Mostrar meus talentos
Depois de terminarem a comida e a cerveja, Naquila e Jae-hyun se levantam para pagar. Mr. Vodka, animado, circula ao redor deles, como se já estivesse pronto para outra aventura. Jae-hyun, carregando o prato vazio e os copos, se aproxima do balcão, mas é LaCroix quem toma a iniciativa antes que ele diga algo.
LaCroix
— Não se preocupe com isso. É por minha conta.
Naquila, que estava prestes a protestar, sente LaCroix puxar levemente seu braço.
Ela olha para a loira com os olhos arregalados, e LaCroix sorri com aquele jeito confiante que parecia ser sua marca registrada.
LaCroix
— Aqui, caso precise de algo. Ou se quiser voltar pra uma conversa... ou qualquer outra coisa.
*Ela desliza um pedaço de papel com seu número escrito e o coloca na mão de Naquila antes que ela possa recusar.*
Naquila fica sem palavras por um momento, e Jae-hyun, ao perceber o que estava acontecendo, solta um assobio abafado enquanto tenta segurar o riso. LaCroix se afasta, ainda com aquele sorriso provocador, e Naquila apenas coloca o papel no bolso, tentando não parecer desconfortável.
Jae-Hyun
*Baixinho, apenas para Naquila ouvir.*
— E você dizia que ela só estava sendo simpática... tá mais interessada que o Mr. Vodka por salsichas.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Cala a boca antes que eu te deixe aqui.
Enquanto eles se preparam para sair, Jae-hyun se vira para o homem idoso atrás do balcão, LaMuor, que havia ficado em silêncio durante toda a cena, exceto por resmungar contra o bêbado.
Jae-Hyun
— Ei, senhor... você sabe de algum lugar pra gente ficar? E, mais importante, alguém que saiba mexer em carros?
LaMuor olha para ele por cima dos óculos, franzindo a testa como se estivesse pensando.
LaMuor
— Tem um hotel pequeno a um quarteirão daqui. Nada luxuoso, mas dá pro gasto.
Jae-Hyun
— E o carro? Tô com medo que ele desmonte ali na estrada.
LaMuor
— Posso dar uma olhada de manhã, se quiserem. Minha filha mais nova é mecânica. Ela entende mais do que eu dessas porcarias modernas, mas posso tentar quebrar o galho até ela chegar.
Jae-Hyun
— Certo, vamos aceitar sua ajuda. A última coisa que quero é ficar preso aqui sem transporte.
Jae-hyun olha para Naquila, que dá de ombros, claramente ainda tentando processar o número no bolso e o sorriso descarado de LaCroix.
LaMuor
— Beleza. Deixem a chave do carro antes de irem pro hotel. Amanhã cedo eu dou uma olhada.
Depois de agradecerem, os dois saem do bar, com Mr. Vodka andando alegremente ao lado deles. A rua está fria e quase deserta, mas eles conseguem avistar o hotel que LaMuor mencionou, um pequeno prédio com janelas iluminadas e uma placa discreta.
Enquanto caminham, Jae-hyun não consegue conter sua curiosidade.
Jae-Hyun
— Então, vai me contar ou eu preciso roubar o papel do seu bolso pra descobrir o que tá rolando?
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Não tem nada pra contar, Jae. Ela foi só... educada.
Jae-Hyun
— Ah, claro. Chamar você de “docinho”, te dar um número e praticamente despir você com os olhos é pura educação. Que tipo de bares você frequenta normalmente?
Naquila revira os olhos, mas não consegue evitar um pequeno sorriso. Talvez, só talvez, a atenção de LaCroix não tenha sido tão ruim quanto ela queria acreditar. Eles finalmente chegam ao hotel, prontos para encarar o próximo desafio da noite: tentar descansar e descobrir como sair daquela vila no dia seguinte.
