Capítulo 5

A chuva começou a cair suavemente sobre a cidade, transformando as ruas em um labirinto de reflexos úmidos e luzes difusas. Alana dirigia com determinação, suas mãos firmes no volante, enquanto seguia para o endereço que havia descoberto. Zoltán, o misterioso dono da máfia húngara, era a chave para desvendar os segredos que envolviam a morte de seu pai e a traição de Cardoni. Ela sabia que encontrar Zoltán não seria fácil, mas estava disposta a enfrentar qualquer risco para proteger sua família.

Enquanto isso, Rafael e Ryan estavam no carro, seguindo para o mesmo destino. Rafael ainda estava processando a morte de Cardoni. Apesar de ter eliminado um inimigo, ele sentia que havia mais peças nesse jogo do que ele podia ver. A ligação de Alana o deixara preocupado, mas também orgulhoso. Sua irmã estava crescendo, assumindo seu papel na família, e ele sabia que precisava confiar nela.

— Você acha que Zoltán vai cooperar? — perguntou Ryan, quebrando o silêncio no carro.

— Não sei — respondeu Rafael, seus olhos fixos na estrada. — Mas ele conhece Alana. E se ele valoriza a própria vida, vai entender que é do interesse dele nos ajudar.

Ryan assentiu, mas seu rosto ainda estava tenso. Ele sabia que Zoltán não era um homem fácil de lidar. A máfia húngara era conhecida por sua brutalidade e lealdade inabalável ao próprio líder. Qualquer erro poderia custar caro.

Alana estacionou o carro em frente a um clube noturno discreto, com uma fachada simples e uma placa que dizia *"Oásis"*. Era um lugar que ela conhecia bem, embora preferisse não se lembrar da última vez que esteve lá. Foi ali que ela conheceu Zoltán, quando ainda se chamava Daniela, antes de recuperar a memória. Ela respirou fundo, preparando-se para o que estava por vir.

Ao entrar, foi recebida por um segurança grande e intimidador, que a olhou com desconfiança.

— Estou aqui para ver Zoltán — disse Alana, sua voz firme, apesar do coração acelerado. — Ele está me esperando.

O segurança estudou seu rosto por um momento antes de acenar com a cabeça e abrir a porta. Alana entrou, sentindo o peso do olhar de todos os presentes. O clube era luxuoso, com luzes baixas e música suave ao fundo. No centro da sala, sentado em uma mesa, estava Zoltán.

Ele era um homem alto, com cabelos escuros e olhos penetrantes que pareciam ver tudo. Quando viu Alana, um sorriso surgiu em seus lábios.

— Daniela — disse ele, sua voz suave, mas carregada de significado. — Ou devo dizer... Alana?

— Zoltán — respondeu Alana, mantendo a postura. — Precisamos conversar.

Zoltán fez um gesto para que ela se sentasse, e Alana obedeceu, sentindo-se como uma peça em um tabuleiro de xadrez. Ela sabia que precisava ser cuidadosa.

— Eu sei que você está envolvido com a máfia húngara — começou Alana, escolhendo suas palavras com cuidado. — E eu sei que você tem informações sobre o que aconteceu com meu pai.

Zoltán inclinou a cabeça, seus olhos brilhando com interesse. — Seu pai era um homem poderoso, Alana. Sua morte deixou um vácuo que muitos estão ansiosos para preencher. Mas por que eu deveria compartilhar minhas informações com você?

— Porque eu não sou minha mãe ou meu irmão — respondeu Alana, sua voz firme. — Eu não estou aqui para ameaçar ou negociar. Estou aqui para entender. E se você me ajudar, talvez eu possa retribuir no futuro.

Zoltán riu baixinho, claramente impressionado com sua audácia. — Você é mais esperta do que parece, Alana. Mas informações têm um preço. O que você está disposta a oferecer?

Antes que Alana pudesse responder, a porta do clube se abriu, e Rafael entrou, seguido por Ryan. Zoltán olhou para eles, seu sorriso se transformando em uma expressão de desconfiança.

— Rafael Santos — disse Zoltán, sua voz agora fria. — Eu não esperava sua visita.

— Eu não vim aqui para brigar — respondeu Rafael, mantendo a calma. — Estou aqui pela minha irmã. E pelas informações que você tem.

Zoltán olhou de Alana para Rafael, claramente avaliando a situação. Ele sabia que estava em desvantagem numérica, mas também sabia que tinha algo que eles queriam.

— Muito bem — disse ele, finalmente. — Vamos fazer um acordo. Eu dou a vocês as informações que têm, mas em troca, vocês me deixam em paz. Nenhuma interferência nos meus negócios. E, claro, uma pequena... compensação financeira.

Rafael olhou para Alana, que assentiu quase imperceptivelmente. Ele sabia que não tinham muitas opções.

— Aceito — disse Rafael. — Mas se eu descobrir que você está mentindo, Zoltán, nosso acordo acaba aqui.

Zoltán sorriu, claramente satisfeito. — Justo. Então, aqui está o que eu sei: Cardoni não agiu sozinho. Ele estava trabalhando com alguém dentro da sua família. Alguém que vocês conhecem bem.

Rafael sentiu um frio na espinha. — Quem?

— Daniel Santos — respondeu Zoltán, sua voz calma, mas cheia de significado. — O irmão de seu pai.

Rafael e Alana trocaram olhares, sentindo o peso da revelação. Daniel, o tio que eles mal conheciam, era o traidor. Ele havia conspirado com Cardoni para derrubar Lorenzo e assumir o controle da família.

— Obrigado, Zoltán — disse Rafael, sua voz firme. — Vamos embora.

Zoltán assentiu, claramente satisfeito com o acordo. — Lembrem-se do nosso trato, Santos. Eu espero que honrem sua palavra.

Rafael não respondeu. Ele sabia que o jogo estava longe de terminar. Agora, ele tinha um novo inimigo: Daniel Santos. E ele faria de tudo para garantir que a traição de seu tio não ficasse impune.

Zoltán

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