A noite estava mais fria do que Sophie poderia suportar, mas ela não se importava. O ar gelado cortava a pele, o silêncio parecia opressor e, no entanto, ela sabia que algo se aproximava. Lucian, ao seu lado, estava tenso, os olhos escaneando a escuridão ao redor deles como se caçasse algo invisível. Cada passo era dado com cautela, mas uma sensação de iminente perigo fazia o peito de Sophie apertar.
Está tudo bem? ela perguntou, a voz baixa, mais por hábito do que por necessidade de esconder a preocupação.
Lucian a olhou, um sorriso sombrio se formando em seus lábios.
Eles estão perto.
Sophie sentiu seu coração acelerar. Embora ainda não soubesse o que exatamente seriam "eles", o tom de Lucian não deixava dúvidas: algo terrível estava à espreita.
Eles estavam em um beco afastado, entre dois prédios antigos e desgastados. O vento uivava entre as ruas desertas da cidade, e a lua cheia iluminava as sombras, criando formas fantasmagóricas. Sophie sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando ouviu um som vindo de uma das vielas à esquerda.
Lucian... sua voz falhou, mas ele a interrompeu, o olhar fixo, atento.
Fique atrás de mim. Ele ordenou com um tom de voz que não permitia discussões.
Antes que ela pudesse responder, o som se intensificou. Um arrastar de passos, algo pesado e faminto.
E então, a escuridão se quebrou.
Do lado esquerdo, um grupo de vampiros emergiu das sombras. Seus olhos vermelhos brilharam no escuro, e seus corpos, deformados pela selvageria, eram como bestas famintas. Eram os Selvagens. O líder deles, um homem alto e musculoso com cicatrizes profundas no rosto, deu um sorriso cruel ao ver Lucian.
Ah, Lucian... o traidor disse ele, com uma voz rouca e cheia de desprezo. Vejo que ainda está tentando esconder sua fraqueza.
O vampiro fez um gesto, e os outros Selvagens avançaram. Sophie mal teve tempo de reagir antes de um deles se atirar sobre ela. Ela conseguiu desviar, sentindo o ar cortando sua pele enquanto o vampiro passava raspando. Mas, por um segundo, ela sentiu a pressão de seu poder, a força brutal de seu corpo, e o medo de estar sozinha no meio daquele caos.
Lucian atacou com uma ferocidade selvagem, suas garras cortando o ar e atingindo um dos vampiros, que recuou com um grito agonizante. Mas Sophie sabia que aquilo era apenas o começo. O líder dos Selvagens avançou em direção a Lucian, uma força imensa.
Você nunca foi digno de liderar, Lucian. - 0 vampiro gritou, seus olhos fixados naqueles de Lucian. Você sempre foi fraco. E agora, será destruído.
Sophie viu Lucian lutar com todas as forças, seus movimentos rápidos e precisos, mas havia algo nos Selvagens que os tornava mais imprevisíveis, mais cruéis. Cada golpe que Lucian dava parecia ser respondido por dois ou três ataques ainda mais ferozes. Ele estava perdendo terreno.
Lucian! Sophie gritou, correndo em sua direção. Seu coração disparava, e ela não sabia como, mas algo dentro dela a impulsionava a agir.
Quando o líder de Darius deu um soco brutal em Lucian, fazendo-o cambalear para trás, Sophie não pensou duas vezes. Ela se lançou contra o Selvagem mais próximo e, com uma fúria que mal reconheceu, usou tudo o que sabia sobre combate. Com um golpe preciso, ela atingiu o vampiro na lateral, fazendo-o recuar.
Mas não havia tempo. O líder de Darius rosnou, irritado, e se virou para ela. Sophie sentiu a pressão de sua presença, o peso de um predador em sua direção, e algo dentro dela congelou de medo. Antes que pudesse reagir, o vampiro se lançou sobre ela com uma velocidade aterradora.
Foi então que Lucian, que parecia quase derrotado, se levantou, sua energia renovada com a raiva que sentia por ver Sophie em perigo. Ele se atirou para a frente, atingindo o vampiro com uma força imensa. O Selvagem foi lançado para trás, batendo contra a parede de um prédio e caindo no chão, desorientado.
Sophie, agora! Lucian gritou. Ele estava exausto, mas seus olhos estavam cheios de determinação.
Sophie correu para ele, os batimentos acelerados, e em um movimento rápido, eles se afastaram, indo para a entrada de um prédio próximo. Mas os Selvagens não iriam desistir tão facilmente. O líder se levantou, furioso, e gritou para seus subordinados:
Não deixem eles escaparem!
Sophie e Lucian correram pelas escadas do prédio, ouvindo os passos dos vampiros atrás deles. Eles chegaram a um corredor escuro e apertado. Lucian, ofegante, olhou para Sophie, seus olhos cheios de um tipo de urgência que ela não tinha visto antes.
Temos que sair daqui, agora.
Ela assentiu, mas antes que pudessem dar o próximo passo, uma explosão de luz fez o prédio tremer. O líder dos Selvagens havia alcançado a entrada.
Lucian fechou os olhos, como se estivesse calculando algo.
Vai ser agora ele disse com uma determinação que Sophie nunca tinha ouvido antes. Quando eu disser, você corre.
O tempo parecia se arrastar enquanto os dois se preparavam. O ar estava denso, carregado de tensão. Sophie sabia que aquilo seria a prova de tudo. Se sobrevivessem àquela noite, poderia haver um futuro. Mas, se falhassem, tudo o que haviam construído seria destruído.
Agora! Lucian gritou.
Eles correram em direções opostas, a escuridão engolindo-os. Sophie sentiu a adrenalina tomando conta de seu corpo, sua mente em estado de alerta total. Ela correu, pulando obstáculos, até chegar à saída. Mas, ao olhar para trás, viu Lucian lutando contra os Selvagens. Ele estava cercado, mas não parecia vacilar. Seu corpo movia-se com uma precisão mortal, seu espírito indomável.
Finalmente, ele saltou, usando sua agilidade sobrenatural, e se juntou a ela. Eles correram pelas ruas desertas, não parando até estarem longe o suficiente para não ouvir mais os gritos dos Selvagens.
Quando finalmente desaceleraram, exaustos e sem fôlego, Sophie olhou para Lucian. O suor escorria de seu rosto pálido, mas os olhos dele estavam vivos, mais brilhantes do que nunca.
_Você... você estava incrível. Sophie conseguiu dizer, ofegante.
Lucian sorriu, mas foi um sorriso cansado.
Não se acostume com isso, Sophie. A próxima vez pode ser mais difícil.
Mas, em seu olhar, Sophie viu algo que nunca imaginara: a confiança dele havia começado a crescer. Ela já não era apenas uma parceira útil. Ela era alguém em quem ele podia confiar. Eles haviam enfrentado a morte juntos, e algo havia mudado entre eles naquela batalha.
E, por mais que a noite tivesse sido aterradora, Sophie sentiu algo em seu peito. Uma chama de algo novo começava a nascer. E, mesmo com os perigos à frente, ela sabia que, ao lado de Lucian, ela encontraria a força para enfrentá-los.
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Claudia Santos
coitado, já tem um bando de selvagens atrás dele,o poderoso montando um exército,ele sozinho não aguenta,ele tem que amigos para ajudar,e a Sophie tinha que ter poderes.🤔🤔
2024-12-08
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