Na manhã seguinte, Clara acordou com a luz do sol atravessando as cortinas antigas do quarto. Embora o cenário parecesse mais acolhedor sob a luz do dia, a inquietação da noite anterior ainda pairava em sua mente. Após preparar um café simples na cozinha, ela começou a explorar os cômodos da mansão em busca de respostas. A memória da porta trancada no corredor superior não a deixava em paz.
Em um dos escritórios da casa, Clara encontrou uma caixa de madeira com objetos antigos. Entre papéis amarelados e fotografias desbotadas, algo chamou sua atenção: um caderno de capa de couro, desgastado pelo tempo. Ao folhear as páginas, ela descobriu que pertencia a Elias Everhart, um antigo morador da mansão. As anotações falavam de sua vida como herdeiro e mencionavam repetidamente uma mulher chamada Helena. Havia descrições de encontros secretos e cartas trocadas, mas algumas partes estavam ilegíveis, como se o tempo tivesse apagado propositalmente aquelas histórias.
Enquanto lia, Clara foi interrompida por batidas na porta. Era Gabriel novamente, desta vez trazendo ferramentas para ajudar a limpar o jardim da mansão. “Achei que poderia precisar de ajuda”, disse ele com um sorriso caloroso. Trabalhando lado a lado, os dois começaram a retirar folhas secas e galhos acumulados pelo tempo. A conversa fluía naturalmente, e Clara percebeu que havia algo reconfortante na presença de Gabriel, como se ele fosse uma âncora em meio à tempestade de emoções que sentia desde sua chegada.
“Você descobriu algo interessante na casa?”, perguntou ele casualmente. Clara hesitou antes de mencionar o caderno e as cartas. Gabriel pareceu surpreso, mas não pressionou. Em vez disso, falou sobre como a mansão sempre foi cercada por rumores e mistérios. “É como se esse lugar guardasse as memórias de quem viveu aqui”, comentou ele, lançando um olhar pensativo para a casa.
Mais tarde, determinada a seguir sua investigação, Clara voltou ao corredor e encarou a porta trancada. Lembrou-se da caixa no escritório e decidiu examiná-la novamente. Para sua surpresa, encontrou uma pequena chave presa entre as páginas finais do caderno. Suas mãos tremiam ao encaixar a chave na fechadura. Um clique suave ecoou pelo corredor, e a porta se abriu, revelando uma escada estreita que levava ao sótão.
O sótão estava repleto de baús, móveis cobertos por lençóis e uma sensação quase palpável de abandono. No centro do espaço, uma caixa coberta por um tecido bordado chamou sua atenção. Dentro dela, havia cartas assinadas por Helena, que descreviam um romance proibido com Elias e planos de fuga que nunca se concretizaram. Clara sentiu uma conexão imediata com aquelas palavras, como se estivesse desenterrando algo que também fazia parte de sua própria história.
De repente, um ruído atrás dela interrompeu o momento. Clara virou-se rapidamente, mas não viu nada além da escada vazia. Ainda assim, não conseguiu se livrar da sensação de que não estava sozinha. Com as cartas em mãos, ela desceu do sótão, determinada a descobrir mais sobre os segredos da mansão e sobre si mesma. A cada revelação, parecia que seu destino estava intrinsecamente ligado ao daquela casa misteriosa.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Katia Cilene
interessante??
2024-12-27
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