Jae-hyun e Naquila empurram a porta do hotel, o som do pequeno sino acima da entrada ecoando no ambiente silencioso. O lugar era simples, com paredes em tons amarelados e uma recepção antiquada, decorada com vasos de plantas artificiais e um quadro torto de uma paisagem que parecia tirada de um catálogo barato.
Atrás do balcão, uma senhora de cabelos grisalhos, usando óculos que pareciam grandes demais para o rosto, lia um livro, mas levanta o olhar assim que percebe os dois entrando com Mr. Vodka animado na coleira.
Velha
— Cães não são permitidos.
Jae-hyun suspira, já exausto, mas Naquila, com seu charme habitual, decide entrar em ação.
Jae-Hyun
— Olha, ele é um cachorro muito bem-educado. Não late, não morde, e até sabe buscar cerveja da geladeira. Aposto que ele é mais comportado do que a maioria dos hóspedes daqui.
Mr. Vodka, como se entendesse, senta-se calmamente ao lado de Naquila, balançando o rabo devagar. A recepcionista observa a cena e resmunga algo inaudível antes de pegar um pequeno livro de registros.
Velha
— Só desta vez. Mas se ele fizer bagunça, estão fora.
Ela ajusta os óculos e começa a procurar algo.
— Tem sorte que o quarto número 12 está disponível. Uma cama de casal.
Jae-Hyun
— Uma cama só? Tá brincando, né?
Velha
— É isso ou dormir na rua.
Naquila dá de ombros, já pegando a carteira para pagar.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Tudo bem, a gente se vira.
Jae-Hyun
— Claro, eu vou dormir abraçado no chão com o Mr. Vodka enquanto você se esparrama na cama.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Você é magro, dá pra caber todo mundo na cama.
A recepcionista entrega a chave, claramente sem paciência para o humor dos dois. Jae-hyun pega a chave com um leve resmungo, e eles seguem para a escada. O hotel não tinha elevador, e o caminho até o segundo andar é estreito e mal iluminado. Mr. Vodka sobe os degraus com facilidade, enquanto Jae-hyun carrega a mochila e tenta não tropeçar em nada.
Eles finalmente chegam ao corredor, que tem cheiro de madeira velha e um leve toque de mofo. A porta número 12 está ao fundo, com a pintura descascada.
Jae-Hyun
— Isso tá cada vez mais com cara de filme de terror. Se aparecer um espírito no meio da noite, você resolve.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Se eu morrer primeiro, vou puxar seu pé só pra te assustar.
Jae-hyun revira os olhos e gira a chave na fechadura. O quarto é pequeno, mas pelo menos limpo. A cama ocupa quase todo o espaço, com um pequeno criado-mudo ao lado e uma janela que dá para a rua silenciosa. Ele fecha a porta atrás deles enquanto Mr. Vodka salta diretamente para a cama, ignorando qualquer regra de "cachorro educado".
Jae-Hyun
— Tá vendo? Até ele sabe que o lugar é dele.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Se ele roncar, eu juro que coloco ele na varanda.
Os dois desabam na cama, exaustos, enquanto Mr. Vodka se ajeita no meio, já cochilando. Jae-hyun tira os sapatos e puxa a mochila para perto, verificando rapidamente se tudo estava ali para o dia seguinte.
Lá embaixo, o barulho do sino na recepção indica que outro hóspede chegou. Mas no quarto 12, Jae-hyun e Naquila estão prontos para dormir — ou ao menos tentar.
O cheiro de café quente invade o pequeno quarto onde Jae-hyun e Naquila estão se espreguiçando. O sol entra suavemente pela janela, iluminando o espaço minúsculo e dando a sensação de que o dia começaria de maneira tranquila, apesar da noite tumultuada. Mr. Vodka ronca baixinho na cama, ainda ocupado sonhando com... algo que provavelmente envolvia comida.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Não sei como você consegue dormir com esse cachorro roncando. Parece um motor de carro.
Jae-Hyun
— Ele é fofo, deixa ele. Eu vou me arrumar.
