Sebastian
A sala de jantar estava iluminada como de costume, uma mistura de sofisticação e ostentação. Minha família nunca fazia nada pela metade, especialmente os jantares. A mesa estava posta com porcelanas finas, talheres de prata e taças de cristal.
Sentados ao redor da mesa estavam meu pai, Oliver, que presidia a cena com seu habitual olhar de desaprovação; minha madrasta, Veronica, impecavelmente arrumada e tentando parecer interessada; e meu primo, Elliot, cujo sorriso falso era tão irritante quanto a própria existência dele.
Eu sabia que o anúncio que faria naquela noite seria um choque para todos. E, para ser honesto, parte de mim estava ansiosa por isso.
Depois que todos se serviram e o som de talheres ecoou pela sala, eu limpei a garganta, chamando a atenção de todos.
“Tenho algo importante a dizer.”
Todos os olhares se voltaram para mim. Meu pai ergueu uma sobrancelha, indicando que estava preparado para me julgar. Elliot inclinou-se para frente, como um predador à espreita.
“Vou me casar.”
A reação foi imediata. Veronica deixou cair o garfo no prato com um barulho metálico, meu pai quase derramou o vinho, e Elliot começou a rir.
“Você o quê?” Elliot perguntou, ainda rindo. “Essa é boa, Sebastian. Casar? Desde quando isso está no seu radar?”
Meu pai me encarou, os olhos estreitos de desconfiança. “Isso é uma piada? Porque não vejo motivo para rir.”
“Não é uma piada,” respondi, mantendo meu tom calmo. “Já está tudo decidido. O casamento será em breve.”
“E quem é a mulher?” Veronica perguntou, finalmente encontrando a voz. “Você nem tem namorada! Ou tem, e ninguém sabe?”
“Helena Rossi,” declarei, observando as expressões ao redor da mesa mudarem novamente.
“Rossi?” Elliot zombou, rindo mais uma vez. “Você vai se casar com alguém da família Rossi? Aquele falido patético?”
“Cuidado com as palavras, Elliot.” Minha voz foi baixa, mas firme. Ele sabia que, quando eu falava assim, era melhor não testar os limites.
Ele ergueu as mãos em um gesto de rendição. “Calma, primo. Só estou tentando entender. Por que, de todas as pessoas que você poderia escolher, Helena Rossi? Isso não faz sentido.”
Meu pai interveio, o tom mais frio do que o usual. “Sebastian, espero que você tenha uma boa explicação para isso. Nosso nome não pode se associar a fraquezas. Você sabe como essas coisas são vistas no mercado.”
Era típico do meu pai. Para ele, tudo era sobre imagem e poder. Eu sabia que ele não estava preocupado com o casamento em si, mas com o que isso poderia significar para os negócios.
“Helena não é uma fraqueza,” afirmei, encarando-o diretamente. “Ela é exatamente o que eu preciso para reforçar minha posição.”
“Ah, entendi,” Elliot interrompeu com um sorriso sarcástico. “Isso é sobre a empresa, não é? Está tentando consolidar sua imagem para garantir o controle total. Inteligente, primo, mas não o suficiente.”
Eu sabia que ele iria por esse caminho. Elliot sempre foi obcecado pela ideia de tomar meu lugar como CEO da Carter Enterprises. Ele vivia procurando maneiras de me desestabilizar.
“Você está certo,” admiti, sem desviar o olhar. “Esse casamento reforça minha posição e afasta qualquer dúvida sobre quem está no controle. Se isso te incomoda, Elliot, talvez seja porque você sabe que nunca terá o que é necessário para liderar esta empresa.”
O sorriso de Elliot desapareceu por um momento, mas ele logo se recompôs. “Você acha que um casamento vai resolver tudo? Está cometendo um erro, primo. Um grande erro.”
Eu me inclinei para frente, olhando diretamente para ele. “Elliot, minha posição não está em risco. E se você acha que pode usar isso contra mim, sugiro que pense duas vezes. Porque, diferente de você, eu faço o que for necessário para proteger o que é meu.”
O silêncio que se seguiu foi pesado. Meu pai observava a interação com atenção, enquanto Veronica olhava de mim para Elliot, claramente desconfortável.
Finalmente, meu pai quebrou o silêncio. “Se você acha que isso é o melhor para a empresa, Sebastian, eu não vou interferir. Mas saiba que estarei observando. E espero que não seja apenas uma jogada desesperada.”
“Não é,” respondi com convicção.
Elliot balançou a cabeça, ainda com aquele sorriso irritante. “Vamos ver como isso termina.”
Eu sabia que ele não acreditava que esse casamento funcionaria a meu favor. Ele estava esperando pelo momento em que pudesse usar isso contra mim.
Mas o que Elliot não entendia é que eu estava sempre dois passos à frente. Este casamento era estratégico, sim, mas também era minha maneira de mostrar que eu tinha controle total, tanto sobre minha vida pessoal quanto sobre a empresa.
E, se Elliot ou qualquer outra pessoa achava que poderia me derrubar, estava gravemente enganado.
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Atualizado até capítulo 80
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