— Essa é Amellie Hodolf, ela está atualmente desaparecida, ao menos para eles. Ela está morta, e apenas eu sei disso. — essa foi a primeira vez que Martin falou sobre ela.
Ele jogou uma foto em mim.
— Mas por que ela é igual a mim? — sabia que éramos parecidas, mas não imaginei que era tanto.
— Correção, você é igual a ela! Amellie nasceu cinco anos antes de você! — Martin revirou os olhos.
A cor dos olhos, o cabelo, tom de pele, tudo era exatamente igual. Fiquei em choque pela semelhança. Apesar de ter vinte e seis anos, e ela trinta e um, poderíamos ser consideradas gêmeas.
— Já sabe o básico sobre ela, mas como combinados, fingirá que perdeu a memória. Fique tranquila, você não vai ser pega, mesmo se acabar cometendo algum erro. — ele realmente estava confiante.
Eu não sabia nada sobre Amellie, a não ser o básico, Martin arquitetou um bom plano, porém, eu não tinha tanta certeza se sairia da forma que ele queria. A “morte" de Amellie me parecia estranha, segundo Martin, a família dela não tem notícias dela há bastante tempo, então acham que está viva.
— Tenho uma última pergunta: tem certeza que Amellie Hodolf está realmente morta? — de alguma forma, isso me incomodou.
— Completamente. — sua expressão não demonstrou nada, então não pude ter certeza se ele estava falando a verdade.
Depois disso, entramos no carro. Ele me vestiu adequadamente, também me levou a um salão, pelo que entendi, eles estavam cientes que “Amellie” estaria chegando. Martin seria o salvador da pátria, levando de volta a filha, esposa, e mãe, de volta aos seus entes queridos.
— Beba isso. — ele me deu um comprimido, e um pouco de água.
— O que é? — olhei desconfiada.
— Suplementos, seja rápida! — tomei, afinal, querendo ou não, deveria fazer o que ele mandava.
Me sentia como uma viciada, que estava fazendo tudo por uma droga, mas, eu não quero passar os últimos dias da minha vida sofrendo, o médico disse que não tenho mais de um ano.
Chegamos a uma grande mansão, um lugar que nem mesmo nos meus sonhos poderia pisar os pés. Desci do carro, acompanhando Martin, senti que estava sendo observada, mas não vi ninguém na janela. Meu coração estava acelerado, mas respirei fundo e o segui, fingindo naturalidade.
Conforme andávamos, eu ficava afobada, então, chegamos a uma grande sala de estar, e um casal de idosos se levantou apressadamente, me abraçando.
— Minha filha! Amellie, minha menininha! — a mulher começou a chorar.
— Martin, não era uma mentira, você trouxe minha filha de volta! — o homem também estava emocionado, porém, não chorou.
— Eu disse, pai, falei que a traria de volta! — “Pai”, Martin é adotado, mas até onde sei, ele chegou a esta casa com dez anos. É filho de um falecido amigo do pai de Amellie.
A mulher me soltou, e começou a acariciar o meu rosto.
— Querida, ela parece perdida! Não se esqueça do que Martin disse, nossa filha perdeu a memória! — ele sorriu calorosamente para mim. — Amellie, eu sou Giorgian, seu pai! Esta é Alice, sua mãe! — “meus pais”, pareciam amorosos, realmente amavam Amellie.
— M—Meus pais? Ah, Martin disse que eu os conheceria, porém, tudo é novo para mim. — eu precisava parecer muito afetada, e chocada.
— Ham-ham. — um homem, que estava encostado na parede, veio a mim. Claramente era ele, Kyle Magnus, o esposo de Amellie.
Seu olhar afiado estava completamente direcionado a mim, não parecia o de um homem que amava sua esposa, era quase como uma aura assassina.
— Posso conversar com ela, a sós? — ele perguntou, ainda me olhando.
— Kyle, sei que está ansioso, mas é melhor não a pressionar! — disse Martin.
