Uma Emboscada

Capítulo Três

Hugo - Vulgo Morte

— Boa tarde, temos alguma informação sobre o desgraçado do Caim? — Pergunto já nervoso.

— Sim patrão, o cara parece que vai interceptar uma encomenda, na estrada da velha igreja, próximo a cidade de Deus — JP diz, e me entrega o tablet com uma foto do local.

— Que maravilha, parece que hoje eu pego aquele desgraçado. — Abro um sorriso. — Avisa geral, que hoje vamos em missão, quero os meus melhores homens.

— Pode deixar. — Pacheco abre um sorriso também e sai da sala animado.

Caim é meu maior inimigo, já estamos tentando acabar um com o outro já tem 10 anos. Assumi o morro quando tinha 20 anos, depois que o desgraçado do Caim matou meu pai. Aquele velho maldito, quer me derrubar a muito tempo, mas coitado, ele só tenta. Já quase matei ele umas cinco vezes, só que esse maldito parece que sabe quanto a morte ta proxima e foge quando estou perto.

Ou também tem algum rato por perto e até agora não descobri, se bem que já matei alguns que foram mandados por ele.

Só que agora mais do que nunca preciso acabar com o império dele, porque já me cansei dessa merda toda, sem falar que minha família sempre corre riscos, com aquele lunático. Preciso proteger minha mãe e minhas irmãs a todo custo, inclusive minha filha pequena, que só tem quatro anos.

Já tem alguns meses que me aliei com um dos maiores morros do Rio, que é comandado pelo Diabo, um grande amigo meu, desde novo. Ele assumiu alguns anos depois que o pai resolveu se aposentar, para tentar achar a filha dele que sumiu quando nasceu. Ele e a mulher nunca desistiram de encontrar ela, mesmo ela desaparecendo com 2 anos. Ela hoje teria 26 anos, dois anos mais nova que o irmão.

Sai da boca depois de um tempo e fui direto pra minha casa de moto, assim que cheguei ouvi a risada gostosa da minha pequena. — Papai. — Ela grita assim que abro a porta, e vem correndo pros meus braços. — Já estava com saudades.

— Eu também estava meu amor. — Dou um beijo na sua testa, e a peguei no colo. — Boa noite, minhas garotas. — Abro um sorriso pra minha mãe e minhas irmãs.

— Oi, meu filho. — Minha mãe abre um sorriso.

Caminho até a mesa, e dou um beijo na testa das três, coloco a Maya, minha filha, sentada e vou lavar minha mão para jantar com elas.

Quando terminei e estou voltando pra sala, recebo uma mensagem do Pacheco.

Pacheco: Patrão, estamos com o desgraçado na cola, os homens já estão preparados, só vamos esperar você.

^^^Eu: 20 minutos to ai.^^^

Solto um suspiro e vou ao encontro da minha família, me sento na mesa, e minha mãe já me olha, sei bem que ela sabe que aconteceu algo.

Como com elas, e dou comida pra minha filha, olhei para o celular para ver a hora. — Vai logo filho. — Minha mãe fala e encaro ela. — Sei que precisa sair, vai, tenho certeza que é importante, só tome cuidado.

Ela levanta e pega a Maya dos meus braços. — Desculpa mãe, eu prometo que logo volto. — Me levanto.

— Toma cuidado, se morrer fico com seu quarto. — Patrícia, minha irmã mais nova, diz brincando e eu dou risada.

— Não vai se livrar de mim tão cedo. — Dou uma piscada.

Beijo a bochecha da minha pequena e saio de casa, pego minha moto e subo pro galpão. Chegando já vejo meus homens se preparando, todos tem armas nas mãos e estão de coletes. Quando paro a moto, ouço um trovão no céu e sei que vai chover.

Desço da moto e vou andando até a porta do galpão, meus homens me cumprimentam e apenas balancei a cabeça. Entrei no galpão e já vejo Pacheco e JP, meus dois melhores amigos e braço direito que tenho no morro. Somos amigos desde criança.

— Já tá tudo certo? — Pergunto tirando minha blusa de frio e pegando um colete, que está em cima da mesa.

— Sim, só estávamos esperando você. — Pacheco fala e me entrega um fuzil.

— Ótimo, vamos então. — Digo terminando de pendurar o fuzil nas costas.

Saímos do galpão e todos começaram a entrar nos carros. Fiquei com Pacheco e o JP foi em outro carro com nosso parceiro MT. Começamos a descer o morro, e quando chegamos no asfalto seguimos para nosso destino.

Hoje eu ia tentar matar aquele maldito de qualquer forma.

Chegamos ao local, e nossos hackers já avisaram que a área está limpa. Escondemos os carros no meio da mata e ficamos esperando. Peguei um baseado bolado dentro do painel do carro, e acendi.

— Conseguiu mais informações com nossos infiltrados? — Pergunto.

— Sim, mas acho que não tem tanta relevância. — Pacheco acende um cigarro, e fica olhando a estrada.

— O'Que é? — Dou um trago e seguro a fumaça.

— O cara foi transferido para ficar como segurança da casa do Caim. Ele disse que viu uma mulher lá dentro. — Ele solta a fumaça — Disse que não conseguiu ver direito, mas parecia estar machucada.

— Não duvido que aquele desgraçado tenha feito alguma coisa. — Dou mais uma tragada. — Manda ele ficar de olho.

