Polônia

Derick acorda com o celular tocando insistentemente, o som ecoando pela sala. Ele levanta a cabeça e vê Luara dormindo tranquilamente sobre seu peito. Com um suspiro, ele atende a chamada.

— Alô? — diz Derick, ainda sonolento.

— Derick, onde você está, moleque? — a voz do pai é firme. — Esqueceu da festa de noivado do seu irmão?

Derick pula da cama, assustando Luara, que abre os olhos, confusa.

— Já estou indo, pai! — responde ele, se vestindo rapidamente.

— E melhor não se atrasar.

Desligando, ele se vira para Luara, que ainda está na cama.

— Posso aparecer lá também? — pergunta ela, levantando uma sobrancelha, com um sorriso travesso.

— Tanto faz, só não provoca minha irmã, okay? — ele avisa, colocando a camisa.

— Ai, que chato! — Luara faz uma cara de vítima, cruzando os braços. — Eu só estava pensando em como seria divertido!

— Diversão não é o que precisamos hoje. É um noivado, não uma festa de farra. — Derick finaliza seu visual, olhando para ela.

— Certo, certo. Vou me arrumar então. — Luara se levanta, mas não sem dar uma piscadela para ele.

Derick suspira, balançando a cabeça enquanto ela se vira para pegar suas roupas. Ele ainda se pergunta se ter Luara ao seu lado é uma boa ideia, mas a adrenalina da festa o faz esquecer por um momento.

Luara chega em casa, ainda animada com a noite anterior. Assim que se instala, pega o celular e disca para Yasmin.

— Oi, Yas! Você precisa vir para a festa de noivado do Erick! — Luara diz, sua voz cheia de entusiasmo.

— Eu vou, mas só para ver a vadia que vai tentar roubar meu homem! — Yasmin responde, a irritação evidente em seu tom.

— Isso mesmo! Você precisa ver como é essa Eduarda. Vamos arrasar! — Luara ri, imaginando a cena.

— Certo, mas só se você me ajudar a escolher o look. Não quero parecer menos do que perfeita! — Yasmin diz, já começando a se animar.

— Claro! Venha para cá e vamos nos arrumar juntas. Prometo que vamos deixar todo mundo de boca aberta.

— Estou indo! — Yasmin responde, desligando a ligação.

Enquanto Luara se prepara, sua mente corre com planos para causar impacto na festa. Ela sabe que a presença de Yasmin só tornará as coisas mais interessantes. O clima de competição já começa a esquentar.

Yasmin escolheu um vestido ousado e elegante: um longo preto de seda, com um profundo decote em V e alças finas. A fenda lateral do vestido vai até a coxa, revelando suas pernas enquanto ela anda. O tecido delicado molda perfeitamente seu corpo, destacando suas curvas, e as costas são completamente abertas, dando um ar sensual. Ela combina o look com saltos altos de tiras finas e acessórios discretos, mas brilhantes, completando a imagem de uma mulher sedutora e confiante.

Luara, por sua vez, optou por um vestido vermelho sangue, justo e igualmente provocante. O modelo tem um decote coração que valoriza o busto e mangas longas de renda transparente, que dão um toque de sofisticação. A cintura é marcada e a saia ajustada se estende até os joelhos, com um leve recorte lateral. Seus saltos são de verniz preto, altos e chamativos, e ela usa brincos longos que brilham sob a luz. Luara consegue equilibrar a sensualidade com a elegância, deixando claro que sabe como se destacar sem perder a classe.

No jatinho luxuoso da família Calmore, Eduarda olhava pela janela, observando as nuvens enquanto o avião se aproximava da Polônia. O clima dentro da aeronave era tenso. Seus pais estavam conversando calmamente, mas ela não conseguia relaxar. Seu estômago estava embrulhado de ansiedade, e as mãos suadas revelavam seu nervosismo.

Ela suspirou, fechando os olhos por um momento, tentando processar o que estava prestes a acontecer. "Estou indo para um noivado com alguém que mal conheço... Será que ele mudou muito desde a infância?", pensava, enquanto um milhão de perguntas passavam por sua cabeça. As lembranças de Erick eram vagas, mas a ideia de estar prometida a um mafioso, crescendo nesse ambiente, só a deixava ainda mais desconfortável.

Sua mãe, sentada ao lado dela, percebeu sua inquietação e tocou levemente sua mão.

