Meu Querido Amigo
A música vibrava pelo bar, misturando-se ao burburinho das vozes e ao tilintar dos copos. A luz ambiente, avermelhada e quente, criava um clima intimista, enquanto o cheiro de álcool e suor preenchia o ar. Prem se jogou no assento do estofado de couro, rindo de algo que Sand tinha acabado de dizer, mesmo sem ter certeza do que era tão engraçado.
— Tá rindo do quê? — Jennie arqueou a sobrancelha, pegando o copo de Prem e dando um gole sem pedir permissão.
— Sei lá... — Prem riu de novo, inclinando-se para trás. Ele ainda não estava bêbado, mas sentia a leveza da primeira dose de tequila aquecendo seu estômago.
A mesa estava cheia de garrafas e copos espalhados. Boston, sentado ao lado de Prem, observava a cena com um meio sorriso. Ele girava o gelo dentro do copo de whisky, o olhar afiado como se já soubesse exatamente o que ia acontecer naquela noite.
— Prem, quantos shots você já tomou? — Mew perguntou, olhando para a garrafa quase vazia de tequila.
Prem levantou os dedos, tentando contar, mas riu no meio do processo.
— Dois... não, três... ou foi quatro?
Sand gargalhou, batendo a mão na mesa.
— Meu amigo, você está só começando!
Ele pegou outro copo e encheu até a borda, empurrando-o para Prem.
— Ah, não sei se... — Prem começou, mas Jennie interrompeu com um olhar desafiador.
— Não vai arregar, vai?
Prem estreitou os olhos e pegou o copo. Ele nunca foi de recusar um desafio, especialmente quando Jennie o provocava.
Boston observava tudo em silêncio, os olhos escuros fixos em Prem. Ele sabia que aquilo não ia terminar bem.
Três drinks depois…
Prem já não conseguia parar de rir. Tudo parecia absurdamente engraçado, e seu corpo estava quente. Ele se inclinou para Boston, falando próximo ao ouvido dele.
— Você é tão bonito... sabia?
Boston ergueu uma sobrancelha, um sorriso de canto surgindo.
— Você já está muito bêbado, Prem.
— Isso não quer dizer que seja mentira… — Prem estreitou os olhos, o rosto corado, e encostou a cabeça no ombro de Boston.
— Acho que já deu pra você — Mew interveio, tentando tirar o copo das mãos de Prem, mas ele segurou firme.
— Não! Eu tô bem! — Prem insistiu, mas no segundo seguinte tropeçou ao tentar se levantar.
Boston foi rápido, segurando Prem antes que ele caísse no chão.
— Ok, hora de ir pra casa.
Jennie riu, mas acenou para concordar.
— Boa sorte carregando esse aí, Boston.
Boston suspirou e passou o braço ao redor da cintura de Prem, guiando-o para fora do bar.
Lá fora
O vento da madrugada bateu no rosto de Prem, e ele riu sem motivo. Boston o ajudou a entrar no carro e fechou a porta.
— Você cheira a álcool.
Prem virou a cabeça, encarando Boston com um sorriso sonolento.
— E você cheira... — ele parou, tentando pensar. — Cheira a... tentação.
Boston soltou uma risada baixa, ligando o carro.
— Você vai se arrepender de cada palavra que está dizendo amanhã.
Prem fechou os olhos, deixando a cabeça cair contra o encosto.
— Talvez…
No dormitório de Boston
Boston praticamente arrastou Prem até sua cama. O menor se jogou no colchão com um suspiro satisfeito, os olhos já quase fechados.
— Ei, tira pelo menos o sapato antes de dormir — Boston murmurou, agachando-se para ajudá-lo.
Prem abriu um olho.
— Você é tão legal comigo…
Boston suspirou.
— Dorme, Prem.
Ele o cobriu com um lençol e se afastou. Mas antes que pudesse ir para sua própria cama, Prem agarrou seu pulso.
— Fica aqui.
Boston hesitou, mas no fim, suspirou e sentou-se na cama, encostado na cabeceira. Antes que percebesse, Prem já tinha se aconchegado contra seu peito, dormindo profundamente.
Na manhã seguinte
A luz do sol invadia o quarto, e Prem abriu os olhos devagar. Sua cabeça doía, e seu corpo parecia pesado. Mas o que realmente o fez acordar de vez foi perceber que estava em uma cama que não era a sua.
Ele piscou algumas vezes, tentando se situar. Então virou a cabeça e viu Boston dormindo ao seu lado, com a respiração calma e a expressão serena.
O pânico subiu imediatamente.
— A gente... — Prem sussurrou para si mesmo, arregalando os olhos. Ele sentiu a própria roupa um pouco desalinhada e seu corpo dolorido da noite anterior.
— Não... pode ser...
Ele se sentou abruptamente, fazendo Boston se mexer.
— Ah, merda. Eu... eu perdi minha virgindade?!
Boston abriu os olhos devagar, franzindo a testa.
— Hã?
Prem olhou para ele, desesperado.
— Boston... o que aconteceu ontem?!
Boston piscou algumas vezes, tentando acordar por completo. Então, um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.
— Prem... você acha mesmo que eu faria algo com você nesse estado?
Mas Prem já estava completamente convencido de sua versão dos fatos.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 25
Comments