5 O caminho

No cair da noite o mago, Jéssica e Lúcia acham uma caverna.

– Vamos descansar um pouco. - disse o mago - aqui é seguro. Os guardas não vão nos procurar à noite. 

– Como você sabe? Eles podem ter tochas.

– Eles não enxergam a noite como nós a enxergamos. Para os homens a noite é muito escura, e as tochas iluminam pouco.

Jéssica acenou com a cabeça em concordância, ela ficou olhando para as estrelas fora da caverna e lembrando dos caminhos que o mago fez com Lucia fizesse. 

– O plano é o seguinte, Lúcia, você vai fazer um caminho para nordeste e outro a sudeste, como nós viemos do oeste eles não vão achar que voltamos pelo caminho só pra pegar o caminho na noroeste  para o vulcão Curpe, vamos mandar eles pra sudeste, você fará um caminho mais longo assim eles vão achar que fomos por aquele caminho, esse mais curto a nordeste para eles acharem que estávamos em dúvida qual caminho tomar.

– E se eles pensaram ao contrário e pegaram esse caminho a nordeste? - perguntou Jéssica

– Não tem problema os dois vão dar no Vale Negro onde não há vida. Onde só encontrarão a morte no reino dos Orcs. Em pontas extremas do vale que é muito extenso, mas mesmo assim no vale. 

As lembranças fluíam, mas Jéssica decidiu descansar e dormir um pouco. Eles estavam andando desde a noite anterior e não tinham dormido ainda, ela estava muito cansada. Jéssica acordou sobressaltada, com Lúcia te chamando.

– Mãe, acorda. - sussurrou Lúcia para sua mãe. - Os guardas estão lá fora.

– Como?! - ainda sonolenta.

– O mago pôs um feitiço na entrada da caverna, estamos  bem por enquanto.

– Achei que os homens não andavam à noite. - indagou ela para o mago.

– Esses guardas são diferentes, eles são a guarda real da bruxa. O comandante é o capitão da guarda real e ele é um elfo e enxerga bem no escuro, não como as fadas mas enxerga. 

– Como?!! Existe elfos?

– Sim existe, não são muito, os que a bruxa não conseguiu corromper, ela os matou.

– E esse capitão é um deles?

   

– O melhor deles. 

  

– E eles tem magia?

   

– Não, mas são muito fortes, disciplinados, ótimos soldados. Um arqueiro elfo dificilmente erra.

   

– E o que vamos fazer? - Jéssica perguntou.

   

– Vamos esperar eles irem para podermos sair e seguir nossa viagem. 

   

Era meia noite e os guardas ainda estavam lá fora, já fazia umas duas horas e nada dos soldados irem. " Até quando vamos esperar" pensou Jéssica. Mas eles não viam a entrada da caverna.

   

– Não tem como você camuflar a gente? 

   

– Eu não posso, sou um mago elemental do ar, o feitiço de camuflagem só funciona em elementos, como rocha, madeira, terra e água. Não em pessoas, mas você consegue, Lúcia.

  

 – Eu?!! Como? - diz Lúcia espantada.

   

– Posso te ensinar o feitiço, você é uma princesa fada, na teoria você tem todas as magias, do fogo, das águas, da natureza (terra), elemental do ar e da luz. Até agora só a magia da natureza se manifestou, você pode fazer o feitiço de camuflagem numa pedra primeiro. 

   

Ele recitou algumas palavras estranhas, moveu os dedos e uma pedra sumiu. Estalando os dedos a pedra voltou. Então Lúcia tentou.

  

– Siminus Nebullus. - E nada.

   

– Se concentre.

   

Lúcia tentou mais de 10 vezes e nada. Então Belinha começou a latir na frente da entrada da caverna, ela correu pegou Belinha no colo e disse baixinho:

   

– Xiii, quieta, Belinha. - balançando os dedos ela - Siminus Nebullus. 

   

Um guarda apareceu diante dos olhos de Lúcia que ficou paralisada, Belinha deu um latido, mas aparentemente o guarda não escutou. Lúcia voltou para dentro da caverna. Se sentou no chão perto de sua mãe. 

  

Jéssica viu Lúcia pegar Belinha no colo e sumir de repente, nem o latido de Belinha conseguiu ouvir. 

   

– Lúcia?! 