"Filha, vai dar tudo certo. Erick é de uma boa família. Eles nos respeitam, e essa união vai fortalecer ainda mais nossos laços."

Eduarda apenas assentiu, mas por dentro, sua mente estava em turbilhão. "Boa família? Ele cresceu cercado de violência, assim como eu. Mas por que sinto que estou perdendo o controle da minha própria vida?". Ela olhou novamente pela janela, tentando se acalmar, mas o peso do que estava por vir era difícil de ignorar.

Com o jatinho descendo suavemente sobre a pista polonesa, ela sabia que não haveria mais volta.

Quando o jatinho finalmente aterrissou, Eduarda observou com atenção os carros pretos parados na pista, com homens fortemente armados posicionados ao redor. Era uma recepção típica de um encontro entre famílias poderosas, mas isso não diminuía o desconforto que ela sentia. Quando a porta do jatinho se abriu, o vento frio da Polônia a atingiu, e Eduarda desceu as escadas ao lado de seus pais.

Antes que pudesse se preparar para o que viria a seguir, uma jovem extremamente linda, de cabelos longos e um sorriso deslumbrante, caminhou em direção à família Souza. Ela era Alana Calmore, filha do temido chefe da máfia polonesa e irmã de Erick, o homem com quem Eduarda estava destinada a se casar.

"Oiê, gente!" disse Alana, com uma alegria descontraída que surpreendeu Eduarda. "Sou Alana Calmore. Já faz um bom tempo que não nos vemos." Ela sorriu calorosamente, como se não houvesse tensão alguma no ar.

Os pais de Eduarda sorriram, visivelmente encantados. "Nossa, como cresceu, Alana! Está linda!" disse o pai de Eduarda, apertando a mão da jovem.

Alana sorriu e se aproximou de Eduarda, que estava um pouco nervosa. "E essa é a Eduarda," disse a mãe de Eduarda, apresentando-a.

Alana não hesitou. Ela envolveu Eduarda em um abraço caloroso, algo que Eduarda não esperava. "Você está ainda mais linda, Eduarda! Tenho certeza de que seremos boas amigas," disse Alana, com um brilho nos olhos.

Eduarda tentou esconder seu desconforto, mas sorriu de volta, um pouco tímida. "Obrigada, Alana. Espero que sim," respondeu ela, com um leve sorriso no rosto.

Alana continuou, ignorando qualquer tensão: "Eu já preparei tudo para a sua estadia. Vai ser incrível! Vamos ter tanto tempo para nos conhecer melhor antes da festa. Estou muito animada para que você conheça meu irmão e nossa família. E, claro, eu vou te mostrar as melhores lojas de Varsóvia!" Alana deu uma piscadela, tentando quebrar o gelo.

Eduarda riu nervosamente. "Parece ótimo. Estou um pouco nervosa com tudo isso, mas obrigada por me receber assim."

Alana a segurou pelos ombros e olhou diretamente em seus olhos, sorrindo com sinceridade. "Não se preocupe, Eduarda. Você está na família agora."

No interior do carro luxuoso que os levava pela cidade, o clima estava mais descontraído. Alana, sempre simpática, puxou assunto, virando-se para Eduarda com um sorriso curioso.

"Estou ansiosa para conhecer o Rio de Janeiro! Já ouvi falar muito do Brasil," comentou Alana, os olhos brilhando de entusiasmo.

Eduarda, ainda um pouco nervosa com toda a situação, sorriu em resposta. "Lá é maravilhoso. É quente, as praias são incríveis... Você vai gostar bastante," disse, tentando relaxar na conversa. "Vejo que você fala português muito bem, estou impressionada."

Alana deu uma leve risada. "Ah, obrigada! Bom, assim como você, eu e meus irmãos tivemos aulas de idiomas desde pequenos. Além do polonês, aprendi inglês, espanhol, e, claro, português. Papai sempre achou importante que soubéssemos nos comunicar em várias línguas, principalmente com a nossa influência em tantos lugares."

Eduarda sorriu, um pouco impressionada com a fluência de Alana. "Eu só aprendi inglês e polonês. Acho que deveria ter me dedicado mais aos idiomas... Mas, pelo menos, posso me virar bem aqui," disse, tentando ser modesta.

Alana a tranquilizou. "Você está indo muito bem! E, além disso, não se preocupe com o idioma, o importante é que você está se conectando conosco, e isso é o que mais conta."