— Pode deixar irmão. — Ele joga o cigarro pela janela, e vejo uma luz forte na estrada.

“ — Patrão, são eles. — Ouço a voz de um dos meus homens no rádio.“

— Bora. — Abro a porta do carro, e seguro o fuzil na minha mão.

Dou um sinal para alguns vapores que estão perto e eles já começam a se preparar. Começamos a ir para beira da estrada e quando vejo mais outros carros chegando, assovio alto, e em poucos segundos, vejo o caminhão que estava vindo derrapar na estrada. Ele vira a parte da frente e capota deslizando para o canto.

Um dos carros bate com força nele, e os outros param com tudo. Meus homens começam a sair, e atiram nos malditos. Sai também e vou matando o máximo de homens que aparece.

Vejo Caim sair de um dos carros, e vou indo em direção a ele. Assim que o desgraçado me vê, abre um sorriso. Miro a arma nele, e começo a atirar. Ele corre e se esconde atrás do carro.

Vejo meus homens matando todos e nenhum dos meus está no chão, o que me deixa feliz.

Começo a andar em direção ao carro em que o outro está escondido, e quando chego perto, um tiro acerta de raspão meu braço. Me escondo na hora e ouço a risada do maldito.

— Acha mesmo que vai me matar. — Ele começa a gargalhar.

Saio do carro, e comecei a atirar. Vejo que acertei ele, e o mesmo se esconde. Quando vou levantar para ir em direção dele, uma luz forte aparece na estrada e vejo um carro. Dou sinal pros meus homens, mas é tudo muito rápido. Uma explosão acontece, fazendo uma barreira entre nós e o carro que chegou.

Me levanto e corro o mais rápido que posso, e vejo o carro sair em alta velocidade. — Filho da puta. — Grito e jogo minha arma no chão.

— Tá tudo bem, Patrão? — Dizon aparece ofegante e sei que veio correndo.

— Aquele arrombado, fugiu. — Olho para ele, e sinto a raiva me dominar. — Manda os vapores, dá uma olhada na carga, e vamos embora. — Falei nervoso e vou caminhando até meu carro.

Encostei na lateral e tirei um cigarro do bolso, acendo e dou uma tragada longa. Não posso acreditar que ele escapou, eu preciso matar ele, preciso acabar com essa merda, não aguento mais.

Espero alguns minutos, e logo meus homens finalizaram tudo. Vi que um deles ficou vivo, e mandei levarem pro nosso morro. Entrei no carro e logo Pacheco também. Seguimos pela estrada, e em poucos minutos a chuva começou a cair com força lá fora. Pacheco liga o limpador de parabrisa, mas não adianta muito. A estrada está escura, e a chuva é forte demais.

Quando vou mandar ele parar um pouco, vejo uma mulher correndo no meio da estrada de camisola branca cheia de sangue. Ela olha em nossa direção e eu grito, mas não dá tempo. Ele joga o carro pra direita, mas a ponta pega bem nela. Deslizamos pelo chão molhado e quando paramos o carro Pacheco me olha espantado. — Que porra foi essa? — Ele diz, tirando o cinto.

Tiro meu cinto também, e saio do carro, olho para direção de onde a mulher estava, e vejo seu corpo jogado no chão. Corro até ela, e quando chego perto, vejo seus olhos abertos. Ela tá toda machucada, chego mais perto e fico pensando como ela veio parar aqui. Ou estava fugindo de alguém, ou é só uma louca.

Pacheco me faz ajudar ela, e colocamos a mesma no carro, quando me sento no banco de trás e tento arrumar ela no meu colo, ela acorda assustada, pedindo pra eu não machucá-la, tento acalmá-la, mas ela desmaia de novo. Ai tenho uma pequena certeza, que parece que ela realmente fugiu de alguém e está com medo.

Pego meu celular, e mando mensagem pra minha irmã Débora, e peço pra um vapor levar ela pro posto, preciso que ela ajude essa mulher, para eu saber quem é ela.

— Patrão, sabe oque acabei de perceber. — Pacheco fala do banco da frente.

— O'Que? — Pergunto, olhando pra ele pelo retrovisor.

— Ela saiu do meio da mata, ali fica um dos condomínios fechados aqui do asfalto, e Caim mora em um deles. — Ele me dá uma olhada rápida, e volta a atenção para a estrada.

Olho pra mulher deitada no meu colo, e arqueio a sobrancelha. Me lembro do que nosso infiltrado comentou, e fico pensando se realmente pode ser verdade, e que aquela mulher pode ser essa? Ou só é uma coincidência.

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Comments

Iara Drimel

Iara Drimel

Eu vou ter que procurar o que são vapores. mas até lá pensarei que fazem um papel importante no grupo

2025-04-04

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Iara Drimel

Iara Drimel

Já saquei a história: Luísa é filha do amigo que vai se apaixonar por Hugo-vulgo Morte que será genro do Diabo 😉😏 Acho que fiz a premonição certa, se eu errar é culpa da autora que terá prazer de ver a gente passar vergonha com a nossa previsão. 😏

2025-04-04

1

Iara Drimel

Iara Drimel

Já vou avisando; não sou boa com siglas , JP e MT não vão brigar comigo se até o final do livro eu não chamar um de MJ DJ ou coisa pior po que confundo tudo.

2025-04-04

2

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