Capítulo 2

Lorena Vitória

Acordei cedo, terminei de me preparar e de fazer o pequeno almoço e fui para a livraria da cidade onde trabalho no período da manhã e depois para o restaurante. Meu dia foi normal, bastante agitado como sempre, no final do dia já estava exausta e era a minha vez de terminar de organizar e fechar o local, então só terminei por volta das 22:15, não gosto de ir para casa a estas hora devido a pouca movimentação.

Avistei o meu autocarro, então comecei a correr em sua direção, contudo logo que passei em frente daquele beco ouve novamente um barulho e ouvindo com mais atenção parecia ser um gemido de dor e depois um leve choro.

— Será que é um bebé? -perguntei a mim mesma, com medo da resposta

Eu queria estar enganada, mais de facto é um bebé pequeno e parecia estar bem fraquinho, ele estava em uma caixa tapada em cima do caixote de lixo, abri a caixa com cuidado e o encontrei com um pano velho em sua volta e seu corpo estava sujo. Ele me olhou com um olhar assustado e minha vontade era de chorar. É inaceitável que alguém tenha coragem de fazer algo do tipo com um ser tão frágil, podia só deixá-lo em um lugar movimentado onde alguém podia o encontrar mais depressa ou o deixar em um orfanato. Mais o deixar aqui para morrer, simplesmente não tem perdão.

Então o peguei no colo com muito cuidado e com o meu casaco eu o envolvi nele e peguei um táxi rapidamente, fiquei bastante aliviada por ter saído de casa com algum dinheiro e chegamos bem depressa ao hospital mais próximo. Depois de sermos atendidos, fiquei algum tempo esperando por notícias, quer dizer eu fiz a minha parte, o trouxe para o hospital e essa era a coisa mais importante a fazer, mais então porquê que ainda estou aqui?

Fiz está questão a mim mesma várias vezes e após 3 horas a médica disse-me que a situação do bebé estava difícil, porém há hipótese de sobreviver, só é necessário esperar para ver como vai reagir com os tratamentos.

A médica falou que é uma menina recém-nascida de apenas 2 dias, que foi drogada e que isso explica o fato de ninguém tê-la percebido antes, mais ela foi forte e aguentou até ser encontrada e ela também disse que foi uma grande sorte, pois estando nesta situação rodeada de perigos podia ter sido atacada por um animal, ou seja lá mais o quê.

Após falar o que aconteceu com dois polícias, peguei novamente um táxi e fui para casa, desta vez eu tive de entrar pela janela do meu quarto pois meu pai não permitiu que eu tenha uma chave da casa.

Por a casa ser pequena com dois pisos, subi em uma árvore e consegui chegar a janela do meu quarto, o meu alívio foi grande após ver que a janela não estava trancada e entrei o mais quieto possível, após verificar que já estavam todos dormindo, fui ao banheiro que ficava no final do corredor e tratei de ser o mais rápida e silenciosa possível.

O quarto da minha irmã fica a frente do quarto dos meus pais e o do meu irmão fica de cara com o meu. Só de ver os quartos deles já dá para ver o quão amada eu sou aqui.

Meu irmão e minha irmã têm um quarto de dar inveja, desde uma cama enorme até aparelhos electrónicos de última geração, o que é de se espantar, pois os meus pais estão atolados de dívidas, mais mesmo assim se esforçam bastante para agradar os queridos filhos. Já eu só tenho minha pequena cama de solteiro e um guarda roupa velho e olha que foi a minha tia quem comprou o colchão ou então eu ia continuar naquele velho que eu tinha.

Antes eu chorava muito por causa disso, mais agora não me incómoda.

Tomei banho rapidamente e como perdi a fome, fui direto para cama, já era umas 3:45 e apesar de cansada decidi pensar e refletir um pouco sobre a minha vida e a bebé e decidi que quero tentar adotar ela, irei sair dessa casa e arrendar um lugar para ficar, não quero ficar na casa da minha tia, pois ela já fez muito por mim e não quero trazer mais problemas.

Após refletir um pouco o sono venceu-me e acabei a dormir, pelo menos já é fim de semana e não terei de trabalhar.

...

Acordei às 12 horas, achei estranho, pois normalmente se eu passar do horário meu pai vem acordar-me para fazer o pequeno-almoço, limpar a casa ou apenas me incomodar.

Depois de me preparar fui a sala e encontrei todos eles junto com os meus irmãos numa conversa animada. Isso explica do porquê não fui incomodada, se esqueceram que eu existo.

A Lana de 21 anos, ela é a cara do nosso pai, cabelos negros e olhos castanhos escuros, pele clara e bem magra e muito linda também, já o meu irmão Cris de 22 anos puxou mais a nossa mãe, com os cabelos num castanho claro e os olhos num tom de mel, já eu tenho os meus 1,70 cm e os meus cabelos são ruivos e os meus olhos azuis, deve ser por causa deles que o meu pai diz que não sou a sua filha.

Mais minha tia Ana que é irmã da minha mãe falou que a avó dela era assim, então deve ser por isso que eu nasci assim.

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Comments

Adriane Alvarenga

Adriane Alvarenga

Eu não consigo entender como alguns pais podem menosprezar apenas um filho(a) e os outros tem tudo de melhor....essa mãe dela, deve estar drogada, só pode....não faz nada para mudar a situação....será que eles são pais dela????

2025-04-25

0

Rosa Hosana Santos

Rosa Hosana Santos

que tipo de mãe psicopata é essa permite tais abusos do próprio marido contra a filha fico indignada com tamanha falta de caráter

2025-04-02

9

Silvia Cristina

Silvia Cristina

Gennte que mãe é essa?E sai logo de casa menuna vai ser feluz.

2025-04-05

1

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