Revelações no castelo

**Capítulo 4: Revelações no Castelo**

Os dias após o confronto com o Rei Alpha passaram em um estranho equilíbrio. Paloma sentia que a dinâmica entre eles havia mudado, mas não sabia até onde essa mudança iria. Embora ainda fosse sua prisioneira, agora ela tinha certa liberdade dentro dos muros do castelo. Os guardas a vigiavam de longe, mas não mais com a mesma severidade de antes.

Certa noite, enquanto explorava os corredores silenciosos e frios, Paloma encontrou uma porta diferente das outras. Era antiga, com entalhes detalhados que pareciam contar uma história. Algo naquelas imagens a fez parar e olhar mais de perto. Era como se a madeira estivesse viva, pulsando sob seus dedos.

Empurrando a porta com cautela, ela encontrou uma sala iluminada apenas pelo brilho pálido da lua que entrava por uma pequena janela. No centro da sala, uma velha arca estava parcialmente aberta. Curiosa, Paloma se aproximou e levantou a tampa, revelando dentro dela objetos antigos e estranhos. Entre eles, um caderno empoeirado chamou sua atenção.

Ao abrir o caderno, as páginas estavam cheias de rabiscos e anotações. A caligrafia era familiar e, conforme folheava, ela percebeu que aquele diário pertencia ao Rei Alpha. As palavras escritas ali não eram o que Paloma esperava. Entre as estratégias de batalha e descrições das conquistas, havia algo mais pessoal. Momentos de vulnerabilidade. Sentimentos de solidão e dor.

Enquanto ela lia, ouviu passos no corredor. Paloma rapidamente fechou o diário e o colocou de volta na arca, virando-se a tempo de ver o Rei Alpha entrar na sala. Seus olhos, mais intensos do que nunca, a observaram com uma mistura de surpresa e algo mais sombrio.

— O que está fazendo aqui? — Ele perguntou, sua voz baixa, mas carregada de uma autoridade que ela já conhecia bem.

— Eu... me perdi — respondeu Paloma, sua mente ainda processando o que havia lido.

O Rei Alpha não pareceu convencido. Ele caminhou em direção à arca, fechando-a com um movimento brusco, e se virou para ela, o rosto frio como pedra.

— Esta sala não é para você — ele disse, seus olhos perfurando os dela. — Aqui, guardo pedaços de um passado que já não me pertence mais.

— Um passado que ainda parece te afetar — respondeu Paloma, desafiadora, lembrando-se das palavras do diário. — Você pode ser implacável agora, mas já houve um tempo em que você não era assim.

Por um momento, o Rei Alpha ficou em silêncio. Sua postura rígida vacilou ligeiramente, e ele desviou o olhar, como se as palavras dela tivessem tocado algo profundo.

— Esse homem que você acha que conhece não existe mais — ele disse finalmente, a voz mais suave. — O mundo não permite fraquezas. E se você pensa que pode mudar isso, está muito enganada.

Paloma não soube o que dizer. A verdade nas palavras dele era difícil de ignorar, mas algo dentro dela se recusava a acreditar que ele fosse tão frio quanto se apresentava.

— Talvez não seja tão simples — murmurou ela, mais para si mesma.

O Rei Alpha voltou seu olhar para ela, desta vez com uma expressão que Paloma não conseguiu decifrar completamente.

— Volte para seus aposentos — ele ordenou, mas o tom de sua voz era menos autoritário e mais resignado. — Não quero que entre aqui novamente.

Paloma assentiu e se retirou, sentindo que, embora tivesse sido rejeitada, havia descoberto algo importante. O Rei Alpha era uma figura complexa, muito mais do que o monstro que ele tentava aparentar ser.

Ao voltar para seu quarto, ela se deitou na cama, incapaz de dormir. As revelações daquela noite pesavam em sua mente. A sala secreta, o diário, e o que ela viu nas palavras dele — tudo aquilo começava a fazer sentido. Por trás da máscara de poder e violência, existia um homem ferido.

Paloma sabia que estava se aproximando de uma verdade que o Rei Alpha queria manter enterrada. Mas, ao mesmo tempo, ela sentia que essa verdade poderia ser a chave para mudar a relação deles. Não por submissão, mas por algo mais profundo. Ela ainda não sabia o que isso significaria, mas estava determinada a descobrir.

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