Cap. 1

Cenário: Escritório de Mattheo

A sala era ampla, sofisticada e clara, um contraste com a escuridão dos negócios que eu comandava. Atrás de mim, uma parede inteira de vidro revelava a cidade, movimentada e caótica. O mundo lá fora não fazia ideia do que acontecia aqui dentro.

Eu estava sentado à mesa, revisando relatórios financeiros, quando a porta se abriu bruscamente. Sem bater.

PIETTRO: — Temos um problema.

Levantei os olhos devagar, sem demonstrar irritação, mas sentindo a raiva borbulhar de leve.

MATTHEO: (calmo, mas letal) — Acha que pode entrar assim na minha sala sem ser convidado?

PIETTRO: (ignora a provocação, fechando a porta atrás de si) — Você vai querer ouvir isso.

Encostei as costas na cadeira, cruzando os dedos sobre a mesa.

MATTHEO: — Então fale.

PIETTRO: — Dois carregamentos nossos foram interceptados essa semana. Um no porto, outro na estrada.

Meus olhos ficaram frios.

MATTHEO: (sério) — Coincidência?

PIETTRO: (negando com a cabeça) — Não. Isso tem dedo de alguém de dentro.

Respirei fundo, olhando além do vidro para a cidade. Se havia um traidor, ele não duraria muito.

MATTHEO: — Quem você suspeita?

Piettro hesitou por um segundo, e eu percebi.

PIETTRO: (baixo, quase relutante) — Matias.

Meu olhar voltou para ele imediatamente.

MATTHEO: (frio, medindo as palavras) — Você tem provas?

PIETTRO: — Não ainda. Mas ele anda estranho. Evitando perguntas, se encontrando com gente errada. Algo tá fora do lugar.

Meus dedos tamborilaram sobre a mesa. Traição dentro da família era o pior tipo.

Antes que eu pudesse responder, meu celular vibrou.

Olhei a tela.

O investigador.

Peguei o aparelho e abri o e-mail que acabara de chegar. Minhas pupilas dilataram conforme eu lia.

PIETTRO: (tentando ver a tela) — O que foi?

Levantei o olhar, um sorriso frio se formando.

MATTHEO: — Parece que o meu tio e Matias têm jogado contra mim há mais tempo do que imaginei.

O celular tocou.

Atendi sem pressa.

MATTHEO: (impassível) — Você tem cinco segundos.

INVESTIGADOR: (provocador) — Então vou ser rápido. Seu tio e Matias estão contra você. Há anos.

Não reagi externamente, mas por dentro, algo em mim gelou.

MATTHEO: (baixo, perigoso) — Provas.

INVESTIGADOR: — No anexo do e-mail. Divirta-se.

A chamada caiu.

Abri o arquivo anexado.

Fotos. Vídeos. Registros de reuniões secretas. Com nossos inimigos.

Piettro se inclinou para olhar e soltou um palavrão baixo.

PIETTRO: (cerrando os punhos) — Desgraçados…

Fechei o celular e encostei na cadeira, olhando a cidade através do vidro. Meus olhos estavam frios, minha mente calculando os próximos passos.

MATTHEO: (murmurando, sombrio) — Traição… eu pago com sangue.

O silêncio na sala pesava como chumbo. Do lado de fora, a cidade seguia seu ritmo frenético, indiferente ao que se passava aqui dentro. Mas dentro de mim, uma tempestade se formava.

Matias. Meu próprio irmão. E meu tio.

A traição deles não era apenas uma ofensa, era uma sentença de morte.

Piettro me observava, esperando meu próximo movimento.

PIETTRO: (tenso, mas controlado) — O que vamos fazer?

Desviei os olhos do vidro e encarei meu braço direito.

MATTHEO: (frio, calculista) — Primeiro, vamos confirmar tudo. Não quero agir sem ter certeza absoluta.

PIETTRO: (assente, mas sua mandíbula está travada) — O investigador já te deu as provas. O que mais você precisa?

Passei a língua pelos dentes, respirando fundo.

MATTHEO: — Preciso que Matias se entregue sozinho.

PIETTRO: (franze o cenho) — Como?

Puxei meu celular e disquei um número. Ele atendeu no segundo toque.

MATIAS: (do outro lado, com a voz despreocupada) — Irmão. Não esperava sua ligação.

A voz dele me irritou instantaneamente.

MATTHEO: (contido, mas firme) — Quero te ver. Agora.