Jae-hyun, com cara de sono, se levanta e vai até o banheiro. Naquila, sem muita cerimônia, se joga na cama por mais alguns minutos. O tempo passa rápido e, antes que percebam, eles já estão prontos. Eles decidem sair do hotel, deixando Mr. Vodka no quarto e indo direto para o bar de ontem, ainda com um certo peso no estômago por causa do acontecimento da noite anterior.
O dia está calmo, e o vento fresco da manhã corta um pouco o calor que começa a surgir. Ao chegarem no bar, a primeira coisa que percebem é o cheiro de óleo e graxa no ar. O local está relativamente vazio, com poucas pessoas sentadas em mesas, mas o som de uma chave de fenda sendo usada logo chama a atenção deles.
Jae-Hyun
— Acho que alguém tá fazendo mais do que servir bebida aqui.
Eles encontram LaMuor, entregando uma grande chave inglesa no meio da rua, com uma expressão concentrada. A cena, porém, não para por aí. Sob o carro estacionado ao lado do bar, uma figura se move, mexendo com as ferramentas e sujando as mãos de graxa e óleo. Quando a pessoa se levanta, é impossível não notar o braço robótico que se destaca no corpo da mulher. Ela é alta, com uma postura imponente e um olhar de quem não leva desaforo pra casa. A aparência robusta é complementada por um braço forte e musculoso, enquanto o outro é feito de metal e tem um brilho futurista.
LaMuor
— Ah, vocês chegaram! Deixa eu apresentar.
*Ele dá uma olhada para a mulher debaixo do carro e sorri.*
LaLux se ergue do chão e limpa a graxa das mãos com um pano, deixando sua expressão severa brilhar enquanto observa Jae-hyun e Naquila com curiosidade. Ela estende a mão para cumprimentá-los, mas a força do aperto é implacável.
LaLux
— Então, vocês são os viajantes. Espero que o carro de vocês não precise de muito trabalho, porque eu não sou de fazer milagre.
Naquila dá um sorriso discreto, mas rapidamente percebe que LaLux não é uma mulher de rodeios. Seus olhos percorrem LaLux com uma curiosidade desconcertante, embora não tenha certeza do que exatamente ela sente. A jovem de cabelo castanho e braços imponentes é difícil de ignorar, com aquele jeito mais bruto e direto de ser.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Não se preocupe, acho que é só um probleminha no motor. Nada que um bom mecânico não consiga resolver.
LaLux
— Pois eu sou esse bom mecânico. Se precisar de ajuda, pode contar comigo.
Jae-hyun olha para LaMuor, que sorri de forma orgulhosa, como se estivesse exibindo sua filha como um troféu.
Jae-Hyun
— E o que exatamente você fez com esse braço?
LaLux
* Dá uma risada baixa, visivelmente orgulhosa da tecnologia que possui.*
LaLux
— Ah, esse? Fui eu mesma que instalei. Um acidente de trabalho... mas não se preocupe, ele é muito mais eficiente que um braço de carne e osso.
*Ela olha para Naquila com um sorriso descarado*
Naquila, ainda observando a jovem, não pode deixar de sorrir quando percebe o quão à vontade ela parece com a situação. LaLux é sem vergonha, de uma forma que lembra um pouco LaCroix, mas há algo mais intrigante nela, algo que atrai Naquila de uma forma desconcertante.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Muito legal, mas não sei se estou pronta para colocar meu carro nas mãos de uma... mecânica com um braço de metal.
LaLux
* Sorri de canto, sem qualquer hesitação, mantendo o olhar fixo em Naquila.*
LaLux
— Pode ficar tranquila, eu sou muito boa no que faço. E se precisar de mais do que as mãos para te impressionar, posso mostrar outros talentos...
Naquila quase solta uma risada nervosa, mas a presença de LaLux e a falta de pudor da jovem a deixam intrigada. Jae-hyun, vendo o jogo de olhares, solta um resmungo baixo e tenta interromper o momento, desviando o foco.
