Retorno a Rússia

O que tira a minha atenção da bela morena, ignoro a ligação ao notar que se trata de alguém da mansão, não quero esquentar a cabeça hoje, com alguma ordem inoportuna do Dom, que ao meu ver já está fazendo hora extra na terra, um grande estrondo de mesa se quebrando é ouvido no lugar, e ao olhar vejo Pedro caído sobre ela com a bela morena, sentada sobre ele socando-o, não sei que cantada ele usou mais certamente ela não gostou, os seguranças separam a briga, e novamente o meu telefone toca, já impaciente e sem tirar os olhos do que acontecia lá em baixo atendo o celular, e a voz irritante de uma das meninas do Hassan soa pelo aparelho

— Jovem Mestre, o seu pai foi encontrado morto, preciso que volte para a mansão o quanto antes (foi tudo que ela disse, antes de encerrar a ligação)

Fico paralisado por um momento, por mais que desejasse a morte de Hassan todos os dias, escutar que isso de fato aconteceu surpreendeu-me

Olho para a pista e as meninas continuavam juntas e não havia nem sinal de Pedro por aqui, ligo para o condutor do meu jato, informando que estou a caminho do aeroporto e preciso voltar para Moscou imediatamente, uns vinte minutos depois ele me liga novamente informando que já chegou ao angar e está apenas me aguardando, mais quinze estou embarcando e já procuro por informações, sendo bombardeado por notícias durante todo o trajeto até meu país

Chego a Rússia ao anoitecer, foi uma longa viagem para ser sincero, não consigo sentir nada, desde o momento que recebi a noticia ontem, os noticiários não falavam de outra coisa, e pelo visto sabem até demais, paro no meio do lobby, ao entrar na sede, assistindo aquela reportagem, que pelas minhas informações está passando o dia inteiro em todos os canais de telecomunicações, por toda a Rússia, e suspeito que em vários países também

REPÓRTER NA TV

Um dos principais chefões da máfia na Rússia foi encontrado morto envenenado na sua mansão no centro de Moscou nesta sexta-feira, segundo informações, o idoso foi encontrado nos seus aposentos, ainda não se sabe informações do seu assassino, apenas que não há nenhum sinal de arrombamento no local, levando a dedução que foi um evento interno, esse fato lembrou o ocorrido nos anos 50 no país, quando as, gangues russas e chechenas assolavam as ruas das grandes cidades.

Um suspeito não identificado matou Hassan Lohan, de 75 anos, conhecido como "vovô Hassan", ele morreu na madrugada de quinta para sexta-feira, o local estava limpo o que levou inicialmente a suspeita de enfarte, pela sua distinta idade, entretanto o exame do legista constatou um alto índice de uma substância venenosa no seu organismo, assim disseram os investigadores.

Todos ao meu redor, estão me encarando, uns com pena, outros com incerteza do que será feito, a partir de agora, a reportagem continua, porém, sigo o meu caminho entrando no elevador, assim que saio no andar do escritório Elena, vem a correr na minha direção

— Senhor Lohan graças a Deus que chegou, os conselheiros estão impacientes atrás de você (ela olha-me com pesar, se aproximando mais de mim) sinto muito por sua perda, Dmi (diz agora mais baixo, devido ter falado apenas o meu nome)

— Não se preocupe Lena, eu estou bem, aonde eles estão (notando que não pretendo render esse assunto ela apenas aponta para o meu escritório, então sigo caminho até lá)

Elena, assim como Alina, cresceu comigo, a diferença que com ela não me envolvi, românticamente, embora houvesse boatos que ela era apaixonada por mim, apenas há uma amizade entre nós, e pela graça ela já tem a sua família o que joga por terra os comentários infelizes de alguns por aqui, quando lhe trouxe para ser minha assistente por confiar totalmente nela,

Assim que entro Paul, o conselheiro mais antigo, começa a falar, comigo, esse é outro que está fazendo hora extra por aqui, o velho já deve ter uns oitenta anos se não me engano, e ainda pensa ser indispensável para o futuro da máfia, ele estava receoso como se tivesse um monstro na sua frente, o peso de ser o novo Dom, estava a começar a deixar todos tensos por aqui, me foram passadas todas as informações inclusive que os responsáveis pelos cuidados pessoais de Hassan, já se encontravam presos, as filmagens da mansão também estão a ser analisadas

— Já temos notícias do Ivan, pelo que sei já tem dois meses que ele partiu em missão e nada do seu retorno, o que exatamente ele foi fazer em nome do meu pai (questiono, sem de fato olhar para eles)

— Ainda não temos essa informação Senhor, contudo um pouco antes do seu falecimento soubemos por seu pai, que Ivan estaria de volta em breve (apenas concordo não me importando muito, pois esse verme era o capanga favorito do meu pai, nos momentos das suas torturas, arrisco a pensar que se eu não existisse, certamente ele teria o reconhecido como o seu filho só para ter um herdeiro que controlasse, eu até gostava de Ivan na infância, pois sempre ajudava aminha mãe com as coisas que ela precisava, como seu segurança, sempre estava a acompanhando, mais não a ajudou quando ela mais precisou dele, e depois que ela morreu se tornou um monstro torturador, então não tive mais contato com ele)

— Dmitriy (olho-lhe e já o interrompendo)

— Sou seu amigo confidente Paul, (digo a olhar dentro dos seus olhos o que o faz recuar um pouco, nisso ele nega a acenar a cabeça) então não me chame pelo nome, pois não lhe darei essa intimidade