Capítulo - 3

Melinda

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A batalha contra o ninho dos rastejantes foi como entrar no coração de uma tempestade. Violenta, imprevisível e implacável. Mesmo agora, horas depois, meu corpo ainda carrega as marcas da luta, arranhões na pele, músculos doloridos e o peso da adrenalina que ainda não desapareceu.

O rio aqui é uma dádiva. Suas águas cristalinas refletem a lua azulada deste planeta, uma visão tão alienígena quanto fascinante. Mergulho mais uma vez, tentando acalmar o turbilhão de sensações que percorre meu corpo. Mas algo está errado.

Uma excitação inexplicável me consome, uma onda de calor que nem a água fria consegue apagar. É como se uma chama tivesse sido acesa em algum lugar profundo, e ela cresce, devorando-me.

O som de passos quebrando galhos me tira do devaneio. Ergo os olhos para a direção do barulho e vejo Conex emergir das sombras. Ele está sem camisa, o brilho da lua refletindo na sua pele marcada por cicatrizes de batalhas. Nas mãos, ele carrega algo que parece ser frutas locais, exóticas e coloridas.

— Depois da batalha intensa, presumo que você esteja faminta. Eu trouxe algumas frutas. — Sua voz é grave, mas carrega uma suavidade que me desarma.

Seus olhos me encontram, profundos e ardentes, e algo na forma como ele diz faminta faz o calor dentro de mim se intensificar.

Ele está apenas de calça, os cabelos caindo até a nuca, bagunçados, mas de um jeito que só aumenta sua presença. A luz azul da lua brilha sobre nós e dança na superfície da água.

Sinto um impulso primitivo, incontrolável. Sem pensar, me levanto da água, completamente nua, as gotículas de água escorrendo pela minha pele. Dou um passo em sua direção, meus olhos fixos nos dele como se fosse minha presa.

Conex não desvia o olhar. Pelo contrário, ele sustenta o contato, e seus olhos parecem mudar, adquirindo um tom avermelhado que exala um perigo que deveria me afastar, mas só me atrai ainda mais.

Quando estou perto o suficiente, as frutas em suas mãos caem ao chão. Não há palavras, apenas um magnetismo bruto entre nós que explode quando me lanço sobre ele. Meu corpo encontra o dele com força, e para minha surpresa, ele reage com igual intensidade.

Caímos ao chão e, rolamos na grama alienígena, seu perfume selvagem misturando-se ao cheiro da terra. Ele está abaixo de mim, e em um movimento rápido, arranco a calça que ele ainda veste.

Nenhuma palavra é dita. Não precisamos. Cada toque, cada respiração pesada, fala por nós. Em um instante, ele também está nu, sua pele quente contra a minha. Seu corpo é forte, definido, e sinto cada linha de sua musculatura sob minhas mãos enquanto me posiciono sobre ele.

A conexão é instantânea, crua, e nada mais no universo parece importar além deste momento. Quando finalmente me sento sobre ele, o calor que me consumia encontra seu clímax. É selvagem, é intenso, e é inevitável.

Enquanto rebolo sobre seu membro rígido e duro, sinto cada centímetro dele se acomodando em mim, uma mistura de prazer e desejo que me consome. Suas mãos firmes e ásperas se fixam na minha cintura, apertando-me com uma possessividade que provoca arrepios.

— Ohhh... caçadora, você precisa saber que... — ele tenta dizer algo, mas eu o interrompo com um sussurro rouco.

— Cala a boca! Fica quieto — ordeno, perdida em meu próprio êxtase, focada apenas no prazer que me invade.

É um desejo voraz, quase primal. Eu preciso disso. A certeza ecoa em minha mente como um mantra. Ele percebe a intensidade do meu desejo e, sem aviso, seus olhos brilham como chamas indomáveis. Com um rosnado profundo, ele inverte as posições e me vira.

A sensação de afundar meu rosto na grama espessa é ao mesmo tempo aterradora e excitante. O mundo ao nosso redor desaparece; só existe o calor de nossos corpos e a urgência do momento.