MATIAS: (pausa curta, mas perceptível) — Agora?

MATTHEO: (seco) — Sim. No meu escritório.

Ele hesitou. Eu ouvi quando prendeu a respiração do outro lado da linha. Ele sabia que alguma coisa estava errada.

MATIAS: (tentando parecer casual) — Tudo bem. Estou a caminho.

Desliguei sem responder. Piettro me olhava com um brilho perigoso nos olhos.

PIETTRO: — Você acha que ele vem?

MATTHEO: (sorrindo de lado, mas sem humor) — Ele não tem escolha. Se ele não vier, já é a confirmação que preciso.

Me levantei da cadeira, ajustando os punhos da camisa. A raiva dentro de mim estava fria, cortante.

PIETTRO: (cruzando os braços) — E o seu tio?

MATTHEO: (olhando para ele com firmeza) — Ainda não. Matias primeiro.

Piettro assentiu e se afastou para o canto da sala, posicionando-se estrategicamente.

Minutos depois, a porta se abriu.

Matias entrou com aquele andar confiante de sempre, mas seus olhos escanearam o ambiente rápido demais. Ele estava desconfiado.

Fechei a expressão e me sentei de volta à minha mesa, indicando a cadeira à minha frente.

MATHEO: (calmo, mas com um peso na voz) — Senta.

Ele hesitou por um segundo antes de obedecer.

Piettro ficou encostado na parede, de braços cruzados, como uma sombra esperando para atacar.

O silêncio entre nós se estendeu, mas eu mantive minha expressão impassível. Matias me estudava com cuidado, como se tentasse decifrar o motivo do meu chamado repentino.

MATHEO: (calmo, mas firme) — Você tem estado ocupado ultimamente.

Ele sorriu, mas era um sorriso tenso.

MATIAS: — O trabalho nunca para, né?

Cruzei os braços, mantendo o olhar fixo nele. Cada detalhe da sua linguagem corporal me dizia que ele estava cauteloso. E ele tinha razão para estar.

MATHEO: (arqueando uma sobrancelha) — E sobre os carregamentos? Dois foram interceptados essa semana.

Ele piscou, surpreso, mas rapidamente recuperou a postura.

MATIAS: (franzindo o cenho, fingindo confusão) — Interceptados? Como assim?

Piettro bufou, impaciente, mas eu levantei uma mão, sinalizando para ele esperar.

MATHEO: (olhando diretamente nos olhos dele) — Você não ouviu nada sobre isso?

Ele hesitou um segundo a mais do que deveria antes de responder.

MATIAS: (balançando a cabeça) — Não. Se tivesse ouvido, já teria te avisado.

Ele era um mentiroso convincente. Isso me irritou.

MATHEO: (desviando o olhar por um instante, como se refletisse) — Então preciso que faça algo por mim.

Ele se ajeitou na cadeira, interessado.

MATIAS: (tentando soar casual) — O quê?

Apoiei as mãos na mesa e inclinei levemente o corpo para frente.

MATHEO: (baixo, sério) — Quero que descubra quem está nos sabotando.

Seus olhos piscaram rápido demais, e eu vi a tensão passar pelo seu rosto. Ele não esperava por isso.

MATHEO: (continuando, impassível) — Se alguém está jogando contra a gente, preciso de informações.

Matias umedeceu os lábios, claramente desconfortável.

MATIAS: (tentando parecer seguro) — Claro… eu posso investigar.

Sorri de leve. Ele estava encurralado e nem percebia.

MATHEO: (calmo, mas afiado) — Ótimo. Quero um relatório detalhado. Nomes, horários, qualquer coisa suspeita.

Ele assentiu lentamente, e eu vi o alívio disfarçado em seu rosto.

Ele achava que tinha tempo.

Mas eu só queria ver até onde ele ia antes de cometer o erro fatal.

MATTHIAS: era somente isso?

MATTHEO: sim pode se retirar

O vejo ele se levantar e sair, levanto olhando para o horizonte com a mão no bolso me sentindo traído pelo meu próprio irmão.

PIETTRO: o que irá fazer agora?

MATTHEO: (respiro fundo ainda olhando lá fora onde os carros vem e vão) ainda não sei, mas já estou a bolar um plano

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Comments

Ione barbosa

Ione barbosa

ele vai encontrar com alguém ele pode rastrear o celular dele

2025-03-05

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