No pequeno quarto de Lavínia, a luz fraca de uma lâmpada iluminava as paredes decoradas com fotos antigas e recortes de revistas. Deitada em sua cama, ela segurava o celular com as duas mãos, digitando o nome "Afonso Medrado" no Google. Uma enxurrada de resultados apareceu, e ela começou a clicar em fotos e reportagens, absorvendo cada detalhe.
As imagens mostravam Afonso em eventos de gala, cercado por empresários influentes, mas sempre com um ar sério e reservado. As poucas informações que encontrou indicavam que ele era discreto, sem redes sociais e com uma vida aparentemente blindada do público.
– Então você é o tipo misterioso, hein? – murmurou Lavínia, sorrindo enquanto ampliava uma foto dele em um evento recente.
Ela riu de si mesma, colocando o celular sobre o peito por um momento.
– Que boba, Lavínia. Como se um dia esse cara fosse sequer saber que você existe. Só mais um amor platônico pra coleção.
Mesmo assim, ela continuou deslizando as imagens, fascinada pelo mundo completamente distante daquele em que vivia.
Na Mansão Medrado
A mansão estava silenciosa, com um ar pesado por causa do luto. Na sala de jantar, a família se reuniu para o jantar. A mesa estava impecável, com talheres brilhando à luz do lustre. Ester permanecia abatida, mal tocando a comida.
De repente, a campainha ecoou pela casa. Dolores, a empregada, foi rapidamente até a porta. Ao abrir, deu de cara com Alifer, que estava sorridente e de braços abertos.
– Como vai, senhora Dolores? – disse ele, animado.
Dolores arregalou os olhos, soltou um grito abafado e correu para a sala de jantar, como se tivesse visto um fantasma.
– Ele está aqui! Alifer está entrando!
Todos na mesa pararam o que estavam fazendo. Álvaro revirou os olhos, Alana soltou um suspiro de exasperação, e Afonso foi o primeiro a falar.
– Ele tem direito de entrar na casa.
Alana não conteve a indignação.
– Eu não acredito que agora vamos ter que aturar ele aqui.
Afonso respondeu calmamente, mas com firmeza:
– Querendo ou não, ele é dono de tudo isso também.
Antes que mais alguém pudesse reagir, Alifer entrou na sala com um sorriso confiante. Ele cumprimentou a todos como se fosse um velho amigo.
– Que reunião aconchegante! Posso me juntar?
Ele puxou uma cadeira e sentou-se à mesa. Álvaro o encarou com desprezo.
– O que você faz aqui, Alifer?
Alifer fingiu pensar por um momento antes de responder com sarcasmo:
– Será que você sofre de amnésia, Álvaro? Eu sou um Medrado também.
Álvaro não hesitou.
– Você é um bastardo.
Alifer deu uma risada curta, mas não perdeu a compostura.
– Isso não muda o fato de que eu sou um Medrado. Afinal, saí do mesmo saco que você, irmãozinho.
Afonso, que tentava manter a seriedade, precisou segurar o riso ao ouvir isso. Ester levantou a mão, pedindo silêncio.
– Para mim, está tudo bem. Alifer tem todo o direito de estar aqui. Esta casa também é dele.
Alifer fez uma pequena reverência, com um sorriso quase teatral.
– Obrigado, dona Ester. Aliás, estou pensando em morar aqui. Quero acordar todos os dias e dar um mergulho na piscina.
Alana bufou, cruzando os braços.
– Ou você pode comprar um apartamento bem longe daqui.
Alifer respondeu sem se abalar:
– Não, prefiro ficar onde meu pai sempre esteve.
O silêncio caiu sobre a mesa. O peso da tensão era quase palpável, e ninguém sabia ao certo o que dizer. Afonso cortou o momento, levantando-se e anunciando com calma:
– Vamos terminar esse jantar. Amanhã teremos muito o que discutir.
Mas todos sabiam que aquela noite marcava apenas o início de um novo capítulo de disputas na família Medrado.
Na sala de estar, a luz suave de uma lâmpada iluminava os dois irmãos, Alana e Álvaro, que estavam sentados em sofás opostos. O clima estava tenso, a conversa arrastada pelo abalo que a presença de Alifer causara na família.
Alana não conseguiu segurar sua indignação. Com as mãos cruzadas sobre os joelhos, ela soltou um suspiro pesado, olhando para a porta como se esperasse que Alifer desaparecesse magicamente.
– Não acredito que ele vai ficar na mansão também. Esperou o pai morrer para vir aqui e irritar a gente. Ele é insuportável!
Álvaro estava mais calmo, mas seus olhos brilhavam com uma determinação que Alana reconhecia bem. Ele se inclinou um pouco para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos.
– Fica tranquila, Alana. Ele não é meu alvo.
Alana o olhou com ceticismo, franziu a testa.
– Então, quem é? O bastardo? Acho que você é que não está entendendo nada. O problema não é ele. O problema é que Afonso agora vai ter o controle total da empresa, e isso é o que nos deixa vulneráveis. Ele vai dominar tudo. Não tem como escapar disso.
Álvaro sorriu de forma enigmática, um sorriso que passou uma sensação de confiança misturada com algo mais sombrio.
– Eu sei disso, Alana. A questão é que isso vai ser por pouco tempo. Afonso pode ter a maior parte da empresa agora, mas ele vai cair. Eu já estou tramando algo para ele.
Alana riu de forma sarcástica, cruzando os braços.
– Ah, você sempre tem um plano, não é? Mas, sinceramente, você acha que vai conseguir derrubar Afonso? Ele sempre comandou a empresa, agora com a maior parte das ações. Vai ser ainda mais difícil do que antes.
Álvaro não parecia perturbado. Seu olhar estava fixo no futuro, como se ele já visse o caminho à frente.
– Não subestime o que eu posso fazer, Alana. Eu sei que Afonso não vai ser fácil de derrubar, mas o que ele não sabe é que eu tenho algo que ele nunca imaginou. Ele pode ter as ações, pode ter a maior parte da empresa, mas ninguém é invencível.
Alana o observou por um momento, claramente desconfiada, mas também intrigada com a confiança de Álvaro.
– Vamos ver até onde isso vai, então. Mas eu ainda acho que ele vai dominar tudo. E não sei se você vai conseguir derrubá-lo tão fácil quanto pensa.
Álvaro apenas sorriu, mantendo o ar de mistério.
– Confie em mim, Alana. Vai ser uma questão de tempo. Afonso não vai ser o dono da empresa para sempre. Eu tenho minhas cartas na manga.
A tensão na sala era palpável, e os dois sabiam que aquilo era apenas o começo de uma batalha muito maior. Uma guerra silenciosa estava sendo travada nos bastidores da família Medrado, e o que parecia ser uma vitória de Afonso, logo poderia se transformar em algo bem diferente.
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Ariana Alencar
coitado do Afonso com esse irmão aff
2025-03-14
1
Jorgete Das Chagas Scramignon (Gete)
Que família é essa!! Gente mais negativa!!
2025-04-25
0
Anatalice Rodrigues
Toda família rica tem o que trabalha duro, e o que não faz nada. Quer tudo. A ambição fala mais alto. Affffff
2024-12-03
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