Serei o mais forte

No entanto, a curiosidade de Visc era mais forte que o medo. Ele sabia que estava à beira de algo monumental, e a sede por poder e conhecimento o impulsionava a continuar explorando as fronteiras do proibido. A avó, Yara, o guiava com paciência, mas suas palavras estavam sempre cheias de advertências. Ela sabia que o caminho que ele escolhia trilhar não tinha retorno.

Com o passar das semanas, Visc começou a perceber a verdade por trás das lendas que os reinos contavam sobre os Deuses da Escuridão. Eles não eram simplesmente deuses da destruição, como todos pensavam. Eles eram as forças primordiais que governavam aspectos do universo que a maioria das pessoas não compreendia: o ciclo da morte e renascimento, a escuridão da mente humana, os limites do poder e da liberdade.

Um dia, durante um ritual especialmente profundo, Yara revelou a Visc uma visão perturbadora. Ele viu o futuro de Vernência, seu reino natal, não mais como um simples herdeiro do trono, mas como um líder poderoso que uniria os reinos sob uma nova ordem, onde a luz e a escuridão coexistiriam em equilíbrio.

"Você será o governante que todos temem, mas também o que todos precisam", disse Yara, olhando-o com uma intensidade que parecia atravessar sua alma. "Os Deuses da Escuridão não querem apenas servos. Eles querem um mestre. E você, meu neto, é esse mestre."

Visc sentiu uma mistura de ansiedade e euforia. Ele estava sendo preparado para algo imenso, algo que poderia mudar o destino de todo o mundo. No entanto, ao mesmo tempo, ele sentia o peso da responsabilidade. Como governante, ele teria que lidar com as consequências de seus atos, que poderiam afetar todos os reinos, desde os elfos de Solastria até os feiticeiros de Trazzon. A escuridão que agora despertava dentro dele poderia ser tanto sua maior força quanto sua maior fraqueza.

Quando a noite caía, Visc passava horas meditando, aprofundando-se nas artes ocultas dos Deuses da Escuridão. Ele aprendia a invocar fragmentos de poder que pareciam vir de outra dimensão, e sua conexão com os Deuses se tornava cada vez mais forte. No entanto, também sentia a presença de algo mais sombrio, algo que observava e testava sua determinação.

Enquanto isso, Yara continuava a ensinar-lhe sobre as forças cósmicas que moldavam a realidade. Ela o alertava sobre os perigos da escuridão que ainda precisava aprender a controlar. "Nem todos os que buscam poder conseguem controlá-lo", ela dizia. "O que você está aprendendo não é apenas uma dádiva, Visc, mas uma maldição, se você não for cuidadoso."

Certo dia, enquanto praticava um dos rituais mais avançados, algo inesperado aconteceu. Visc foi confrontado por uma visão de sua mãe, Aisha. Ela apareceu diante dele, com um olhar triste, mas firme, como se soubesse o que ele estava fazendo.

"Visc", ela disse, sua voz ecoando no espaço vazio ao redor dele. "Eu temia que você seguisse este caminho. Os Deuses da Escuridão não são misericordiosos. Se você os seguir, perderá o que resta de sua humanidade."

Visc sentiu um frio percorrer sua espinha. Ele sabia que estava diante de um dilema difícil. Mas a sua avó, Yara, sempre o guiava com palavras que o mantinham firme. "Sua mãe tem medo do poder que você pode alcançar", ela disse quando ele compartilhou a visão com ela. "Mas lembre-se, o medo é o maior inimigo do verdadeiro líder."

Ele ficou em silêncio por um momento, ponderando sobre as palavras da mãe e da avó. Em seu coração, uma batalha silenciosa acontecia. Ele sabia que se escolhesse continuar esse caminho, não havia mais volta. Ele não poderia mais ser o mesmo Visc que havia saído de Vernência em busca de respostas. Ele teria que decidir: seguir a luz e o legado do império, ou abraçar a escuridão e o poder dos Deuses da Escuridão.

A cada dia que passava, as sombras se tornavam mais profundas em seu coração, e as possibilidades de seu futuro se multiplicavam. Se ele realmente aceitasse seu destino como mestre da escuridão, o mundo seria moldado por sua vontade. Mas essa escolha também poderia significar sua queda, uma vez que seus inimigos o veriam como uma ameaça que não poderia ser deixada prosperar.

Visc sabia que não poderia mais hesitar. O momento de tomar sua decisão estava se aproximando, e com ele, o destino de todos os reinos.

- Eu vou abraçar a escuridão e serei o mais forte de todos!

Visc sentiu uma onda de poder em seu peito, um impulso primitivo que parecia engolir sua mente e seu coração. Ele não hesitou mais. As palavras de sua avó, Yara, ecoaram em sua mente, e ele sentiu que, finalmente, estava pronto para abraçar seu destino. A escuridão não era algo a ser temido, mas algo a ser conquistado. Ele iria transcender os limites que os Deuses da Luz impunham sobre o mundo e reescrever as regras do poder.

