Andraluz: Relíquia de Pretos
Jéssica Alves Andrade, mulher de 40 anos, branca, com cabelos castanhos e lisos, feito luzes, para disfarçar os cabelos brancos, falsa magra, típica brasileira, empresária do ramo da beleza, viúva e com uma filha de 15 anos, adolescente, branca, cabelos castanho claro com umas mechas loiras na frente, corpo escultural e alta. Jéssica chegou na clínica de beleza e estética Jess Luminus às 08:30.
– Bom dia Ana, como está minha agenda hoje?
– Bom dia Jess, você tem uma cliente às 09:00, uma reunião às 10:30, sua irmã vem às 12:00 te pegar para o almoço e a partir das 15:00 você tem 4 clientes seguidos
– Reunião com quem?
– Artur Mattos, ele é o cara que comprou um quadro da sua filha, ele quer conversar com você sobre uma vernissage para expôr a arte dela.
– Tudo bem - fazendo uma cara de espanto - vamos ver o que esse 'cara' vai dizer.
Subindo as escadas para seu escritório, Jéssica pensou na possibilidade de sua filha ficar eufórica com a vernissage, mas não iria contar para ela ainda, iria conversar com Arthur Mattos primeiro. Já na hora do almoço com sua irmã.
– E aí Jaqueline, qual é a novidade?
– Simples, seu inventário está sendo finalizado.
– Tão rápido?
– Também achei, em apenas um ano, mas não foi por isso que eu quis almoçar com você.
– Não?!
– Foi para falar que os nossos pais querem passar em doação nossa herança.
– Por que isso agora?
– Coisa do pai, ele disse que não quer que a gente passe pelo inventário como você passou. Ele quer passar a fazenda para nós duas e a casa da cidade para a Janaína. O que você acha?
Janaína era a mais velha das irmãs com 43 anos, Jéssica era a do meio com 40 e Jaqueline a mais nova com 35.
– Eu concordo, sempre disse que a casa deveria ficar para ela pois é a única que não tem casa ainda. - sorriso para a irmã - E a fazenda você já administra mesmo
– É, mas depois da doação você terá que participar das decisões
– Eu confio em você.
– Sei. - Fazendo uma cara de deboche
– Aí Jack, sabe que eu confio. - rindo, as duas terminaram o almoço
Mais tarde já em casa.
– Oi filha.
– Oi mãe.
– Hoje eu conversei com Artur Mattos, ele quer que você exponha seus quadros em uma vernissage. O que você acha?
– Vernissage? Nossa mãe, que legal. Mas será que dou conta? Tenho poucos quadros.
– Ele falou que você pode pedir os quadros que vendeu emprestado, só para expôr. Colocando uma etiqueta de vendido. Ele disse que o dele está disponível para exposição.
– Nossa, acho que vai ser incrível. Para quando é a vernissage?
– Para mês que vem, ele vai marcar a data e me avisa, você tem mais ou menos 1 mês para produzir mais peças
– Ok, vou começar amanhã, você pode ir comigo para comprar mais material?
– Porque você não compra pela internet?
– Vai demorar para chegar, mãe.
– Eu esqueci desse detalhe. - e sorriu para a filha.
– Você pode amanhã?
– Amanhã não posso, minha agenda está cheia, mas na sexta de manhã pode ser? Depois da aula?
– Não posso na sexta, tenho trabalho de escola pra fazer.
– Ok.
– Mas eu posso no sábado, o que você acha?
– Bacana, no sábado então.
– Aí, mãe! Que brega, não se usa mais essa gíria
Rindo as duas foram fazer o jantar.
No sábado, foram em uma loja no centro, Jéssica morava na zona norte da capital e seu Studio de beleza ficava na zona nobre.
Na loja, Lúcia encontrou os materiais que faltavam como cores novas de tintas e telas. Enquanto Jéssica passava pelo caixa, Lúcia viu uma caixinha que chamou sua atenção. Era de madeira escura com adornos dourados, tinha uns símbolos diferentes, ela foi até a caixinha pois estava curiosa, um senhor idoso apareceu de repente e Lúcia se assustou.
– Não se assuste, menina, gostou do meu baú?
– Não parece um baú - retrucou Lúcia - é uma caixinha diferente.
– Tem razão, menina é uma caixinha diferente. - Disse o senhor - quer ela para você?
– Como? Eu acho que não entendi? O senhor quer me dar essa caixinha?
– Sim, acho que você é a pessoa certa para levá-la.
Atômica Lúcia não sabia o que responder.
– Ela é sua se você quiser. - insistiu o senhor.
– Ahh, eu não posso levar, já extrapolei meus gastos hoje, comprei minhas tintas e telas.
– É um presente para você, minha princesa
Achando estranho ela se afastou do senhor sem dizer nada.
Chegando em casa, quando foram guardar as compras, Jéssica achou a caixinha.
– Lúcia, que caixa é essa?
– Que caixa mãe?
– Está aqui, no meio das tintas.
Lúcia olhou a caixinha em cima da mesa e era a mesma da loja.
– Uai!!! Essa é a caixinha que eu vi na loja!!
– Na loja onde compramos as tintas?
– Sim, um senhor quis me dar de presente, você viu ele tava perto do caixa.
– Não vi nenhum senhor na loja.
– Viu sim, mãe, um senhor de barba branca,você me olhou quando ele me chamou de princesa, lembra?! E eu saí de perto pois conheço bem seu olhar de quando um estranho fala comigo.
– Não vi nenhum senhor. Olhei pra você porque já tinha pago a conta e era pra gente ir.
– Tá, então, outra coisa, como é que essa caixinha foi parar no meio das minhas coisas se estava com você?
– É estranho mesmo. - Jéssica ficou pensativa.
– Segunda a gente devolve na loja pois meu maninho vem pra almoçar.
– E só agora que você me avisa que o Henrique vem? Temos que começar a fazer o almoço.
Henrique é o enteado de Jéssica e cuidava da chácara, herança do falecido marido em uma cidadezinha do interior.
Elas estavam na cozinha quando Henrique chegou com a esposa e a filha.
– Oi vovó. - disse uma vozinha vindo de Helena de 5 anos.
– Oi meu amor - disse Jéssica, abaixando e abrindo os braços para a netinha.
– Acho que você mima demais a Helena, mãe. - Disse Lúcia com uma pontinha de ciúmes.
– Oi Lúcia, oi mãe. - disse Henrique, entrando atrás de Helena.
– Oi, meu filho. - respondeu Jéssica com Helena já no colo. - Temos um contrato para assinar.
Henrique se dava bem com Jéssica, quando seu pai se casou com ela, ele tinha 5 anos, ele aprendeu a respeitá-la como uma mãe. Tinha 10 anos de diferença de Lúcia, casou-se com Luiza com 20 por ela estar grávida e não se arrependia disso. Rapaz alto, cabelos e olhos castanhos, pele levemente morena como o pai. Dedicado, cuidava da chácara e da produção do pomar de macieiras que ocupavam 10 hectares do total de 100. Além disso, também tinha galinhas, vacas, porcos e uma horta perto da sede. Ele morava na chácara mas de vez em quando vinha até a capital para vender as maçãs, às vezes ovos, quando as galinhas botavam acima da média, ele cuidava de tudo que relacionava a chácara
– Ajuda a Lúcia a terminar o almoço, Luiza?
– Claro, sogra.
– Vamos pro escritório Henrique.
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Atualizado até capítulo 35
Comments
Ana Claudia Novaes da Costa
ótima primeira impressão para o primeiro capítulo, tem bastante potencial
2025-01-31
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