Capítulo 3

A parte velha da cidade era um labirinto de ruas estreitas e becos escuros, onde a luz do sol mal conseguia penetrar. Rafael estacionou seu carro a algumas quadras de distância do bar que Vitor havia mencionado. Ele não queria chamar atenção, mas sabia que sua presença não passaria despercebida por muito tempo. A morte de Lorenzo Santos havia deixado um vácuo de poder, e todos os olhos estavam voltados para ele, o novo patriarca em ascensão.

Ele ajustou o coldre sob o casaco e caminhou com passos firmes em direção ao bar, chamado *O Covil*. O lugar era conhecido por ser um ponto de encontro para criminosos de baixo escalão e informantes. O ar estava pesado com o cheiro de cigarro e álcool barato. Rafael entrou, seus olhos se ajustando rapidamente à penumbra. O bar estava quase vazio, exceto por alguns clientes regulares e um homem sentado no canto, bebendo sozinho.

Era ele. O homem que Vitor havia mencionado. Seu nome era Gustavo, um ex-associado de Cardoni que havia caído em desgraça. Ele era magro, com olhos fundos e uma barba por fazer. Parecia nervoso, como se estivesse esperando por alguém — ou fugindo de algo.

Rafael se aproximou silenciosamente e sentou-se ao lado dele. Gustavo olhou para ele, seus olhos se arregalando de reconhecimento e medo.

— Você... você é Rafael Santos — sussurrou Gustavo, sua voz trêmula.

— E você é Gustavo — respondeu Rafael, sua voz fria e controlada. — Eu ouvi que você tem informações sobre quem matou meu pai.

Gustavo engoliu em seco, olhando ao redor como se esperasse que alguém o salvasse. — Eu... eu não sei de nada. Eu só sou um bêbado, não me envolva nisso.

Rafael não perdeu a paciência. Ele sabia que homens como Gustavo respondiam melhor à pressão. Ele deslizou uma foto de Lorenzo no balcão, a imagem do patriarca caído ainda fresca em sua mente. — Olhe para ele. Esse era meu pai. Alguém o matou, e eu vou descobrir quem. Agora, você pode me dizer o que sabe, ou eu posso deixar você lidar com as consequências de ficar calado.

Gustavo começou a suar, suas mãos tremendo ao segurar o copo de bebida. — Eu... eu ouvi coisas. Coisas sobre Cardoni. Ele estava bravo com seu pai. Lorenzo cortou seus negócios, tirou parte de seu território. Cardoni não gostou disso.

Rafael franziu a testa. Cardoni. Ele conhecia o nome. Um ex-aliado de seu pai que havia partido para abrir seu próprio império. Ele sempre soube que Cardoni era ambicioso, mas trair a família? Isso era algo diferente.

— Onde está Cardoni agora? — perguntou Rafael, sua voz baixa, mas cheia de autoridade.

— Eu não sei, eu juro! — respondeu Gustavo, sua voz quase um grito. — Ele não confia em ninguém. Mas... mas eu ouvi falar que ele tem um encontro hoje à noite. No armazém abandonado perto do rio. É onde ele faz seus negócios.

Rafael estudou o rosto de Gustavo, tentando discernir se ele estava mentindo. Parecia genuíno, mas ele sabia que homens desesperados eram capazes de qualquer coisa. Ele tirou algumas notas de dinheiro do bolso e as colocou na mesa.

— Se eu descobrir que você está mentindo, Gustavo, você vai se arrepender. Mas se estiver dizendo a verdade... bem, talvez eu deixe você viver.

Gustavo balançou a cabeça rapidamente, pegando o dinheiro com mãos trêmulas. — Eu estou dizendo a verdade, eu juro!

Rafael se levantou e saiu do bar, sua mente trabalhando rapidamente. Cardoni. Ele era o próximo na lista. Mas antes que ele pudesse agir, seu telefone vibrou. Era uma mensagem de Alana.

"Rafael, preciso falar com você. É urgente."

Ele suspirou, sentindo o peso das responsabilidades sobre seus ombros. Ele sabia que Alana estava lutando para lidar com a morte de seu pai, mas ele não podia parar agora. Ele enviou uma resposta rápida.

"Encontre-me em casa. Vou estar lá em uma hora."

Enquanto ele caminhava de volta para o carro, Rafael sentiu uma presença observando-o. Ele olhou por cima do ombro, mas não viu ninguém. Ainda assim, a sensação persistiu. Ele sabia que não estava sozinho. Alguém estava jogando com ele, e ele precisava descobrir quem, antes que fosse tarde demais.

Enquanto isso, no outro lado da cidade...

Cardoni estava em seu escritório, cercado por seus homens mais leais. Ele olhou para o relógio, sabendo que o encontro daquela noite seria crucial. Ele havia planejado cada movimento com cuidado, mas sabia que Rafael Santos não seria um inimigo fácil.

— Preparem-se — disse ele, sua voz calma, mas cheia de autoridade. — Hoje à noite, vamos acabar com a família Santos de uma vez por todas.

Seus homens concordaram, seus rostos cheios de determinação. Cardoni sorriu, sentindo a emoção do jogo. Ele havia traído Lorenzo, e agora estava pronto para trair Rafael. A família Santos estava em suas mãos, e ele não pretendia soltá-las.

Gustavo

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