A floresta parecia diferente à noite, mais viva, mais secreta. Laurent seguiu Elias por entre as árvores, os pés pisando em folhas secas. O lobo se movia com graça, mesmo ainda debilitado pelo ferimento, e logo pararam diante de uma clareira oculta, cercada por troncos retorcidos e iluminada apenas pelo luar.
Elias
Aqui, ninguém nos encontrará.
Laurent olhou ao redor. O refúgio era pequeno, mas aconchegante. Havia peles empilhadas em um canto e um pequeno riacho corria próximo dali. Ele sentiu um arrepio quando o vento frio soprou, mas logo o calor do corpo de Elias ao seu lado o aqueceu.
Laurent
Não sei se devia estar aqui…
Elias se aproximou, os olhos dourados refletindo a luz da lua.
Elias
Mas está.
Laurent engoliu em seco quando sentiu o toque da mão quente de Elias em seu pulso.
Laurent
Isso é errado…
Suas palavras saíram como um sussurro, mas ele não se afastou.
Elias
O errado é nos separarem.
O lobo se inclinou lentamente, seus lábios pairando sobre os de Laurent, como se esperasse permissão. O caçador fechou os olhos.
Quando seus lábios finalmente se tocaram, foi como se a floresta inteira prendesse a respiração. O beijo era suave, mas intenso, carregado de algo que nenhum dos dois ousava nomear.
O destino deles foi selado ali, sob o olhar silencioso da lua.
Comments