Capítulo Cinco
Hugo – Vulgo Morte
Minha irmã já estava nos esperando quando chegamos, ela levou a mulher para dentro às pressas e ficamos aguardando alguma notícia.
— A carga que encontramos era de droga, e das boas. — Pacheco, comenta.
— Ótimo, pelo menos pegamos isso. — Solto um suspiro e passo a mão pelo rosto.
— Relaxa, vamos matar esse desgraçado logo. — JP diz. — Quem é a mulher que vocês trouxeram? — Ele pergunta.
— Não sabemos, a doida apareceu na frente do nosso carro. — Pacheco diz.
Eles ficaram conversando e me levantei, fui caminhando até a recepção, e quando ia chegar a Débora aparece. — Como ela está? — Pergunto.
— Ela ta melhor agora, por sorte a batida, não fez ela quebrar nada, creio que pela manhã ela acorde. — Ela solta um suspiro e sei que tem algo mais.
— O'Que não tá me contando? — Encaro ela.
— Acho que alguém… — Ela nem termina e começa uma correria dentro do posto. — Tenho que ir, me espera lá no quarto dela. — Minha irmã nem deixa eu responder e começa a correr.
Droga! Preciso saber quem é essa mulher logo…
Caminho de volta pra recepção e os meninos estão conversando. — Vou ter que passar a noite aqui, os dois podem ir.
— Qualquer coisa liga. — Pacheco diz.
Os meninos se despedem, e eu vou em direção ao quarto da mulher misteriosa. Ligo para minha mãe antes de entrar e aviso que só vou para casa amanhã, ela me pergunta o'que está acontecendo e eu dou uma breve explicação, e ela acaba ficando preocupada.
Desligo o telefone e entro no quarto, fecho a porta e fico observando a mulher. Me aproximo e observo seu rosto que está machucado, mas ainda sim dá pra perceber que ela é uma mulher linda.
Ela está com os braços para fora da coberta, e vejo diversos hematomas. Seu pescoço também está vermelho, como se alguém a tivesse enforcado. Se eu descobrir quem fez isso, mato na hora. Odeio violência contra mulher.
Me sento na poltrona ao lado da cama dela, e fico ali observando, até que não aguento e acabo dormindo.
— Ei acorda. — Alguém me cutuca.
Abro os olhos e vejo minha irmã.
— Acabei dormindo. — Passo a mão pelo rosto.
— Já está de manhã, mamãe tá vindo trazer umas roupas pra você. — Ela abre um sorriso e me entrega um copinho de café.
Me levanto e tomo o café, jogo o copo no lixo e antes de sair ouço um barulho e quando olho pra trás vejo a mulher caída no chão. Ajudamos ela, e o medo que ela estava sentindo só me deixava mais nervoso. Não consigo imaginar o que ela passou, mas vou descobrir.
Sai do quarto e encontrei minha mãe, fiquei um pouco com ela e fui tomar um banho em casa, fiquei com a minha filha, e depois de um tempo, resolvi voltar. Algo dentro de mim, queria realmente saber o'que aconteceu com aquela mulher, e não sei porque, mas quero proteger ela, mesmo nem sabendo o'que aconteceu.
— Papai. — Minha filha se joga em mim. — Não vai.
— Eu já volto, meu amor. — Dou um beijo na cabeça dela.
— Você vai ver a moça dodoi? — Ela me olha.
— Isso meu amor, preciso ir lá ajudar ela. — Passo a mão no seu rostinho.
— Ta bom papai, cuida bem dela viu. — Ela abre um sorriso e me solta.
Deixo ela ir brincar, e vou pegar minhas coisas para sair. — Você já sabe quem é ela? — Patrícia pergunta.
— Não, estamos esperando ela acordar para perguntar seu nome. — Digo.
— A Debora me falou um pouco sobre, espero que ela fique bem. — Minha irmã diz, preocupada.
— Ela vai ficar. — Dou um beijo na sua testa, e saio de casa.
Vou para o posto e assim que chego já vou para o quarto, e encontro minha mãe falando com a Débora na porta do quarto.
— Se quiser ir mãe. — Digo.
— Eu vou, mas volto a noite, quero saber como ela vai ficar, me deixem informada. — Ela abraça a Débora e depois me dá um beijo na bochecha e vai embora.