— Será apenas por um minuto. Giorgian, Alice, me conhecem bem, sabem que não faria nada de mal contra a minha esposa, e mãe da minha filha! — eles se olharam, e concordaram.
— Tudo bem, mas não demore. É como Martin disse, não é bom pressioná-la! — com a resposta positiva, ele me ofereceu a mão educadamente, me levando até um quarto.
Ele trancou a porta, e me olhou desconfiado.
— Você não é a minha esposa. — suas palavras me deixaram em choque.
Existia uma possibilidade de ter sido exposta, de alguma forma? Em choque, tentei fingir que estava tudo bem, porém seu olhar continuava afiado. Ele se aproximou de mim, me olhando de cima a baixo.
— Sinceramente, eu nem sabia que era casada… — assim como Martin disse para fazer.
— Martin não te disse? Que engraçado. — ele riu. — Mas, não é estranho? Como uma viciada em drogas, que desapareceu em meio a um surto, está tão bem? Não tem olheiras, machucados, seu cabelo está em perfeito estado. Mesmo que ele tenha te arrumado, ao menos alguma coisa deveria demonstrar o que aconteceu com você, não acha? — viciada em drogas?
— Do que você está falando? Eu—… — ele se aproximou ainda mais, me olhando diretamente.
— Minha esposa, Amellie, tinha um grande vício em drogas, ela enlouquecia e sumia por meses, mas sempre voltava. Seu corpo ficava machucado, seu cabelo em péssimo estado, não acha que eu não reconheceria minha própria esposa? — droga, preciso de um bom argumento!
— Eu não sei. Não quero tentar te convencer de nada, não é como se eu me lembrasse de você, então não tenho sentimentos, eu… — ele não estava convencido.
— Amellie, não foi a um hospital? Não sentiu nada? Usou tantas drogas, mas está tão bem. Não é estranho? — Martin idiota, me colocou em uma furada!
Então, alguém bateu na porta, era Martin. Kyle abriu a porta, e nós saímos. Estava desconfortável, e agora, tinha certeza que não haveria como continuar com a mentira.
— Amellie! Está com fome? — os pais dela ficaram tentando conversar comigo, mas minha mente estava completamente focada no que aconteceu.
— Ah, eu… eu… — Meu coração começou a bater muito rápido. A dor se intensificou no meu peito.
Eram os sintomas da minha doença. Meu corpo cedeu, e minha visão ficou embaralhada. Eu sentia como se fosse morrer, meu coração parecia querer sair para fora. Escutei gritos abafados, mas não consegui entender nada. Os meus gritos de dor, e pedidos de ajuda, rolando em desespero naquele chão frio, tinha certeza que fariam todos se assustarem.
Tinha tanto medo de morrer, essa doença me fazia querer desistir todos os dias, mas eu valorizava a vida. Meu desejo era que acabasse, e que eu pudesse viver meus últimos meses bem. Pior de tudo, era que eu não perdia a consciência completamente, eu sentia dor, não enxergava direito, ou sequer ouvia bem, mas a dor sempre permanecia vivida.
Senti braços em mim, alguém me carregou, os gritos ainda estavam abafados, e eu não era capaz de entender a situação. Minhas lágrimas estavam caindo, e eu apertei as roupas de seja lá quem fosse que estava me carregando.
Toda essa tortura me fez pensar no quanto minha doença estava piorando, talvez meus dias estivessem diminuindo gradualmente.
Fui colocada em uma cama, estava suando, meu corpo inteiro começou a tremer. Então, eu enfim perdi a consciência, depois de todo esse tempo sofrendo.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Laide Cavalcante
zEu acho que é isso mesmo ele deu a droga para ela ter um ataque eu acho mas vamos ver em que vai dar. .
2024-11-10
1
GAMER W (TITANS BR)
o marido sabe que ela é uma impostora, e esse cara quem deve ter dado drogas para ela ter uma overdose
2024-11-05
2