No dia seguinte, ao acordar, Audrey decidiu tomar um banho. Depois de se vestir, desceu as escadas ajustando a roupa que usava: uma calça de moletom preta e um moletom combinando. Enquanto descia, ouviu a voz de Tyler, que parecia estar falando sozinho.
- Sei que fui imprudente e meio repentino... Percebo que Audrey não parece confiar muito em homens. Mas, mesmo sendo um gangster, espero que ela perceba que só quero o bem dela... Não sei o que ela esconde, mas espero poder conquistar sua confiança - desabafou com a voz carregada de culpa.
Audrey, ao terminar de descer as escadas, manteve a cabeça baixa. Foi direto para a cozinha, pegando uma garrafa de água rapidamente.
- Audrey... - chamou Tyler ao se aproximar do balcão.
O som de seu nome fez Audrey tremer. Ela apressou os passos em direção à escada, decidida a voltar para o quarto.
- Audrey, espere! - exclamou Tyler, tentando segui-la. Mas, ao vê-la desaparecer pela escada, suspirou profundamente. - Isso não vai ser fácil... - murmurou para si mesmo. - Talvez ela me ouça se eu fizer algo por ela. Pelo menos quero que se alimente bem.
Determinando-se, ele preparou uma bandeja com cuidado: um sanduíche, algumas frutas, uma xícara de cappuccino e, ao lado, um pequeno pote de Nutella. Antes de terminar, escreveu um bilhete e o colocou delicadamente ao lado da xícara.
Já com a bandeja pronta, Tyler subiu as escadas. Parou em frente à porta de Audrey e bateu suavemente.
- Audrey... Estou entrando... - avisou, abrindo a porta com cautela. Seus olhos a encontraram encolhida no canto da cama, escondida sob os lençóis.
Respeitando o espaço dela, Tyler se manteve à distância. Com movimentos calmos, colocou a bandeja sobre a poltrona próxima.
- Espero que você se alimente direito. Assim que terminar, pode deixar a bandeja do lado de fora. - Disse ele, saindo em seguida, mas com o olhar triste.
Audrey esperou ouvir a porta se fechar antes de emergir debaixo das cobertas. Hesitante, caminhou até a poltrona. Seus olhos caíram na bandeja e, logo, no bilhete. Pegando-o com cuidado, começou a ler:
"Audrey, sei que foi tudo muito repentino. Decidi que você seria minha esposa...
Mas quero que entenda que não sou como os homens ruins que você conheceu ao longo da vida.
Sim, eu sou um gangster, mas só quero o seu bem. Quero que você saiba o que eu sinto.
Por favor, me dê uma chance de conquistar sua confiança... e, quem sabe, o seu amor.
Ass: Tyler, seu noivo."
Audrey permaneceu sentada na cama, encarando a bandeja. A comida parecia inofensiva, mas a insegurança a dominava. Com as mãos trêmulas, pegou a xícara de cappuccino e cheirou o líquido. Após alguns minutos de hesitação, deu um pequeno gole. O sabor doce e reconfortante aliviou parte de sua tensão, mas ela não conseguiu tocar no restante da bandeja.
Com a xícara vazia, colocou cuidadosamente a bandeja do lado de fora do quarto, deixando apenas o cappuccino ausente. Voltou para a cama e passou o dia em silêncio, encolhida, evitando qualquer contato com o mundo exterior.
Enquanto isso, Tyler, que estava no escritório no andar inferior, se preparava para sair. Antes de ir, subiu até o quarto de Audrey e parou em frente à porta.
- Audrey, vou para a empresa agora. Se precisar de algo, me avise, está bem? - disse em tom suave, respeitando o espaço dela.
Sem ouvir resposta, suspirou e desceu as escadas. Na cozinha, encontrou a cozinheira organizando a mesa e se aproximou.
- Você viu se Audrey comeu o que preparei? - perguntou, com uma mistura de ansiedade e esperança.
A cozinheira levantou o olhar e balançou a cabeça, desapontada.
- Infelizmente não, senhor Tyler. Mas acredito que isso não seja sobre a comida em si. Pensei muito sobre isso... Audrey parece desconfiar de homens. Talvez tenha achado que o senhor poderia ter colocado algo na comida.
Tyler franziu o cenho, sentindo um aperto no peito.
- Mas... ela tomou o cappuccino. A bandeja estava sem a xícara. Talvez ela confie em algo mais simples e direto.
