Quebrando Barreiras

**Capítulo 5: Quebrando Barreiras**

Os dias no castelo se transformaram em uma dança silenciosa entre Paloma e o Rei Alpha. Ela agora tinha permissão para circular mais livremente pelos corredores, mas a tensão entre eles permanecia, constante e palpável. Cada encontro, mesmo os mais triviais, parecia carregado de algo não dito. O olhar dele a seguia, como se estivesse tentando decifrar seus pensamentos, enquanto ela, cada vez mais, sentia que havia algo profundamente enterrado por trás daquela máscara implacável.

Uma tarde, enquanto Paloma caminhava pelos jardins do castelo, o Rei Alpha apareceu. Ele se aproximou devagar, os passos firmes, mas sem o peso autoritário de antes. Paloma sentiu seu coração acelerar, sabendo que aquele momento não seria como os outros. Havia algo diferente no ar.

— Paloma — disse ele, sua voz mais baixa e controlada. — Quero falar com você.

Ela parou e virou-se para ele, surpresa pelo tom incomum. O Rei Alpha raramente usava palavras para algo além de ordens, então ouvir sua voz carregada de uma certa hesitação a deixou alerta.

— Fale — respondeu ela, cautelosa.

Ele caminhou até uma fonte próxima e indicou para que ela se sentasse. Paloma hesitou, mas logo aceitou o convite, mantendo o olhar atento no homem à sua frente. Ele parecia desconfortável, como se estivesse travando uma batalha interna.

— Você me desafiou desde o início — começou ele, cruzando os braços e observando-a intensamente. — Ninguém jamais fez isso antes, e confesso que não sei como lidar com isso.

Paloma ficou em silêncio, tentando entender onde ele queria chegar.

— Você é diferente — ele continuou. — Eu não esperava que alguém com a sua história, sua vida, pudesse ter tanta... força.

— Eu sobrevivi — respondeu Paloma, encarando-o com firmeza. — A força que você vê é apenas o que me manteve viva até agora. Mas não confunda isso com submissão.

O Rei Alpha assentiu lentamente, os olhos azuis brilhando com uma intensidade contida. Ele se aproximou mais, até que estava a apenas alguns passos de distância dela. Havia algo em seu olhar que Paloma não reconhecia. Vulnerabilidade, talvez?

— Eu também sobrevivi — disse ele, sua voz quase um sussurro. — A força que você vê em mim não é diferente da sua, Paloma. Eu também lutei minha vida inteira, mas minha luta me transformou em algo que eu não planejei ser.

Paloma o observou em silêncio, sentindo pela primeira vez que ele estava baixando a guarda. O implacável Rei Alpha, temido por todos, estava mostrando uma fração de quem ele era antes de se tornar o monstro que todos conheciam.

— O que você quer de mim, então? — Paloma perguntou, sua voz suave, mas firme.

Ele suspirou, e por um momento, olhou para o céu como se buscasse uma resposta entre as nuvens.

— Eu não sei — ele admitiu. — Por tanto tempo, tudo o que fiz foi controlar e subjugar. O poder era a única coisa que me importava. Mas com você... é diferente. Eu sinto que estou perdendo o controle, e isso me assusta.

Paloma sentiu uma onda de confusão e surpresa. Ele, o homem que governava com punhos de ferro, estava admitindo medo?

— Você não precisa controlar tudo — respondeu ela, tentando entender a profundidade do que ele dizia. — Às vezes, ceder um pouco pode ser o caminho para entender o que realmente importa.

O Rei Alpha a encarou, como se estivesse considerando suas palavras. Havia um silêncio pesado entre eles, cheio de possibilidades. Finalmente, ele falou novamente, mas sua voz era mais baixa, quase dolorida.

— Eu não sei se ainda sou capaz de ceder, Paloma.

Paloma se aproximou dele, hesitante, mas determinada. Ela sentia que, de alguma forma, aquele momento era crucial. Estender a mão e tocar no passado ferido do Rei Alpha poderia ser a chave para quebrar a barreira entre eles.

— Todos podem mudar — ela disse suavemente. — Até você.

Ele a observou, e por um instante, parecia que ele ia recuar. Mas, em vez disso, o Rei Alpha deu um passo à frente, encurtando a distância entre eles. Seus olhos a fitavam com uma intensidade que Paloma nunca havia visto antes. Era como se ele estivesse à beira de uma decisão monumental.

Então, para sua surpresa, ele levantou a mão e tocou seu rosto com uma suavidade que contrastava com tudo o que ela conhecia dele. O toque era quente, quase carinhoso, e por um momento, Paloma esqueceu quem ele era. Não era o Rei Alpha implacável que estava diante dela, mas um homem que lutava contra suas próprias sombras.

— Eu não sei o que estou fazendo — ele murmurou, com os olhos presos nos dela.

Paloma se aproximou mais, os rostos agora tão próximos que ela podia sentir o calor da respiração dele.

— Talvez isso seja o que você precisa — disse ela, com um leve sorriso. — Não saber. Apenas... sentir.

Por um breve momento, o tempo pareceu parar. O Rei Alpha abaixou a mão, mas não se afastou. Eles ficaram ali, compartilhando um momento que, para ambos, parecia quebrar as barreiras que haviam sido erguidas durante anos.

Paloma sabia que aquele era apenas o início de algo maior. O relacionamento entre eles estava mudando, e com essa mudança, vinham novos desafios. Mas pela primeira vez, ela sentiu que havia uma chance de transformar aquele homem cruel e temido em algo mais.

E, talvez, de transformar a si mesma também.

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Comments

patricia033096@gmail.com

patricia033096@gmail.com

aí que amor gente 😍 ele está se rendendo aos poucos

2024-09-13

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