Família do Sangue Azul

Família do Sangue Azul

Capítulo 1

A noite caía sobre a cidade de Eldermoor, trazendo consigo um ar pesado e sombrio. O vento frio cortava como uma lâmina, enquanto as luzes das ruas tremeluziam, projetando sombras que pareciam dançar ao ritmo de segredos obscuros. Rafael Santos ajustou o colarinho de seu casaco de couro, seus olhos castanhos escaneando o ambiente com desconfiança. Ao seu lado, Alana, sua irmã mais nova, cruzava os braços, tentando se proteger do frio. Ela olhava ao redor com uma mistura de curiosidade e apreensão.

— Por que papai nos chamou aqui? — perguntou Alana, sua voz suave, mas carregada de tensão. — Ele nunca nos trouxe para um lugar assim.

— Não sei, Alana — respondeu Rafael, sua voz grave e firme. — Mas ele disse que era importante. E quando Lorenzo Santos diz que algo é importante, é melhor não questionar.

Os dois caminharam em direção ao antigo armazém à beira do rio, onde seu pai havia marcado o encontro. O local parecia abandonado, mas Rafael sabia que as aparências enganavam. A família Santos não era conhecida por fazer negócios em lugares óbvios. Eles eram uma família de sangue azul, sim, mas também de sangue derramado. O poder que detinham vinha com um preço, e Rafael conhecia bem os riscos.

Ao entrarem no armazém, foram recebidos por Ryan, o segurança de confiança da família. Ele acenou com a cabeça, indicando que Lorenzo os esperava no andar de cima. Subindo as escadas de metal, Rafael e Alana sentiram o peso da atmosfera se intensificar. O silêncio era quase ensurdecedor, interrompido apenas pelo som de seus passos ecoando.

No topo das escadas, Lorenzo Santos estava de pé, de costas para eles, olhando pela janela quebrada. Ele era um homem imponente, com cabelos grisalhos e uma postura que transmitia autoridade. Ao ouvir os passos de seus filhos, ele se virou lentamente, seus olhos cinzentos refletindo uma mistura de orgulho e preocupação.

— Finalmente chegaram — disse Lorenzo, sua voz grave e calma. — Sentem-se. Temos muito a discutir.

Rafael e Alana trocaram olhares antes de se sentarem em duas cadeiras de madeira desgastadas. Lorenzo começou a falar, explicando que a família estava em uma encruzilhada. A máfia húngara, liderada por Zoltán, estava se infiltrando em seu território, e Lorenzo suspeitava de traição dentro de suas próprias fileiras. Ele não mencionou nomes, mas Rafael percebeu o olhar de desconfiança em seus olhos.

— Preciso que vocês fiquem alertas — continuou Lorenzo. — Alana, você precisa cuidar de si mesma. E Rafael, você é o futuro desta família. Não posso deixar que nada aconteça com vocês.

Antes que pudessem responder, o som de vidro quebrando ecoou pelo armazém. Rafael pulou da cadeira, instintivamente alcançando a arma que carregava no coldre. Alana se levantou rapidamente, seus olhos cheios de pânico.

— O que foi isso? — perguntou ela, sua voz tremendo.

Lorenzo não respondeu. Em vez disso, ele se moveu rapidamente, empurrando Rafael e Alana para trás de uma pilha de caixas. — Fiquem aqui! — ordenou ele, sua voz firme.

Mas era tarde demais.

Três tiros ecoaram no armazém, cada um mais alto que o anterior. Rafael viu seu pai cair no chão, seu corpo atingido em cheio na cabeça. O sangue escorria rapidamente, formando uma poça vermelha ao seu redor. Alana gritou, mas Rafael a segurou, impedindo-a de correr para o corpo de Lorenzo.

— Não! — sussurrou Alana, suas lágrimas escorrendo pelo rosto. — Papai...

Rafael sentiu uma onda de raiva e dor, mas sabia que não podia se deixar levar pelas emoções. Ele olhou ao redor, tentando identificar o atirador, mas o armazém estava escuro e cheio de esconderijos. Ryan apareceu ao lado deles, sua arma em punho.

— Precisamos sair daqui — disse Ryan, sua voz tensa. — Agora!

Rafael concordou, puxando Alana para longe do corpo de Lorenzo. Eles correram pelas escadas, ouvindo mais tiros atrás deles. Alana tropeçou, mas Rafael a segurou firmemente, mantendo-a em pé. Quando finalmente saíram do armazém, o ar frio da noite os atingiu como um soco.

— Quem foi, Rafael? — perguntou Alana, sua voz cheia de desespero. — Quem fez isso?

Rafael não respondeu. Ele não tinha respostas, mas sabia que isso era apenas o começo. A morte de Lorenzo Santos não seria esquecida, e ele faria de tudo para descobrir quem estava por trás disso. A família Santos estava em guerra, e Rafael sabia que o sangue derramado em Eldermoor era apenas o primeiro de muitos.

Enquanto eles desapareciam na noite, uma figura observava de longe, escondida nas sombras. Daniel Santos, o irmão traidor de Lorenzo, sorriu enquanto acariciava a arma que havia usado. Ele sabia que o jogo estava apenas começando, e ele estava pronto para jogar.

Daniel Santos

Alana Santos

Lorenzo Santos

Ryan

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