_______________
Descobri que o nome dela é Luiza, mandei pesquisarem sobre a vida dela, mas não acharam nada, é como se ela nem existisse. Achei estranho, e precisava saber mais sobre ela.
Resolvi conversar com ela, quando a Débora disse que a mesma já estava melhor. Quando entrei no quarto, notei o quanto ela estava assustada. Tentei tranquilizá-la, e começamos a conversar, quando ela disse o nome do desgraçado do Caim, meu sangue ferveu.
Realmente aquele homem é um maldito, como pode fazer isso. Me levantei e comecei a andar para tentar me acalmar. Quando eu parei e voltei a olhar para Luísa, vejo suas mãos com sangue. Me aproximo, e noto que a mesma se machucou.
Saio para chamar minha irmã e a mesma corre pra ajudar ela. Enquanto ela ajudava a limpar o sangue, fiquei olhando para Luísa.
Quem realmente é ela? Porque não é possível, uma mulher de mais de 20 anos, não ter nada em seu registro, nada sobre a vida dela. Isso é estranho demais, e eu preciso descobrir a verdade.
Débora termina e sai do quarto, e notei a tristeza em seu rosto. Volto minha atenção para Luísa, e ela está me olhando com lágrimas nos olhos. — Como conseguiu fugir?
— Notei que a casa estava com poucos seguranças. Quando Caim chegou, ele não estava bem, estava machucado, cheio de sangue, ele tentou… tentou abusar de mim. Mas por sorte, eu vi que ele deixou cair uma faca, e eu enfiei nas costas dele. — Ela seca as lágrimas. — Eu corri pelos fundos da casa, e sai na mata, e lá eu apenas corri.
Nem imagino o que deve ser ficar presa por três anos nesse inferno que ela deve ter vivido. O pior de tudo é que mesmo ela tendo fugido, a mesma não tem mais ninguém, não tem família.
Saio do quarto sem falar nada e sento na recepção, pensando o que vou fazer com ela. Não posso deixar ela, é como se eu desse ela para aquele desgraçado de novo. Preciso ajudar ela, e quem sabe com ela em minhas mãos, possa pegar Caim de uma vez por todas.
Pego meu celular e ligo para o JP.
— Precisa de algo, patrão?
— Quero que arrume aquela casinha que tem perto da minha, manda mobiliar e limpar, depois abastece tudo lá dentro.
— Pode deixar. É pra mulher que tá no posto? — Ele pergunta.
— Sim, pede pra colocar câmeras também, escondidas, na sala e na cozinha só, e na frente da casa. Só eu quero acesso delas. — Digo.
— Pode deixar chefia.
Ligação Off
— Vai ajudar ela, né? — Ouço a voz da Débora do meu lado e até me assusto.
— Caralho, parece assombração. — Ponho a mão no peito e ela dá risada. — Vou, mas ainda sim tenho que ficar de olho, não posso confiar nela, e outra, ela pode ser a chave para eu pegar o Caim.
— Tá bom irmão, só não deixa ela se machucar, Luísa já passou por coisas demais, ser isca para sua vingança, poderia destruir ela. — Ela me olha, e vejo preocupação em seus olhos.
— Não vou fazer isso, mas sei bem que ele vai vir atrás dela, e vou protegê-la, mas isso vai me ajudar a pegar ele. — Me encosto na cadeira e olho para a porta do quarto.
— Ok, ela vai ter alta amanhã de manhã. — Minha irmã levanta e ajeita seu jaleco.
— A casa não vai estar pronta ainda. — Joguei a cabeça para trás e encostei na parede.
— Ela pode ficar lá em casa, vai ser o'que? Dois dias. — Encaro ela, com a sobrancelha arqueada.
— Acabei de falar que ainda não posso confiar nela, e você quer que eu leve ela pra nossa casa. — Balanço a cabeça negativamente e dou risada.
— Para com isso, a menina não tem nada. — Ela olha para a porta, e depois volta a atenção pra mim. — Não sei, mas eu confio nela.
— Não sei não, mas tenho até amanhã para pensar. — Me levanto. — Vou trabalhar, qualquer coisa me liga.
— Tá bom irmão, até mais. — Ela me dá um abraço.
Saio do posto e vou direto pra boca, preciso resolver algumas coisas, e pensar sobre o que a Débora falou.
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Atualizado até capítulo 54
Comments
Andressa Silva
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2025-02-09
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