconfiado) — Você realmente confia nele para algo assim?

MATTHEO: (sorrindo de lado, perigoso) — Não. Mas ele não precisa ser confiável. Só precisa estar desesperado o suficiente para me dever ainda mais.

Piettro soltou um riso seco, balançando a cabeça.

PIETTRO: (reprovando a ideia) — Isso é um erro.

MATTHEO: (calmo, mas firme) — É necessário.

O olhar dos dois se manteve firme por alguns segundos, um desafiando o outro em silêncio.

Por fim, Piettro bufou e pegou o celular.

PIETTRO: (resmungando enquanto digitava) — Vou marcar essa maldita reunião, mas quando der errado, não venha dizer que eu não avisei.

Mattheo sorriu, satisfeito.

MATTHEO: (descontraído) — Nunca disse que você não era um bom conselheiro. Só não sou muito bom em ouvir.

Piettro revirou os olhos, mas a reunião foi marcada para o quanto antes.

Agora, tudo estava em movimento.

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