Kayla

Desde muito jovem, ela percebeu que algo diferente corria em suas veias. Sua mãe sempre a alertava para não confiar em ninguém sobre os segredos da família, mas Kayla sentia uma atração irresistível pelos mistérios ocultos da escuridão.

Aos 7 anos, ela teve o primeiro encontro com os Deuses da Escuridão. Enquanto brincava sozinha perto de um antigo altar esquecido pela vila, foi envolvida por uma sombra densa que parecia sussurrar seu nome. Em transe, ela caiu em um sono profundo, e naquele momento, o sangue de sua linhagem antiga foi ativado. Quando acordou, o corpo dela estava imbuído de uma energia poderosa e misteriosa. Seus olhos agora eram de um roxo profundo, como se refletissem a própria noite.

Conforme crescia, Kayla foi treinada na arte da manipulação das sombras. Aprendeu a ler as intenções das pessoas, a se mover silenciosamente como a noite e a controlar as energias sombrias ao seu redor. Mas, em seu coração, sempre havia uma curiosidade inquieta. Ela sabia que os Deuses da Escuridão não davam poder gratuitamente, e queria entender o preço que sua linhagem pagava por tudo o que ela possuía.

Ao atingir os 14 anos, Kayla já era uma jovem formidável, mas também sentia um vazio profundo. Ela sabia que estava destinada a algo maior, algo além da aldeia e dos limites que ela mesma impusera a sua vida. O encontro com Visc foi um marco crucial. Ela reconheceu nele uma alma similar à sua, alguém que, como ela, carregava a marca da escuridão.

Kayla não hesitou em usar seus poderes para guiá-lo, manipulá-lo, e, quem sabe, moldá-lo. Ela sabia que sua jornada estava entrelaçada com a dele, mas ainda restava a dúvida sobre o quanto ela estaria disposta a arriscar para cumprir seu destino. A escuridão, afinal, nunca perdoa os que não a entendem completamente. E Kayla, mais do que ninguém, sabia que nada poderia sair impune de sua presença.

Agora, com o poder dos Deuses da Escuridão fluindo através dela e a missão de ajudar Visc a moldar seu próprio destino, Kayla continuava sua jornada — um caminho obscuro e imprevisível, onde nem mesmo os Deuses sabiam o que viria a seguir.

Kayla tinha apenas 14 anos, mas sua

compreensão da escuridão era vasta, e seu poder, profundo. Ela não era apenas uma seguidora dos Deuses da Escuridão, mas uma escolhida. Seu sangue era raro, marcado por uma linhagem antiga que corria em suas veias, um legado sagrado que muitos cobiçavam. Diziam que quem bebesse o sangue de Kayla ganharia uma força inusitada, um poder imensurável capaz de distorcer até o mais forte dos destinos. Mas, ao contrário dos Deuses da Luz, aqueles que buscavam seu poder não saíam imunes: a escuridão cobrava um preço alto.

A jovem sorriu de forma enigmática para Visc, sentindo que ele começava a entender que ela não era uma simples aliada. Ela estava ali por um motivo muito maior, algo que ela mesma mal compreendia completamente. Mas ela sabia que ele precisaria dela, talvez mais do que imaginava.

Enquanto viajavam juntos, Kayla guiava Visc pelos caminhos mais sombrios, longe das trilhas comuns. Ela o ensinava a controlar suas emoções, a entender os fluxos da escuridão ao redor deles, e a usar isso a seu favor. Mas havia algo mais nas palavras de Kayla, algo que Visc não podia ainda perceber completamente. Ela o guiava, mas também o manipulava. Seu conhecimento sobre a escuridão e suas intenções não eram apenas para ajudá-lo, mas para moldá-lo de acordo com seu próprio plano.

Ela nunca mencionava diretamente o sangue que corria em suas veias, mas Visc sentia o poder que ela emanava, quase palpável. Algumas vezes, em momentos de silêncio, ele a observava, sentindo uma leve tensão no ar, como se a qualquer momento ela pudesse se transformar em algo completamente diferente. Mas ele não tinha tempo para se perder em suspeitas. O Reino de Solastria estava mais perto a cada passo, e com ele, um novo desafio, uma nova batalha.

