O sol nascente projetava longas sombras pelo chão da floresta enquanto Arthur e Eldrin retomavam sua jornada. O céu estava claro, uma mudança bem-vinda após a tempestade caótica do Vale das Tempestades. O Amuleto dos Ventos balançava suavemente no pescoço de Arthur, como um lembrete constante da tarefa monumental que ele enfrentava. Cada passo era uma combinação de determinação e apreensão, com a certeza de que mais desafios os aguardavam.
“A estrada para o Templo das Estações é mais tranquila que o Vale das Tempestades,” explicou Eldrin enquanto caminhavam por uma trilha estreita. “Mas isso não significa que será fácil. O templo é guardado pelos Espíritos das Estações, entidades antigas que protegem o equilíbrio natural de Etheria. Para acessar o segundo amuleto, você precisará provar seu valor a eles.”
Arthur escutou com atenção, processando cada palavra. “E como eu faço isso? Como provar meu valor a esses espíritos?”
“Cada estação tem sua própria prova,” respondeu Eldrin. “A Primavera testará sua capacidade de renovar e criar vida. O Verão medirá sua coragem e resistência. O Outono desafiará sua sabedoria e capacidade de desapego. E o Inverno... Bem, o Inverno testará sua força de vontade e resiliência.”
Enquanto Eldrin falava, Arthur tentava imaginar os desafios que o aguardavam. Ele já havia enfrentado tempestades furiosas e criaturas etéreas, mas essas provas pareciam ser algo ainda mais profundo e pessoal, um verdadeiro teste de caráter.
Após horas de caminhada, eles começaram a notar mudanças no ambiente ao redor. A floresta densa começou a dar lugar a árvores mais espaçadas, cujas folhas exibiam uma paleta de cores variadas, como se cada uma representasse uma estação diferente do ano. A temperatura também oscilava levemente, criando um clima peculiar, como se as quatro estações coexistissem naquele lugar.
“Estamos chegando,” Eldrin anunciou, seus passos tornando-se mais deliberados. “O Templo das Estações está logo à frente, oculto entre essas árvores. Prepare-se, Arthur. O que você está prestes a enfrentar exigirá não apenas força física, mas também uma conexão profunda com a essência deste mundo.”
Arthur respirou fundo, sentindo o peso da expectativa crescer dentro dele. Eles avançaram mais alguns metros até que, de repente, as árvores se abriram para revelar uma vasta clareira. No centro, erguia-se o Templo das Estações.
O templo era uma construção impressionante, feito de pedra branca que parecia brilhar sob a luz do sol. Suas paredes estavam cobertas de vinhas e flores, algumas em plena floração, outras já murchando, e outras ainda cobertas por geada. Quatro grandes pilares marcavam as entradas, cada um representando uma estação: a Primavera adornada com flores, o Verão com chamas esculpidas, o Outono com folhas caindo, e o Inverno com cristais de gelo.
“Lembre-se,” disse Eldrin em um tom de advertência, “uma vez que entrar, você estará sozinho. Eu esperarei aqui, mas o que acontecerá lá dentro dependerá apenas de você.”
Arthur assentiu, consciente da gravidade da situação. Ele deu um passo à frente, aproximando-se do templo. Ao cruzar a entrada principal, uma sensação de calma e expectativa tomou conta de seu corpo. Ele sabia que cada passo a partir de agora seria uma prova de sua capacidade de ser o herói que Etheria precisava.
Dentro do templo, o ambiente mudava a cada passo. Primeiro, ele foi saudado pela energia vibrante da Primavera. Flores desabrochavam ao seu redor, e ele podia ouvir o som suave de água corrente. Uma figura feminina emergiu das sombras, seu corpo coberto por flores e vinhas, com olhos que refletiam a vida em todas as suas formas.
“Bem-vindo, Viajante,” disse a figura, sua voz como uma melodia. “Eu sou Flora, o Espírito da Primavera. Para passar por mim, você deve demonstrar a capacidade de renovar e proteger a vida. O que você traz para este templo?”
Arthur pensou por um momento. Ele havia deixado muito para trás em sua vida anterior, mas, desde que chegou a Etheria, ele encontrou um novo propósito, um motivo para seguir em frente. Com esse pensamento em mente, ele respondeu:
“Eu trago esperança e a determinação de proteger este mundo. Embora eu ainda esteja descobrindo minhas capacidades, estou aqui para lutar pelo que é certo e para preservar o equilíbrio que você guarda.”
Flora olhou para ele com curiosidade. “Mostre-me.”
Arthur estendeu a mão, fechando os olhos e concentrando-se. Ele sentiu o amuleto em seu pescoço pulsar e, lentamente, a energia da Primavera ao seu redor começou a responder. Um pequeno broto apareceu na palma de sua mão, crescendo rapidamente até se transformar em uma flor radiante. Arthur abriu os olhos e sorriu para Flora, que observava atentamente.
“Você entende a essência da Primavera,” disse Flora, acenando com aprovação. “Você pode seguir adiante, Viajante. Mas lembre-se, a jornada está apenas começando.”
Arthur agradeceu e seguiu para a próxima seção do templo. O calor aumentou à medida que ele se aproximava do Verão. O ambiente ao seu redor transformou-se em um campo dourado sob um sol escaldante. No centro, um guerreiro musculoso, com uma armadura feita de fogo, aguardava-o.
“Eu sou Ignis, o Espírito do Verão,” anunciou o guerreiro com uma voz poderosa. “Aqui, testaremos sua coragem e resistência. Enfrente-me em combate, e mostre que é digno de carregar o poder do Verão.”
Arthur respirou fundo, sabendo que essa prova seria física. Ele se preparou, sentindo a energia do Amuleto dos Ventos correr por suas veias. Ignis avançou, seu corpo envolto em chamas, e Arthur soube que precisaria dar tudo de si para superar essa prova.
O combate começou, com Ignis atacando com uma força brutal. Arthur esquivou-se e contra-atacou, usando a agilidade e a força que havia desenvolvido durante sua jornada. Ele invocou o poder do vento para fortalecer seus golpes, criando rajadas que neutralizavam as chamas de Ignis. A batalha foi intensa, cada movimento de Ignis exigindo que Arthur usasse toda sua habilidade e estratégia.
Finalmente, com um movimento rápido, Arthur conseguiu desarmar Ignis, que caiu de joelhos com um sorriso de aprovação. “Você lutou com honra e coragem, Viajante. O poder do Verão reconhece sua força. Siga adiante.”
Arthur estava ofegante, mas a sensação de triunfo o impulsionava. Ele sabia que estava cada vez mais próximo de provar seu valor e conquistar o segundo amuleto. A jornada pelo Templo das Estações estava longe de terminar, mas Arthur sentia que estava se tornando o herói que Etheria precisava, um passo de cada vez.
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Atualizado até capítulo 60
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