Nova York, Novembro de 2025...
Aqui estou, acabando de desempacotar minhas coisas. Estou tão animada para começar a trabalhar! Me mudei para Nova York após receber uma proposta incrível no NewYork-Presbyterian Hospital. Um sonho de todo médico que termina a residência. Entre organizar a bagunça da mudança e responder as mensagens do grupo de amigas da faculdade na França, recebi a ligação da minha mãe.
— Oi, mamãe, como está? — perguntei, sentindo o coração aquecer ao ouvir sua voz.
— Morrendo de saudades! Como está a organização da mudança? — ela perguntou, com aquele tom carinhoso que sempre me acalma.
— Um verdadeiro caos. Já se passaram sete dias desde que me mudei e só consegui arrumar o quarto e a sala. Os outros cômodos estão uma bagunça — respondi, soltando uma risada nervosa. Ela também riu.
— Imagino o caos! E quando começa a trabalhar? — perguntou, curiosa.
— Em dois dias — respondi, o tom de empolgação evidente na minha voz. Eu estava tão ansiosa que mal conseguia me concentrar na arrumação.
— Que maravilha! Sei o quanto você lutou para chegar até aí. E como está a cidade? Nova York deve ser um sonho para quem é médico, né? — disse minha mãe, sempre positiva, como se já soubesse o quanto isso significava para mim.
— É maravilhoso, mamãe! A cidade é linda, vibrante, e o hospital, então, nem se fala... é surreal, de uma excelência impressionante — respondo empolgada, com o coração transbordando de felicidade e realização. — Mas tudo seria perfeito se a senhora viesse morar aqui comigo, mamãe — digo, fazendo drama. Já estou insistindo há um ano para que ela venha morar comigo.
— Não insista, já disse que não. E muito menos agora... — ela diz, com um tom misterioso.
— Como assim "agora"? — pergunto, curiosa.
— Queria te contar pessoalmente, mas vou adiantar por aqui. O irmão da Verônica se mudou para o bairro há dois meses, e digamos que começamos a nos conhecer — ela diz, a voz meio hesitante. Mal sabe ela que fico feliz por ela estar se permitindo dar essa chance. Desde que papai morreu, ela sempre se manteve sozinha, dedicando-se a cuidar de mim.
— Mamãe, você está feliz? — pergunto, sentindo uma pontada de preocupação, mas também de alegria por ela estar se abrindo para novas possibilidades.
— Sim, estou muito feliz. Ele é um bom homem, viúvo como eu. Começamos a dividir nossas lutas e dores, e então... nos apaixonamos — ela explica, com a voz suave, mas sincera.
— Se você está feliz, eu também estou. Fico tranquila em saber que não está tão sozinha — digo, com um sorriso. Ouço ela soltar um longo suspiro, e não consigo deixar de achar graça. É engraçado saber que ela se importa tanto com a minha opinião assim.
— Mudando de assunto, você acha que conseguiriam vir neste Natal? — ela pergunta, com a voz doce.
— Tenho que ver as escalas do hospital, e sabe que tem aquele detalhe... Se o Nick for, eu não vou — respondo, tentando disfarçar o desconforto. Mesmo depois de tantos anos, falar o nome do Nick ainda mexe muito comigo.
— Vocês deveriam parar com essa bobagem. Ele disse a mesma coisa para a Verônica. Já pensou que, agora morando aí em Nova York, vocês possam se encontrar? — ela questiona, e só de pensar meu coração dispara.
— Não acho que isso possa acontecer, e sabe que não me importo mais com o Natal. Já deixei de comemorar essa data há um bom tempo — digo, tentando esconder o peso da saudade que essa época traz.
— Não fale assim, querida. Você amava o Natal. Não pode deixar que situações tristes que aconteceram nessa data a tornem uma data ruim. Lembre das coisas boas que viveu nessa época do ano. E foram muitas — ela diz, com uma voz cheia de carinho e compreensão.
— Tem razão... Mas vamos fazer o seguinte: se eu tiver folga, passarei o Natal com você. Mas avise ao Nick, assim evitamos o desconforto de nos encontrarmos — digo, com um leve sorriso, tentando aliviar o clima tenso.