Ele me coloca de quatro, sua presença poderosa atrás de mim, enquanto me penetra brutalmente. Sinto seu controle em cada movimento, suas mãos segurando firmemente meu cabelo curto como se quisesse garantir que eu não fugisse desta experiência intensa.

Não há nada de romântico nisso; é pura selvageria. Conex é um guerreiro lobo selvagem, e neste instante sua ferocidade é exatamente o que eu necessito. Cada impulso seu ressoa em mim como um chamado primal, despertando algo profundo e ancestral. O prazer se intensifica a cada investida; é uma dança entre poder e entrega, onde não há espaço para hesitações ou dúvidas.

Meus gemidos se misturam ao som da natureza ao nosso redor, criando uma sinfonia crua de desejo e paixão desenfreada. E então, em uma última investida, ele uiva, um som primal que ecoa pela noite, reverberando nas árvores enormes ao nosso redor. Elas se balançam como se respondessem à seu chamado, criando uma dança de sombras e luz sob o brilho da lua azul deste planeta.

O reflexo azulado ilumina a cena, e por um breve instante, consigo ver sua silhueta através do chão. Ele se transforma brevemente em lobo, antes de jorrar seu líquido quente dentro de mim. Sinto seu peso sobre mim, uma mistura de força e vulnerabilidade que me faz sentir viva.

Mas logo ele retorna à sua forma original, e é nesse instante que meu corpo finalmente explode em prazer. Chego ao meu clímax com um gemido profundo que parece ressoar na própria terra sob nós. Minhas unhas afundam na grama espessa, agarrando-me à realidade enquanto as ondas de prazer me envolvem completamente.

O mundo ao nosso redor desaparece ainda mais; tudo que existe é a conexão intensa entre nós dois. A mistura da selvageria dele com a minha entrega cria um momento indescritível, onde somos apenas instintos e desejos. A lua continua a brilhar acima de nós, testemunha silenciosa desse encontro animal, enquanto o eco do uivo dele ainda reverbera na noite.

E, assim, após este nosso momento, ele se deita ao meu lado, respirando com a mesma irregularidade que eu. É um instante de silêncio, e, por um momento, me vejo refletindo sobre o que acabara de acontecer.

Eu, Melinda Thompson, a caçadora lendária da Terra, acabei de literalmente fazer sexo com um alienígena, lobisomem de outro planeta. Algo que nunca imaginei que experimentaria.

Rapidamente, me dou conta da gravidade da situação. Levanto-me de um pulo, minha mente já alerta. Puxo o colar do meu pescoço, que na verdade é uma pequena adaga disfarçada, e a coloco contra o pescoço dele, sem hesitar.

— Se você contar para alguém sobre isso, eu juro que... acabo com você — digo, minha voz grave e autoritária. — Não me importa o quão importante você seja, Conex. Você sabe que, relações entre espécies distintas são proibidas. Isso foi apenas uma distração para mim. Algo momentâneo. Entendido?

Ele me olha fixamente, com uma expressão séria, mas sem medo. Então, responde com calma, sua voz carregada de uma confiança inabalável:

— Eu sei do acordo da confederação. Mas agora, há algo que você precisa saber. Quando nos unimos, você foi marcada. Não foi só uma distração. Você é minha agora.

Eu rio, uma risada curta e cínica, e aperto um pouco mais a adaga em seu pescoço, mas sem feri-lo.

— Sua? — resmungo, ainda incrédula. — Você realmente acha que sou sua, Conex? Não sou propriedade de ninguém, muito menos de um guerreiro alienígena. O que aconteceu entre nós não tem nada a ver com você e sua cultura. Foi só... necessidade. Nada mais. Então, se você acha que vai me controlar de alguma forma, está muito enganado.

Ele mantém o olhar fixo em mim, sem se mover, como se estivesse absorvendo cada palavra, ao dizer:

— Eu não tenho a intenção de controlar você, caçadora. Mas isso não muda o fato de que algo em você se conectou com algo em mim, e isso não pode ser ignorado.

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