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me chamo Ana, tenho 21 anos e moro com minha mãe, que sofre de uma grave doença; minha rotina é sempre a mesma..acordo cedo, faço minha higiene e sigo pra roça com a dona Lurdes, ajudo ela com o que posso, pra poder ganhar uns trocados pra ajudar em casa.

a minha mãe tá cada dia pior, temo que ela me deixe, aí sim estarei ferrada, pois estarei sozinha no mundo.

só estudei até o segundo grau, nunca namorei, pois as obrigações me impedem, moramos de favor na casa de minha tia, e assim vamos levando a vida.

termino o serviço na roça, volto pra casa muito cansada...e ainda faltam os afazeres de casa...suspiro pesado.

mamãe, cheguei..onde a senhora tá?

olho no quarto, na sala, e na cozinha e mamãe não está..onde será que ela foi?

vou até o banheiro e vejo ela caída no chão, desmaiada..saio gritando na rua, pedindo socorro..dona lia e Joana sua filha veem me ajudar.

por favor mamãe, acorde..falo entre lágrimas.

DONA LURDES: já chamamos a ambulância querida, já estão chegando.

ANA: Obrigada dona Lurdes, um pouco depois a ambulância chega e seguimos até o hospital..

MÉDICO: você é a acompanhante de dona Rosa?

ANA: sim, sou eu..como ela está?

MÉDICO: está muito fraca, acho que ela não passa dessa noite..tô lhe avisando pra que esteja preparada.

Falo me retirando.

ANA: Caio de joelhos no corredor, fazendo uma oração silenciosa, pedindo para que minha mãe se salve..sinto alguém tocar meu ombro.

YAGO: vamos tomar um café.

ANA: Obrigada, mas não quero, vou ficar com mamãe.

yago é filho de dona Lurdes, e também o mais namorador da cidade..já tentou me seduzir várias vezes, mas ainda bem que nunca caí em sua lábia.

YAGO: tudo bem, eu trago pra você.

ANA: tá bom.

depois do Café, me aproximo de mamãe..

mamãe por favor, a senhora não pode me deixar.

ROSA: minha fi-filha, me prometa que não vai se desviar do caminho certo nunca querida, mesmo que tudo pareça não ter saída; falo com dificuldade.

ANA: mamãe, a senhora vai ficar boa.

ROSA: prometa Ana.

ANA: sim, mamãe eu prometo. .ela me abraça e sinto que esse abraço é o último...minha mãe começa a desfalecer.

mamãe, acorda, mamãe!! não me deixa por favor.

a enfermeira que passava no corredor, vê meu desespero e chama o médico.

MÉDICO: moça, infelizmente ela faleceu..eu sinto muito.

ANA: choro abraçada ao corpo de mamãe, o que vou fazer agora sozinha?

dona Lurdes chega e me dá todo apoio necessário, e também cuida de tudo pro velório.

DIA SEGUINTE

acabei de enterrar minha mãe, volto pra casa desolada..por morar no interior já tava tudo escuro, e o silêncio de casa é ensurdecedor..ah mamãe, o que vou fazer agora?

tomo um banho , me deito e choro copiosamente, perdi a única pessoa que eu tinha , estou sozinha no mundo, e isso dói tanto, quanto a partida de minha mãe.

essa sou eu( ANA JÚLIA)

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