Ela ri, e posso sentir o alívio na risada dela.
— Tudo bem, pode deixar. Mas tenho quase certeza de que ele não virá esse ano. Parece que vai passar o Natal com a família da nova namorada — ela diz, e uma raiva sutil começa a crescer dentro de mim.
— Então ele saiu de pegador para namorado sério, é? — pergunto, com a voz um pouco mais ácida.
— Parece que sim. Deve ter se cansado dessa vida de garanhão — minha mãe responde, e nesse momento a campainha toca. Fico surpresa. Não tenho nenhuma encomenda e nem amigos aqui.
— Mamãe, a campainha está tocando. Já te ligo de volta, beijos. Te amo — digo apressada, tentando esconder a curiosidade.
— Te ligo mais tarde. Agora vou sair com o Robert Evans — ela diz, empolgada.
— Tudo bem então — respondo enquanto caminho até a porta.
Me despeço dela e, ainda com o celular na orelha, olho pelo olho mágico da porta. Fico surpresa ao ver o Deven lá. Abro a porta rapidamente, e ele está segurando um enorme buquê de rosas.
Deven
— Boa noite — ele diz, com um sorriso largo, que ilumina o ambiente.
— Boa noite... Entra — digo, dando espaço para ele passar, mas ele para na minha frente e, antes que eu possa reagir, me rouba um beijo.
— Deven… — digo seu nome em um tom sério, mas ele ri. É sempre difícil fazê-lo levar algo a sério.
— Desculpa, não resisti a essa sua boca linda — ele diz com aquele sorriso descarado, me entregando um buquê de rosas.
Reviro os olhos e cruzo os braços.
— Sei… Dr. Deven, o senhor é muito esperto.
Pego o buquê das mãos dele, sentindo o perfume suave das flores, mas sem me deixar impressionar.
— E aí, o que te trouxe a Nova York? — pergunto, sem esconder a curiosidade.
— Você — ele responde, fechando a porta atrás de si.
Eu coloco as mãos na cintura e o encaro.
— Vamos lá, me poupe dessas frases ensaiadas.
— Estou falando sério, não acredita? — ele diz, ainda com aquele sorriso largo no rosto.
— Vou fingir que acredito — respondo, colocando o buquê sobre a mesa de centro. Caminho até a cozinha para pegar um vaso, sentindo o olhar dele em mim.
— Por que você sempre duvida de mim? — ele pergunta, me seguindo até a cozinha.
— Porque você é um ótimo sedutor, Deven. Lábia é o que não te falta — respondo, pegando o vaso e colocando água.
Ele ri, como se soubesse que eu nunca cairia completamente em seu charme. Pegamos as rosas e as arrumamos juntos no vaso, sem qualquer clima de romantismo, apenas aquela tensão habitual.
— Na verdade, vim dar uma palestra e, como sabia que você tinha alugado o apartamento do Dr. Anthony, achei que seria divertido fazer uma surpresa e matar a saudade.
Eu o encaro com um sorriso de canto.
— Eu sabia. Você é terrível.
Ele dá de ombros, satisfeito consigo mesmo.
— Terrível, mas irresistível, não é?
Eu rio, balançando a cabeça.
— Você e seu ego inflado... Isso nunca vai mudar.
— E você e essa mania de me evitar — ele rebate, mas sem parecer realmente afetado.
Não respondo. Porque é isso que fazemos: um jogo de palavras, sem promessas, sem complicações. Eu sabia onde estava meu coração, e não era com Deven.
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Atualizado até capítulo 29
Comments
Erlete Rodrigues
quando é o próximo capítulo ⁉️kkkkk
estou amando a história
2024-12-17
3
Fatima Maria
NÓS MULHERES SOMOS MUITO BESTAS. ENQUANTO O NIK ESTÁ NUMA BOA. A JÚLIA FICA MORRENDO PENSANDO NELE. VAI VIVER TUA VIDA E ESQUECE O NIK, O QUE É SEU NINGUÉM TOMA.
2025-02-25
0
Jeneci Nunes
não vejo a hora dos dois se encontrarem,tô amando a história 🥰🥰
2024-12-17
2