A cozinheira sorriu levemente e colocou a mão no ombro de Tyler.
- Deixe isso comigo, senhor. Vou preparar algo para ela. Talvez, sendo feito por uma mulher, ela se sinta mais confortável para comer.
Tyler assentiu, ainda preocupado.
- Obrigado. Se ela precisar de algo, me avise imediatamente.
A cozinheira começou a preparar uma refeição simples e reconfortante para Audrey: uma sopa leve, acompanhada de pão fresco e chá.
Enquanto isso, Tyler saiu para a empresa, mas seu pensamento permaneceu em Audrey. Ele sabia que ganhar sua confiança levaria tempo, e cada pequeno gesto seria uma batalha a ser vencida.
Mais tarde, a cozinheira subiu até o quarto de Audrey, carregando uma bandeja com a refeição que havia preparado. Ela bateu suavemente na porta.
- Audrey, sou eu, Clara, a cozinheira. Trouxe algo para você comer. Não precisa abrir a porta, posso deixar aqui do lado de fora.
Audrey, sentada na cama, ouviu a voz feminina e hesitou. Clara continuou, com um tom calmo e acolhedor:
- Fiz uma sopa leve e chá. Se você quiser, posso voltar mais tarde para buscar a bandeja. Não precisa se preocupar.
Após alguns segundos, Audrey levantou-se devagar e abriu a porta o suficiente para ver Clara. A mulher sorriu gentilmente, mostrando a bandeja.
- Aqui está. Espero que goste.
Audrey pegou a bandeja sem dizer nada e fechou a porta novamente, mas de maneira menos brusca do que antes. Sentando-se na cama, olhou para a sopa e o pão fresco. Embora ainda sentisse medo, o fato de ter sido uma mulher a preparar a comida lhe trouxe um pouco mais de confiança. Ela tomou pequenos goles da sopa e ficou surpresa com o sabor reconfortante.
Depois de terminar parte da refeição, Audrey colocou a bandeja do lado de fora da porta, como havia feito antes. Dessa vez, deixou também um bilhete curto:
"Obrigada."
Quando Clara encontrou a bandeja e o bilhete, sorriu para si mesma, sentindo que havia dado um pequeno passo em direção a ganhar a confiança de Audrey.
No escritório da empresa, Tyler mal conseguia se concentrar. A preocupação com Audrey o consumia, e ele revisava mensagens e documentos de maneira mecânica. Quando o telefone tocou, era Clara, que trazia notícias.
- Senhor Tyler, só liguei para dizer que a Audrey comeu um pouco da sopa. Deixou um bilhete de agradecimento.
Tyler sentiu um peso sair de seus ombros e sorriu, mesmo que discretamente.
- Obrigado, Clara. Isso é um bom sinal. Continue sendo gentil com ela. Sei que não será fácil, mas cada passo importa.
Ao desligar, Tyler se recostou na cadeira, pensativo. Ele sabia que Audrey ainda estava com medo, mas o bilhete, por menor que fosse, parecia um começo.
Era tarde da noite quando Tyler finalmente voltou para casa. O trabalho o havia mantido ocupado mais tempo do que o esperado, mas, assim que entrou na mansão, seu pensamento voltou para Audrey. Ele subiu as escadas em silêncio, passando pelo corredor até parar em frente à porta do quarto dela. Por um momento, ficou ali parado, imaginando como ela estava.
Decidiu abrir a porta lentamente, sem fazer barulho. O quarto estava escuro, iluminado apenas pela luz da lua que entrava pela janela. Audrey estava deitada na cama, encolhida, como se ainda se sentisse insegura naquele lugar desconhecido. Tyler se aproximou, mantendo uma distância respeitosa, e ficou observando-a dormir.
Seu rosto parecia tranquilo, mas ele sabia que por trás daquele semblante havia muito medo e dor. Ele suspirou, sentindo um aperto no peito.
- Eu prometo, Audrey... vou fazer de tudo para te proteger e te dar paz. - sussurrou baixinho, antes de sair do quarto com cuidado para não acordá-la.
Continuar...
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Beatriz
Tyler precisa ter paciência nessa situação
2025-02-08
1
Beatriz
Acho que com a cozinheira ao lado de Audrey, ela pode se sentir segura.
ainda nem li todo e já quero mais capítulos
2025-02-08
2