Ferreiro Divino
Os sons de marteladas podiam ser ouvidos ecoando dentro de uma oficina. O lugar estava repleto de todo o tipo de sucata. Peças de carros, maquinas, televisão, computadores, rádios, ferro, ouro, prata, bronze, cobre e entre outros objetos.
Duas figuras eram vistas no local. Um deles era alto e musculoso, pele branca, olhos verdes, cabelo cortado estilo militar bem raspados dos lados e aparados na parte de cima. Ele estava trajando uniforme militar, com roupas camufladas, coturnos pretos, em suas costas uma magno 48 podia ser visto. O militar estava com uma faca em uma das mãos, e na outra estava com um amolador de facas.
Ele amolava a faca enquanto esperava o outro rapaz terminar o seu serviço, a cada som de batida o militar amolava mais a faca. Uma hora ou outra ele parava de amolar e passava a faca sobre o pulso. Do corte um liquido dourado escorria pelo ferimento causado pela faca e o militar olhava atentamente para o corte em seu pulso. Estalando os dedos com a mão que segurava a faca, o corte se curava instantemente e o militar voltava a amolar a sua faca.
- Ainda não acabou? – Perguntou o Militar mostrando estar irritado. – Já estamos aqui a três dias!
- Calado! – Disse o outro rapaz.
Ele também era musculoso como o militar, mas ambos tinham muitas diferenças. A começar que o rapaz que trabalhava era menor que o militar, seu corpo era musculoso e suas mãos eram calejadas e estavam sujas de graxa. Ele tinha a pele branca e era careca, seus olhos eram azuis, porém ele era vesgo, tinha uma enorme barba negra que ia até a altura do seu peito. Ele estava usando um macacão azul surrado e encardido, usava uma camiseta branca que estava tão encardido como o seu macacão e botas pretas.
A frente do rapaz uma enorme fornalha era visível, ele trabalhava na frente da fornalha sobre uma grande mesa de metal. Sobre a mesa inúmeras ferramentas podiam ser vistas alicates, chaves, martelos, maçaricos, furadeiras. O rapaz estava usando um martelo e batia repetidas vezes em uma estrutura de ferro.
- Ainda nada Hefesto! – Perguntou o militar mostrando estava mais impaciente do que antes.
- Você me pediu algo quase e extremamente impossível! – Respondeu Hefesto que continuava trabalhando na estrutura de ferro. – Eu posso ser um deus, mas não faço milagres então cala a sua maldita boca e me deixa trabalhar Ares!
Hefesto voltou a trabalhar, os sons das batidas deixaram ares ainda mais impaciente.
Ares é o "deus da Guerra" e irmão de Hefesto. Hefesto é o "Ferreiro Divino", irmão de Ares e diferente do irmão que é um ótimo soldado, Hefesto é ótimo ferreiro capaz de construir qualquer tipo de objeto, ferramentas, armas, armaduras, autômatos e etc.
Hefesto passava grande parte do tempo trabalhando em suas "Frojas, oficinas". As frojas de Hefesto estavam espalhadas por todo o mundo.
Elas se encontravam localizadas nas beiras dos "Vulcões" e graças ao local onde ficam localizadas as forjas, quando Roma invadiu a Grécia se tornando o maior império do mundo, a versão romana de Hefesto recebeu o nome de "Vulcano" e os vulcões receberam esse nome em homenagem a divindade Greco-romana.
- Agora sim. – Disse Hefesto parando de martelar o metal.
Ele caminhou mancando até o lado de Ares que agora o olhava ansioso. Ao lado de Ares estava uma grande armadura negra com um buraco em seu peito. Ao se aproximar Hefesto encaixou o objeto metálico perfeitamente no buraco e girando para a esquerda um som de click pode ser ouvido. O elmo da armadura acendeu, a mesma caminhou alguns passos e Ares soltou uma gargalhada.
- HAHAHAHA perfeito! Finalmente está pronto finalmente!
- Viu só demorou mais valeu a pena não valeu? – Comentou Hefesto e Ares assentiu.
- Odeio admitir, mas realmente valeu a pena meu irmão.
- Agora a mude da maneira que quiser!
Ares assentiu e olhou para a armadura. Estalando os dedos a mesma mudou e se tornou um tanque de guerra. O tanque era negro e possuía dois canos. Os canos giravam de um lado para o outro localizando o seu alvo.
- Perfeito! – Disse Ares mostrando estar contente. – E agora o que devo fazer por esse favor meu irmão?
Hefesto caminhou até uma pia cheia de água, ao se aproximar pegou um sabão em pedra branco e começou a lavar suas mãos.
- Nada! – Disse o deus surpreendendo o seu irmão.
- Nada? – Respondeu Ares confuso.
- Sim por enquanto nada!
- Bateu forte com a cabeça meu irmão?
Hefesto respirou fundo e suspirou ao escutar a pergunta de seu irmão. Os deuses nunca ajudavam os outros de graça. Sempre que pediam um favor em troca de alguma coisa, por isso ares estranhou a resposta de Hefesto.
- Por enquanto nada Ares, esse foi o meu último trabalho!
- Último trabalho? – A confusão no rosto de Ares apenas aumentava. – O que está acontecendo com você Hefesto?
- Nada. – Hefesto virou-se ficando frente a frente com Ares. – Apenas darei um tempo meu irmão. Darei um tempo no meu trabalho nas forjas, vou descer a terra e conhecer o mundo. Fiquei cinco mil trabalhando, apenas saia para as reuniões no Olimpo agora, estou curioso para ver como o mundo mudou durante esse tempo.
- Então vai tirar umas férias?
- Praticamente isso!
- Bom só tenho uma coisa a dizer! – Hefesto olhou atentamente para o seu irmão e esperava que o mesmo concluísse sua fala.
- Aproveite o tempo na terra, os mortais não são tão ruins assim.
Um sorriso era visível no rosto de Ares e Hefesto não resistiu e começou a sorrir. Ares se despediu e antes de ir disse a Hefesto que quando quisesse pedir o favor que ele lhe devia era só procurá-lo. Hefesto assentiu e observou o seu irmão partindo.
Ele caminhou em direção a um espelho de bronze e olhou seu reflexo. Assim como Ares Hefesto estalou os dedos e sua aparência mudou. Ele agora lembrava uma pessoa de trinta a quarenta anos de idade, pele branca, cabelos negros que estavam um pouco aparados do lado e arrepiados em cima. Olhos castanhos escuros, corpo magro e atlético. Ele estava usando um terno cinza com uma camisa branca e gravata vermelha, sapatos pretos e óculos escuros com a lente amarela.
- É dá pro gasto! – Disse e Hefesto e começou a caminhar. O deus caminhava mancando e logo parou. Puxou a barra da calça para cima revelando que estava usando uma meia social preta. Estalando os dedos uma prótese era visível em sua perna direita, Hefesto pegou uma chave de fenda e começou a parafusar a prótese. Caminhou alguns passos e agora o deus caminhava perfeitamente deixando de mancar. – Agora sim perfeito, terra ai vou eu!
Estalando os dedos novamente as luzes da forja se apagaram, o deus começou a caminhar tranquilamente no escuro como se as luzes ainda estivessem acessas e o mesmo saiu se dirigindo a terra.
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Atualizado até capítulo 21
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