Naquela manhã, Clara sabia que o dia seria importante. Desde que havia conseguido o emprego de Jovem Aprendiz na multinacional Legrand Corp., seu ritmo de vida mudara. O coração acelerado enquanto o elevador subia andares intermináveis era uma mistura de excitação e nervosismo. Para Clara, era mais que uma oportunidade de carreira; era um portal para um universo que ela só conhecia através dos sonhos e ambições guardadas desde a adolescência. Ela queria mais que sobreviver — queria ser notada e provar seu valor em um mundo onde cada detalhe parecia projetado para impressionar.
As portas do elevador se abriram no 42º andar, revelando um ambiente luxuoso e moderno. Pisos de mármore brilhante, paredes de vidro que permitiam uma visão privilegiada da cidade e uma recepção impecável. Funcionários circulavam apressados, todos em trajes alinhados e passos confiantes. Clara, ajustando a jaqueta barata que usava, sentiu-se pequena, quase invisível, mas determinada. Era apenas mais um dia normal de treinamento… ou era o que imaginava.
“Clara Martins?”, uma voz grave interrompeu seus pensamentos. Ao se virar, seu olhar encontrou o de um homem que parecia esculpido de perfeição. Vestindo um terno impecável, sua presença parecia moldada para intimidar. Alto, com olhos intensos e um semblante frio, o homem a observava, e, por um instante, ela perdeu a fala. Era Nicolas Monteiro, o novo CEO, cujo nome todos sussurravam pelos corredores com reverência e mistério. Poucos tinham visto o jovem empresário, mas a lenda que o acompanhava era poderosa. Ele era o bilionário que havia herdado o império do pai e o transformado em algo ainda maior, fundando sua própria startup que logo se fundiu com a gigante Legrand Corp.
“O senhor Monteiro?”, respondeu ela, sem fôlego, tentando manter a compostura.
Ele não respondeu de imediato. Observava-a com uma intensidade desconcertante, como se pudesse enxergar além da sua expressão assustada e dos traços gentis que ela tentava disfarçar com uma postura profissional. Por um instante, pareceu surpreso, como se algo em Clara o tivesse desconcertado. Mas o momento passou tão rápido quanto havia começado. Ele se recompôs, acenando para que ela o seguisse.
“Vamos para a sala de reuniões,” disse ele, com um tom que não aceitava contestação. “Espero que tenha trazido sua melhor versão.”
Clara, engolindo em seco, seguia-o sem saber o que a aguardava naquela reunião. Ela tentava se concentrar nas palavras dele, mas a presença de Nicolas roubava todo o ar da sala. Era como se a energia ao redor dele fizesse os outros se apagarem, e Clara, pela primeira vez, experimentava um sentimento desconhecido, uma mistura perigosa de medo e atração. Sabia que ele era muito mais do que um chefe — era o símbolo de tudo o que ela queria ser e, ao mesmo tempo, de tudo o que ela nunca poderia alcançar.
Quando chegaram à sala de reuniões, Nicolas não fez cerimônias. Apontou para um lugar em frente a ele, uma cadeira que mais parecia um trono diante do olhar dos demais presentes. O silêncio era absoluto. Executivos de alto escalão, todos ansiosos, aguardavam as palavras do novo CEO, mas os olhos de Nicolas estavam fixos em Clara. Ela sentia cada músculo do corpo tenso, tentando parecer calma, mas a mente fervilhava em perguntas. Por que ela? Por que estava ali, ao lado dele, diante de tantas pessoas que conheciam cada detalhe daquele mundo que ela mal começava a explorar?
“Hoje marca o início de uma nova era para esta empresa,” Nicolas anunciou, com voz firme e presença inabalável. “Estamos aqui para inovar, transformar, e alcançar um patamar onde poucos ousaram chegar.” Ele pausou, seu olhar ainda sobre Clara. “E espero que todos estejam à altura.”
Ao final da reunião, com os executivos ainda dividindo olhares curiosos e desentendidos, Nicolas chamou Clara para acompanhá-lo. Ela hesitava, tentando decifrar o enigma que ele representava. Cada passo que dava ao seu lado a aproximava de um precipício que parecia prometer tudo — ou nada. Quando chegaram à porta de seu escritório, ele finalmente quebrou o silêncio.
“Você terá muito trabalho pela frente,” disse ele, em um tom baixo, quase íntimo. “Se eu fosse você, começaria agora.”
E com essas palavras, ele a deixou sozinha no centro daquele universo desconhecido, onde cada decisão, cada olhar e cada passo a conduziam para um destino que ela ainda não compreendia.
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Atualizado até capítulo 76
Comments
Binha
a guria está mais perdida que cego em tiroteio
2024-10-28
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