Na calada de uma noite, quando as estrelas estavam encobertas pelas nuvens escuras, Kayla o conduziu até uma caverna oculta nas montanhas. O ar estava carregado de uma energia densa, como se a própria terra estivesse retendo segredos. Kayla parou em frente à entrada, os olhos brilhando com uma luz interna que Visc nunca vira antes.

"Você sente isso?" ela perguntou suavemente, mas sua voz estava imbuída de uma autoridade que ele não podia ignorar. "É a presença deles."

Visc franziu a testa, mas antes que pudesse perguntar, Kayla se adiantou, entrando na caverna sem hesitar. Ele a seguiu, sentindo o peso da atmosfera, como se algo observasse cada movimento. As paredes da caverna estavam cobertas de símbolos antigos e inscrições, como se aquelas cavernas tivessem sido um lugar de culto há milênios.

Quando chegaram ao centro da caverna, Kayla parou e levantou os braços, invocando algo que Visc não conseguia compreender completamente. Um vento frio começou a soprar, e as sombras ao redor deles se moveram de forma inquietante. A presença dos Deuses da Escuridão estava agora palpável, e Visc sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

Kayla fechou os olhos, seus lábios murmurando palavras que pareciam vir de um tempo distante, um idioma que Visc nunca ouvira. O chão começou a tremer levemente, e então, em um instante, tudo ficou em silêncio. As sombras que se moviam agora pareciam observá-los, como se estivessem esperando uma resposta.

"Ouça, Visc", disse Kayla, sua voz grave e misteriosa. "Esses Deuses não são como os outros. Eles não te darão poder por misericórdia. Eles te darão poder porque vêem algo em você. Algo que você ainda não compreendeu totalmente. E, se você quiser, pode tomar o poder deles. Mas, para isso, precisará fazer um sacrifício."

Visc não sabia se estava pronto para isso. Sacrifícios nunca eram fáceis, e ele sentia que algo em seu interior resistia à ideia. Mas a tentação era grande. O poder dos Deuses da Escuridão era vasto e tentador.

"Que sacrifício?" perguntou ele, a voz baixa e cautelosa.

Kayla olhou para ele com seus olhos roxos profundos, como se estivesse lendo sua alma. "Você terá que decidir, Visc. Você está disposto a sacrificar sua humanidade em busca do poder absoluto? O que você está disposto a perder para ganhar o que os Deuses da Escuridão podem oferecer?"

Ele sentiu a pressão das palavras de Kayla, como se estivesse diante de uma encruzilhada em seu destino. O poder era irresistível, mas o preço poderia ser maior do que ele imaginava. Ele olhou para ela, percebendo que sua manipulação não era só uma questão de controle, mas de um jogo que ela estava jogando com ele — um jogo que envolvia não apenas sua vida, mas a de todos ao seu redor.

"Eu farei o que for necessário", disse ele, a decisão formada em seu coração. Ele sabia que o que estava por vir não seria fácil, mas sua determinação era mais forte que qualquer dúvida.

Kayla sorriu, um sorriso que misturava mistério e triunfo. "Então beba, Visc. Beba o que é necessário para se tornar o que você nasceu para ser."

Com essas palavras, ela deu a ele um pequeno cálice dourado, seu conteúdo pulsando com uma energia escura, uma substância que emanava uma aura de poder incontrolável. Visc sabia que o que estava prestes a fazer mudaria tudo — e não havia mais volta.

Ele levantou o cálice, sentindo a conexão com a escuridão crescer a cada segundo, e levou o líquido à boca. Ao fazer isso, sentiu seu corpo ser invadido por uma energia densa, uma força desconhecida que parecia preencher cada célula de seu ser.

Kayla observou-o com olhos atentos, sabendo que este momento seria decisivo. Ela sabia que, ao beber o sangue dos Deuses, Visc estava dando o primeiro passo para algo grandioso — ou fatal.

"Agora", ela disse, a voz quase sussurrante, "você está pronto para a verdadeira jornada."

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