Eduarda sorriu com gratidão, sentindo-se mais confortável com a ideia de estar ali. Talvez Alana realmente fosse uma boa amiga para ter nesse processo complicado.

Ao chegar à imponente mansão da família Calmore, Eduarda observou a grandiosidade do lugar. As colunas de mármore, os jardins impecáveis, e os seguranças armados ao redor transmitiam uma sensação de poder e controle. Ao descer do carro, ela avistou os pais de Alana, que aguardavam na entrada, impecavelmente vestidos e com sorrisos formais.

"Bem-vindos à Polônia!" disse o senhor Calmore, abrindo os braços de maneira acolhedora. "Espero que a viagem tenha sido tranquila."

O pai de Eduarda, Souza, apertou a mão do anfitrião com firmeza, respondendo: "Foi, sim, muito tranquila. Agradecemos pela recepção."

A mãe de Eduarda, um pouco mais formal, cumprimentou a senhora Calmore com um sorriso cordial, trocando palavras educadas. Alana, que estava ao lado de Eduarda, manteve o mesmo sorriso caloroso de antes, mas parecia ansiosa por algo.

"Derick e Erick ainda não chegaram?" perguntou Alana, olhando ao redor, como se procurasse os irmãos.

"Estão a caminho," respondeu a senhora Calmore com um leve sorriso. "Erick deve chegar a qualquer momento, e Derick... bem, você sabe como ele é, sempre atrasado."

Eduarda, ainda nervosa com tudo, observava a mansão, sentindo um misto de curiosidade e apreensão. Sabia que, em breve, conheceria Erick, seu futuro marido, e aquela ansiedade crescia em seu peito. Ela tentou manter a calma, enquanto Alana, percebendo o nervosismo da nova amiga, segurou sua mão brevemente.

"Vai ficar tudo bem," sussurrou Alana com um sorriso, tranquilizando Eduarda. "Meus irmãos são ótimos, você vai gostar deles."

Eduarda apenas acenou, sem conseguir esconder sua tensão. O encontro estava cada vez mais próximo, e ela só conseguia imaginar como seria o primeiro momento em que veria Erick.

Niki e Naby se aproximaram de Eduarda, ambos com sorrisos acolhedores. Niki, com sua presença forte e carismática, foi o primeiro a falar:

"Eduarda, você está mais linda do que eu me lembrava," disse ele, os olhos brilhando com aprovação. "Estamos muito felizes em tê-la conosco. Sua presença significa muito para nossa família."

Naby, sempre elegante e gentil, completou com um sorriso suave: "Realmente, você cresceu e se tornou uma mulher impressionante. Espero que se sinta em casa aqui. Estamos muito contentes em recebê-la."

Eduarda, um pouco tímida diante de tantos elogios, sorriu em resposta. "Obrigada, eu também estou feliz em estar aqui."

Niki deu um leve aceno com a cabeça, indicando para Alana: "Filha, leve Eduarda ao quarto dela. Mostre a casa e deixe-a à vontade."

Alana, sempre animada e cheia de energia, pegou na mão de Eduarda com entusiasmo. "Vem comigo, Eduarda! Vou te mostrar tudo. Você vai adorar seu quarto!"

Enquanto as duas subiam as escadas da mansão, Eduarda olhava ao redor, impressionada com a grandiosidade e o luxo da casa. Os corredores eram adornados com obras de arte caras, e o chão de mármore refletia as luzes suaves dos lustres.

Alana apontava para diferentes áreas da casa enquanto caminhavam. "Aqui é a sala de jantar principal, e ali fica a biblioteca, onde meus irmãos gostam de passar um tempo. E seu quarto é logo ali."

Chegando ao quarto, Alana abriu a porta para revelar um espaço amplo e bem decorado, com uma cama enorme e janelas que davam para o jardim. "Esse é o seu cantinho," disse Alana com um sorriso. "Se precisar de qualquer coisa, é só me chamar. Estamos aqui para fazer você se sentir em casa."

Eduarda agradeceu, ainda um pouco surpresa com a generosidade e a beleza de tudo ao seu redor. Enquanto colocava sua bagagem no quarto, ela sabia que sua vida estava prestes a mudar de maneiras que ela ainda não podia prever.

Eduarda olhou para Alana com uma mistura de curiosidade e nervosismo. "Alana, como é o Erick? Quer dizer, eu nem o conheço direito. Só sei que estamos noivos, mas... não sei nada sobre ele."