Com a decisão tomada, Visc se aprofundou ainda mais nos rituais secretos que Yara lhe ensinara. As sombras ao redor da cabana pareciam se intensificar à medida que ele dominava as técnicas mais profundas e perigosas. Ele invocava fragmentos do poder cósmico com precisão, cada vez mais confiante, até que um dia, durante uma meditação profunda, sentiu algo incomum. A escuridão não era mais apenas um poder a ser controlado, mas uma entidade com vontade própria, observando-o atentamente, testando-o.

Visc se levantou, sentindo o ar se tornar denso e carregado de energia. Uma presença se fez sentir na sala, uma força primordial que ele agora sabia ser um dos Deuses da Escuridão. Seus olhos brilharam com uma intensidade sobrenatural, e uma voz profunda e retumbante ressoou em sua mente.

"Você escolheu a escuridão, jovem herdeiro", disse a voz, suas palavras reverberando como um trovão. "Mas saiba que o preço do poder é sempre alto. Você está pronto para pagar?"

Visc, sem medo, olhou para o vazio à sua frente. Ele sabia que essa era a prova final. Se ele fosse fraco agora, perderia tudo. "Estou pronto", disse com firmeza.

A presença parecia sorrir, embora Visc não visse nada. "Muito bem. A sua linhagem é rara, e o poder que você agora possui não tem igual. Mas lembre-se, cada ação que você tomar terá consequências que vão além do que você pode compreender. A escuridão não perdoa os fracos."

Visc sentiu uma explosão de energia tomar seu corpo. O poder dos Deuses da Escuridão fluía através dele como um rio impetuoso, moldando sua alma, expandindo seus limites. Ele sabia que, naquele momento, sua jornada para se tornar o mestre dos Deuses da Escuridão havia realmente começado.

Quando a energia se dissipou, ele caiu de joelhos, exausto, mas com uma sensação de força nunca antes experimentada. Yara estava ali, observando-o com um olhar de aprovação, mas também de cautela.

"Você é agora mais forte do que jamais imaginei, Visc", disse ela, com um tom grave. "Mas o mundo ainda não está pronto para o que você se tornará. Os reinos não vão aceitar alguém como você no poder, e as forças da luz certamente tentarão destruí-lo."

Visc se levantou, agora com uma confiança inabalável. "Eu não busco aprovação. Busco controle. E vou mostrar a todos que a escuridão pode ser a chave para a verdadeira liberdade."

Yara olhou para ele por um longo momento, como se tentasse ler sua alma. "Você vai precisar de aliados", disse ela finalmente. "Mas escolha-os com sabedoria, Visc. Mesmo os Deuses da Escuridão não governam sozinhos."

Visc assentiu, sabendo que a solidão não seria sua aliada. Ele precisaria de poderosos aliados de diferentes reinos para realizar sua visão. E ele sabia exatamente onde começar.

Nos dias seguintes, ele se preparou para deixar Elfrieden e retornar aos outros reinos. Havia muito a fazer, e o tempo estava se esgotando. O Império de Vernência, o Reino dos Elfos de Solastria, o Reino dos Demihumanos de Aldor, os Magos de Weso e os Feiticeiros de Trazzon… todos esses reinos precisavam ser unidos sob sua liderança, mas isso só seria possível através de estratégias cuidadosas e alianças poderosas.

Primeiro, ele pensou no Reino de Solastria, onde os elfos estavam conhecidos por sua lealdade aos Deuses da Luz. Eles seriam um obstáculo, mas não um inimigo imbatível. Ele precisaria de uma maneira de mostrar a eles que a verdadeira força vinha da união entre luz e escuridão, que o equilíbrio entre os dois poderia criar uma paz que os Deuses da Luz nunca poderiam proporcionar.

Depois, havia o Reino de Aldor, onde os Demihumanos viviam sob uma hierarquia rígida, mas muitos entre eles desejavam mais liberdade e poder. Eles poderiam ser aliados poderosos, desde que ele soubesse como manipular seus desejos.

Visc também não podia ignorar os Magos de Weso, que, apesar de sua poderosa magia, estavam divididos em facções e eram frequentemente mais voltados para seus próprios interesses do que para o bem do reino. Se ele conseguisse uma aliança com eles, sua força mágica poderia ser inigualável.

E, por fim, os Feiticeiros de Trazzon, com sua magia obscura e proibida. Eram um grupo perigoso, mas eles teriam muito a ganhar ao se aliar a um líder como Visc, que poderia lhes dar o poder que sempre desejaram.

Com esses pensamentos em mente, Visc se despediu de sua avó, Yara, prometendo voltar após estabelecer as primeiras alianças. Ele sabia que a estrada à frente seria longa e traiçoeira, mas nada mais poderia deter o ímpeto do poder que ele agora possuía. Ele estava pronto para reescrever o destino de todos os reinos, e a escuridão seria sua aliada na busca por esse novo mundo.

O futuro estava em suas mãos, e Visc não iria mais se contentar em ser uma peça no jogo dos outros. Ele seria o mestre, e todos os reinos, mesmo os mais iluminados, teriam que se curvar diante dele.

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Comments

Shinn Asuka

Shinn Asuka

😍 Não consigo parar de sorrir como uma boba depois de ler essa história...

2025-01-15

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