A Tentação Começa a Ceder

A semana parecia se arrastar para Prem. Ele se esforçava para manter a mente ocupada, mas sempre havia algo em Boston que o fazia perder o foco. Era como se ele não conseguisse se livrar da presença do amigo, que parecia sempre estar por perto, seja nos corredores da faculdade ou até mesmo nas aulas, com um sorriso provocador e aquele olhar... aquele olhar que parecia enxergar através de tudo.

Ele tentou se concentrar nas matérias, mas as palavras de Boston, aquelas sussurradas no final do jantar, ainda estavam ecoando em sua cabeça. Ele não conseguia esquecer.

E, pior, ele não sabia mais se queria esquecer.

Na cafeteria

Prem estava sentado em uma mesa isolada, mexendo com a colher em sua xícara de café, os pensamentos longe. Ele sentia como se estivesse sendo observado. Era uma sensação estranha, uma que o fazia ficar inquieto. E então ele levantou os olhos, e lá estava Boston.

Ele estava com Sand, Mew e Jennie, mas os olhos de Boston estavam fixos nele, um sorriso sem jeito nos lábios, mas cheio de malícia.

Prem desviou rapidamente o olhar, tentando ignorar o calor que subitamente tomou seu rosto. Tentou se concentrar em sua bebida, mas era impossível. A sensação de estar sendo observado aumentava, e, por mais que tentasse se convencer do contrário, ele sabia que era Boston quem causava isso.

A pressão de Boston

Os dias seguintes foram uma sequência de pequenas provocações. Boston encontrava desculpas para estar perto de Prem. Na sala de aula, ele se sentava a um lugar de distância, seus braços esbarrando de leve com os de Prem. Na cafeteria, ele chegava sempre no momento certo, como se estivesse de olho em sua rotina. Às vezes, ele apenas se aproximava, deixando Prem sem palavras.

Mas não era apenas isso. Boston falava com aquela voz baixa, arrastada, que fazia Prem sentir um arrepio, como se cada palavra fosse uma promessa, uma provocação disfarçada.

— Você parece distraído hoje, Prem. Algo te incomodando? — Boston disse em uma de suas aproximações no corredor.

Prem tentou manter a calma, mas seu corpo traía seus sentimentos.

— Não estou distraído. — Ele mordeu o lábio, tentando manter a expressão indiferente.

— Hmm, claro... — Boston sorriu. — Eu sou bom em perceber essas coisas.

A conversa com os amigos

Jennie, Sand e Mew estavam discutindo algo sobre a faculdade, mas Prem estava absorto demais em seus próprios pensamentos para prestar atenção. Ele apenas mexia a colher no copo, os olhos perdidos em algum ponto distante.

— Você tá bem, Prem? — Jennie perguntou, com uma expressão curiosa.

Prem levantou os olhos rapidamente, encarando-a.

— Claro, por quê?

Jennie deu uma risadinha, trocando olhares com Sand.

— Sei lá, você parece meio... distraído. — Ela sorriu de forma maliciosa. — Ah, não... espera, você está fugindo de alguém?

Prem sentiu o estômago revirar.

— Não.

— Ah, bom. — Sand fez uma careta. — Porque se fosse alguém em especial, como... sei lá, o Boston, eu entenderia.

— Cale a boca, Sand. — Prem resmungou.

Jennie riu.

— Não precisa ficar nervoso. Só estou brincando. Mas sério, Prem, você anda estranho. Tá se afastando de todo mundo.

— Eu não estou me afastando! — Prem disse rápido demais.

Mew, que até então estava quieto, olhou para ele com um sorriso pensativo.

— Você tá evitando o Boston, né?

Prem ficou sem palavras.

— O quê? Não! Não é nada disso... — Ele tentou disfarçar, mas todos ao redor pareciam saber mais do que ele queria admitir.

O confronto no estacionamento

Quando a aula terminou, Prem pensou que poderia finalmente ter algum momento de paz. Ele atravessou o estacionamento com pressa, tentando ignorar a crescente ansiedade em seu peito. Mas, como sempre, lá estava Boston, recostado no seu carro, com um sorriso que sabia exatamente o que fazia com Prem.

— Você vai me ignorar até onde? — Boston perguntou, se aproximando devagar.

Prem parou, virando-se para encará-lo.

— Eu não estou te ignorando.

— Sério? — Boston deu um passo mais perto. — Porque parece que sim.

Prem olhou para o chão, tentando manter o controle.

— Eu... só preciso de espaço.

Boston riu suavemente.

— Você pode tentar, Prem, mas sei que você não vai conseguir.

Ele estava tão perto agora, quase tocando Prem. A tensão entre eles era tão palpável que Prem sentiu seu corpo reagir automaticamente, sua respiração se tornando mais pesada.

— Eu... — Prem tentou se afastar, mas Boston foi mais rápido. Ele segurou seu braço com firmeza, puxando-o para mais perto, até que seus corpos quase se tocassem.

Prem sentiu uma onda de calor subir por seu corpo, a proximidade de Boston fazendo sua cabeça girar.

— O que você está fazendo? — Prem sussurrou, a voz falhando.

— O que você acha que estou fazendo? — Boston perguntou, com um sorriso travesso.

E antes que Prem pudesse reagir, Boston o puxou para mais perto ainda e o beijou.

Era um beijo quente, intenso, algo que Prem nunca imaginou que aconteceria. Seus lábios se encontraram com uma urgência, como se o desejo finalmente tivesse sido liberado. Prem tentou resistir, mas logo se entregou ao beijo, sentindo o corpo de Boston colado ao seu, e o calor de sua pele.

Quando se afastaram, ambos estavam ofegantes, e Prem sentiu como se sua mente estivesse em pedaços.

— Eu... não posso fazer isso... — Ele sussurrou, a respiração ainda irregular.

— Você já fez, Prem. — Boston sorriu com um olhar satisfeito.

Prem não soube o que dizer. Ele apenas se afastou, sem olhar para trás. Quando entrou no carro, seu corpo ainda tremia. Ele colocou a chave na ignição, mas antes de sair, sentiu o coração disparar. O beijo de Boston estava queimando sua mente, sua pele... sua alma.

Ele fechou os olhos, tentando racionalizar, mas não conseguiu.

O que isso significa agora?

Ele não tinha ideia do que fazer, mas sabia que sua vida estava prestes a mudar para sempre.

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