   

– Tô aqui mãe.

   

Jéssica levantou e não escutou Lúcia falar. Então  ela sentiu uma mão no seu braço e virando viu Lúcia bem perto

   

– To aqui mãe.

   

Jéssica abraçou sua filha e lágrimas rolaram pelo seu rosto.

   

– Lúcia! Você sumiu, não escutei você.

   

– Como assim? Eu tô aqui não estou?

   

– Não estava. 

   

Então Lúcia estalou os dedos e aquela névoa que estava cobrindo as duas sumiu. O mago sorrindo disse.

   

– Parabéns princesa! Você conseguiu. 

   

– Mãe eu falei com você e você não me escutou.

   

– Nossa!! Uau!!

   

– Vai ser útil para sairmos daqui, não vão nos ver e nem ouvir. A dificuldade é que Lúcia tem que estar segurando a gente. 

   

– Ou ligada a ela.

   

– O que você pensou, mãe?

   

– Tudo que você segura some então podemos estar ligados por uma corda amarrada na sua cintura. 

   

– É uma boa ideia - disse o mago e olhando na sua sacola tirou de lá um barbante. - não é uma corda mas pode funcionar.

   

Amarrou o barbante na sua cintura, depois na de Lúcia e na de Jéssica. Deixando Lúcia no meio, ela pegou Belinha e falou as palavras, e ela viu uma névoa cobrindo o seu corpo ela olhou para o mago e percebeu e através do barbante a névoa foi até ele e até sua mãe também.

   

Assim eles saíram da caverna passando pelos guardas sem que eles percebessem, mas eles se viam e podiam conversar e escutar um ao outro. 

   

Depois de uma hora de caminhada. Lúcia pergunta se já podia tirar a camuflagem.

   

– Ainda não, vamos manter por mais uma hora. - disse o mago.

   

Jéssica achou que sua filha estava cansada.

   

– Tem outro pedaço daquele barbante, mago Marlon?

   

– Tenho sim, Lúcia, por que?

   

– Para por na Belinha, tô cansada de carregá-la.

   

O mago pegou um pedaço do barbante o suficiente para amarrar na cintura de Lúcia e na coleira de Belinha  que estava no chão. Começaram a andar, já estava amanhecendo quando avistaram uma cordilheira. No meio um vulcão ativo. 

   

– Estamos chegando ao vulcão Curpi, atrás dessa cordilheira está a cidade de Britocurpi.

   

– Eu estou com fome - reclamou Lúcia

   

O mago estendeu uma barrinha, ela fez uma cara de nojo mas pegou mesmo assim, sabia que tinha que comer. Mas ela queria uma comida diferente pra variar um pouco, já estava enjoada daquela barrinha.

   

Caminhar naquele deserto de pedras não era fácil, às vezes entrava pedrinhas no sapato de Jéssica, ela pensou que talvez quando chegasse na cordilheira seria melhor, mas não foi. 

   

Tiveram que escalar para chegar a uma passagem por entre as pedras. Um túnel atravessava a cordilheira por dentro. 

  

– Agora você pode tirar a camuflagem Lúcia.

   

– Ahh! Sim! Já tinha me esquecido da camuflagem. - disse ela estalando os dedos.

   

A névoa que estava sobre eles se dissipou, o caminho era escuro mas não era problema pois podiam ver no escuro. Mas era sem graça, um túnel de terra. Mas chegando do outro lado, Jéssica viu sinal de vegetação. Era diferente da sua dimensão, maiores e coloridas. Tinha uma estrada de terra marrom, cor de terra pela primeira vez, levava a uma cidade. Passaram por plantações variadas, tinha uma cachoeira que descia da cordilheira formando um rio que abastecia as plantações, passando por uma ponte de pedra que mais parecia um arco, chegaram a uma entrada onde o portão foi aberto para recebê-los. 

   

Atrás do portão, Jéssica viu uma cidade cheia de gente, homens, mulheres e crianças. Uma sentinela com uniforme dourado de orelhas pontudas falou com eles.

   

– Bom dia, mago Marlon, sua chegada era esperada. Me acompanhe uma carruagem está à sua espera.

   

A sentinela os levou até uma carruagem toda com detalhes dourados, o mesmo brasão do uniforme da sentinela estava na carruagem.

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