Jae-Hyun
— A gente pode só consertar o carro antes de qualquer flerte, talvez?
LaLux solta uma risadinha e, com um aceno de cabeça, vai até o carro, sem se importar com o desconforto na conversa. LaMuor observa a cena, agora com um sorriso mais discreto, e sinaliza para que Jae-hyun e Naquila o sigam até o lado de fora do bar.
LaMuor
— Venham, eu mostro onde ela vai mexer no carro. O resto, deixa com ela. Ela não vai deixar vocês na mão.
O clima fica mais leve enquanto eles seguem para o carro, e, no fundo, Naquila não consegue evitar que um sorriso se forme no rosto. Talvez essa parada na vila tivesse mais do que apenas problemas mecânicos para resolver...
Enquanto Jae-hyun, Naquila e LaMuor estão fora, o clima dentro do quarto do hotel está um pouco mais... caótico. Mr. Vodka, o cachorro, que por toda a manhã dormiu pacificamente no colchão, começa a latir furiosamente, interrompendo o silêncio do local. Ele não estava acostumado a ficar sozinho, e aquele barulho insistente só aumentava à medida que o cachorro se sentia mais incomodado.
Sem mais nem menos, a recepcionista entra no quarto, com uma expressão irritada e franzindo o cenho, com os óculos caídos na ponta do nariz. Ela olha para o cachorro, que está rosnando e pulando na cama, parecendo mais assustado do que agressivo.
Velha
*Com cara de poucos amigos*
— O que é isso agora, hein?! Não aguento mais esse barulho!
Velha
— Isso não é uma creche, mocinho! Sai já dessa cama, senhor cachorro!
Ela se aproxima de Mr. Vodka e, de forma completamente indiferente, pega-o pelo colarinho, como se fosse um saco de batatas. O cachorro, que até aquele momento estava em alerta total, se assusta ainda mais com o tratamento inesperado e começa a latir mais alto, agitando-se enquanto é carregado até a porta do quarto.
Velha
— Agora, vai pra rua! Não quero mais essa barulheira dentro do hotel!
Ela abre a porta e, sem dó, joga Mr. Vodka para fora do quarto, trancando-a imediatamente depois. O pobre cachorro, ainda com a cara de confusão, olha ao redor, tentando entender o que acabou de acontecer.
Mr. Vodka ( Cachorro de Jae-Hyun)
ROOF... Roof ROOF Roof? ROOF Roof ROOF Roof?! roof...AUUUUUUUUUU!
Mr. Vodka ( Cachorro de Jae-Hyun)
*pensando*
Eu... Eu fui expulso? Que merda é essa?! Velha burra... morfética!
Assustado, Mr. Vodka começa a correr pela rua do vilarejo, seus passos ecoando nas calçadas estreitas enquanto ele foge para longe da recepcionista, que, com um suspiro de desdém, volta para sua cadeira na recepção do hotel, voltando a fingir que nada aconteceu. O cachorro, no entanto, não sabe o que fazer, mas seu instinto de liberdade o leva a procurar abrigo entre algumas caixas de madeira na esquina.
Lá, ele fica parado por um momento, como se estivesse decidindo se deveria voltar ou continuar sua fuga para o desconhecido. Mas, ao longe, vê um movimento. Ele, então, resolve ir atrás do som, deixando para trás o calor do hotel e o olhar fulminante da recepcionista.
Comments
L3t1c14 M3n3z35 F0nt35
Acertei! Espera isso já tinha sido citado antes? Tô com a impressão que deixei algo passar.
2025-02-03
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L3t1c14 M3n3z35 F0nt35
Eu percebi que todas essas personagens começam com "La, será que são tudo da mesma família?
2025-02-03
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L3t1c14 M3n3z35 F0nt35
Eu quero ser madrinha, só digo isso, seja de quem for, eu quero é preciso pelo menos de um pedaço de bolo.
2025-02-03
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