Alana sorriu de forma travessa e se acomodou na beira da cama, olhando diretamente para Eduarda. "Bom, vamos lá. O Erick é... alto, loiro, e incrivelmente gato, pra começar," disse ela, dando uma piscadela. "Ele tem uma personalidade forte, às vezes pode ser grosso e mal-educado, principalmente quando as coisas não vão do jeito dele. Mas, com as pessoas que ele realmente ama, ele é carinhoso, amoroso e muito gentil."

Eduarda franziu o cenho, um pouco confusa. "Com quem ele ama? Mas ele não me ama. Nós nem nos conhecemos de verdade."

Alana riu suavemente e balançou a cabeça. "É só uma questão de tempo, linda. Confie em mim. Meu irmão pode ser complicado, mas tenho certeza de que você vai conseguir encantá-lo. Você tem esse jeito, sabe? E, olha, nós dois sabemos que esse casamento tem seus acordos, mas acredite, ele vai se interessar por você. Ele só precisa de tempo."

Eduarda soltou um suspiro, ainda um pouco incerta. "Espero que sim. Não quero que ele se sinta forçado."

Alana sorriu novamente, agora com um olhar mais compreensivo. "Você vai ver, Eduarda. Ele pode parecer um durão, mas, por trás de toda aquela arrogância, ele é mais sensível do que deixa transparecer. Além disso, você também não é qualquer uma. Ele não vai conseguir resistir a você por muito tempo."

Eduarda não pôde deixar de sorrir um pouco, sentindo-se um pouco mais confiante com as palavras de Alana. "Obrigada. Acho que vou precisar de toda ajuda possível."

Alana riu, levantando-se. "Eu estou aqui pra isso. Agora, relaxa e aproveita. Vamos fazer essa festa de noivado ser incrível. E quem sabe, até lá, o Erick já não esteja completamente encantado por você?"

Eduarda sorriu, e as duas continuaram a conversar, agora mais relaxadas e com um entendimento melhor do que estava por vir.

Alana sorriu calorosamente e se levantou da cama. "Eu tenho um vestido lindo para você, um presente especial para o seu noivado," disse ela com um brilho nos olhos. "Tenho certeza de que vai ficar incrível em você. Vou deixar você tomar banho e descansar um pouco. Depois, se quiser, pode ir até o meu quarto. Fica logo ao lado."

Eduarda sorriu, sentindo-se grata. "Obrigada, Alana. Você está sendo muito gentil comigo."

Alana deu de ombros de forma descontraída. "Claro! Somos praticamente irmãs agora. Quero que você se sinta à vontade aqui." Ela se dirigiu à porta e, antes de sair, acrescentou: "Se precisar de qualquer coisa, estarei por perto."

Assim que Alana saiu, Eduarda suspirou aliviada, sentindo-se um pouco mais à vontade com a hospitalidade da família. O nervosismo ainda estava ali, mas a confiança de Alana a deixava mais tranquila.

Ela se dirigiu ao banheiro, pronta para tomar um banho relaxante e preparar-se para o que viria a seguir.

Eduarda mergulhou na banheira, deixando a água morna relaxar seus músculos tensos. Ela riu sozinha ao olhar em volta, admirada com o tamanho e o luxo do banheiro. "Parece até cena de filme," pensou, enquanto brincava com as bolhas de sabão. O nervosismo de estar na Polônia e tudo o que estava por vir ainda a rondava, mas o momento de tranquilidade ajudava a acalmar seus pensamentos.

Depois de um tempo, ela saiu da banheira, se secou e vestiu uma roupa confortável. Com os cabelos ainda úmidos, deitou-se sobre a cama macia, afundando no colchão, e olhou para o teto, pensando em tudo que estava acontecendo. "Então, essa é a vida que vou ter daqui pra frente?", sussurrou para si mesma. Ela suspirou, tentando relaxar, mas seus pensamentos continuavam a girar em torno de Erick, do casamento e da vida que estava prestes a mudar.

Por fim, fechou os olhos por alguns instantes, deixando o cansaço tomar conta de seu corpo, mesmo que sua mente ainda estivesse cheia de incertezas.

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Comments

Jaildes Damasceno

Jaildes Damasceno

Estou gostando muito dessa estória autora. Mas Yasmin e Luara vão aprontar

2025-04-18

0

Eliene Santos

Eliene Santos

estou gostando do livro 👍🏻😘

2024-10-30

1

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