Respirar o ar puro da natureza é como renovar a alma, cada inspiração trazendo consigo a promessa de um novo começo.
Até mesmo o ar por aqui era diferente. Caminhar pela grama bem cuidada era como flutuar.
— Aqui é muito bonito, não é, Rô?
— Verdade, manna! — ele responde, suspirando, parecendo relaxado também.
— Então... está ansioso pelo que está por vir na escola? — pergunto, encostando-me na cerca do campo, onde, do outro lado, alguns cavalos pastavam tranquilamente.
— Ah, não sei. Acho que estou empolgado. Dizem que o ensino médio é a melhor época do colégio.
— E é mesmo, manno! — digo, relembrando minha época de escola, que nem faz tanto tempo assim.
Nos calamos por alguns instantes, mas logo ele quebra o silêncio.
— Quem será que cuida de tudo isso, já que o tio não mora aqui?
No mesmo momento — parecendo bruxaria, ou só uma baita coincidência — um rapaz alto, de porte forte e cabelos escuros aparece do outro lado da cerca.
— Deve ser ele! — digo.
— Será? Mas ele parece tão novo pra comandar tudo isso — Rodrigo tinha razão. Mas, ao julgar pelo chapéu e pela postura firme, eu diria que é ele sim.
— Que tal se perguntarmos? — diz Rodrigo, já se afastando de mim e indo na direção do jovem fazendeiro.
— Rodrigo, não... Rodrigo! — Meus chamados são completamente ignorados, então resolvo segui-lo. Logo ele chama a atenção do rapaz.
— Olá! — meu irmão cumprimenta, ao alcançá-lo.
— Ah, olá! Posso ajudar vocês em algo? — o rapaz responde com simpatia.
— Só queríamos saber quem cuida de tudo isso aqui!
— Bom... está olhando pra ele. Eu sou o fazendeiro-chefe.
— Mas... você...
— Sou jovem demais, não é? — ele completa a frase de Rodrigo, que apenas balança a cabeça, confirmando.
— Bem, quem cuidava de tudo isso era meu pai. Mas desde que ele faleceu, o chapéu veio parar na minha cabeça — diz, tocando de leve o próprio chapéu — e desde então assumi o cargo.
— E como é? É divertido?
— É sim, mas também é cansativo. Mas pra quem ama o que faz, o cansaço é só um detalhe.
Nesse momento, ele direciona os olhos para mim, que já o observava — especialmente naquela regata branca, revelando seus braços fortes e bronzeados.
— Essa é minha irmã. Ela não é muda nem nada, só é tímida demais.
— Rodrigo! — digo, indignada com ele.
O fazendeiro ri.
— Eu apertaria sua mão agora, mas as minhas estão sujas — ele diz, olhando para as próprias mãos.
— Não tem problema — respondo, estendendo a minha para ele.
Seu sorriso se ilumina e ele aperta minha mão com delicadeza, tentando controlar a força do movimento.
— Me chamo Lucas. E você?
— Stacey — respondo, abrindo um sorriso tímido.
Ele demora um pouco para soltar minha mão, só o faz quando ouvimos passos se aproximando.
— Lucas! Como vai? — é a voz de Alexandre.
— Senhor! Está tudo bem por aqui. Que bom revê-lo — Lucas responde, cordial.
— Vejo que já conheceu parte dos meus convidados. São da família Savóia — ele diz com orgulho — Cuide para que tenham ótimas férias.
— Sim, senhor!
Rodrigo e eu nos afastamos dos dois homens, que pareciam figuras saídas de um romance. Caminhamos de volta para o casarão.
Mais tarde, assisti ao pôr do sol da janela do meu quarto temporário. Ler um bom livro parecia uma excelente ideia.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Fabiana Brum
já amei muito esta história maravilhosa e linda estou apaixonada por cada capítulo.😍😍😍👏👏👏
2024-10-12
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