Aslan...
Estou encarando a mulher que me proporcionou o melhor sexo da minha vida, e que não vejo há anos. Os seus olhos estão expondo a sua surpresa e nervosismo com a minha pergunta.
Não pude ver direito a foto em seu celular, mas posso jurar que as duas meninas em sua tela, são idênticas a minha irmã.
— Aslan...
— Quantos anos elas tem?
— Quatro... Completam cinco na próxima semana.
Congelo, e mentalmente, faço uma conta relacionada a quanto tempo tem, exatamente, que ficamos naquele hotel em Londres.
— Posso ouvir as engrenagens do seu cérebro girando, calculando e surtando...
A sua voz me desperta, pisco os olhos, e volto o meu olhar para o seu rosto.
— Posso ver a foto? Por favor...
Ela baixa o olhar, mas desbloqueia o celular, me entregando numa pasta repleta de fotos com duas garotinhas loiras, lindas e sorridentes, os olhos azuis como os dela.
— Não sabíamos o nome um do outro... Muito menos como nos comunicaríamos depois disso, afinal... Combinamos de não procurarmos um ao outro depois daquela noite. Então...
— Como elas se chamam?
— Holy e Hope.
Analiso as fotos com cuidado, sem desviar o olhar de nenhum dos detalhes das crianças que, sem dúvidas alguma, são minhas filhas. Olho todas as fotos, até que chego em uma da Ava, grávida... Parece ter sido feito num estúdio de ensaio fotográfico.
Na primeira foto que vi, ela estava de lado, cobrindo os seios. A barriga está tão linda, redondinha, que fico encantado. As próximas são ainda mais lindas, ela com um vestido longo, vermelho, que deixa evidente a sua barriga, as suas mãos segurando a casa temporária das nossas filhas.
— Você foi uma grávida linda...
— Obrigada...
Devolvo o celular quando chego a última foto. Não tenho dúvidas de que ultrapassei limites, ao ver todas aquelas imagens, mas ela não parece se incomodar tanto.
— Elas são tudo na minha vida, desde que descobri que seria mãe. Não me imagino mais sem elas...
O seu celular acende outra vez, várias vezes seguidas, agora. Vejo ela franzir o cenho, e no mesmo instante pegar o celular rápido, com um certo desespero no olhar.
— Ai meu Deus... Me desculpe, Aslan, mas eu preciso ir.
Ela sai correndo, não me dando uma oportunidade para perguntar o que houve, ou se posso ajudar ela. Respiro fundo, lembrando de todas as imagens que vi, guardando elas na minha mente.
Levanto de onde estou, e assim que chego ao hall do prédio, encontro com o meu advogado, reviro os olhos mentalmente, pois, imaginei que ele já tivesse ido embora.
— Pensei que já tinha ido — arqueio uma sobrancelha.
— Preferi te esperar para conversarmos a sós.
— Sobre?
— O projeto. Imagino que o senhor queira fazer algumas mudanças no acordo...
— Não. Não quero. Agora se me dá licença, preciso ir.
Sigo com o meu carro até o hospital dos meus pais onde a partir de hoje, irei trabalhar. Tenho o meu próprio hospital, assim como a rede que administro há alguns anos com a minha irmã, e para ser sincero, nem precisaria estar num consultório médico, depois da imensa fortuna que eu e minha irmã recebemos como herança, e todo o dinheiro que tem nos rendido ainda mais, ano após ano, mas faço isso por amor.
Chego ao Hospital Sant Louis, e pego a minha maleta e jaleco, no banco carona, assim que cruzo a ala dos médicos, sou recebido por uma enfermeira repleta de silicone, e com um sorriso mais falso que uma nota de 15 dólares.
— Bom dia! Doutor Aslan Yaman?
— Bom dia, sou eu mesmo.
— Sou a enfermeira Julie Cooper. O diretor do hospital me pediu que viesse lhe receber.
— Muito obrigado.
A moça sai rebolando na minha frente, e eu reviro os olhos, essa vai dar trabalho. Caminho até a ala onde irei chefiar, mas antes que eu me apresente, ouvimos um chamado. Um acidente grave envolvendo um caminhão e um carro pequeno há poucos quarteirões.
Corro em direção a ala emergencial, quando vejo retirarem a maca, os meus olhos custam acreditar, é a Ava, os paramédicos passam todas as informações sobre os feridos, ela foi a única... O motorista do caminhão não teve nenhum ferimento.
Ela está muito ferida, inúmeras escoriações, um corte grande na testa. Um dos paramédicos disseram que ela teve uma parada cardíaca, mas que conseguiram reanima-la.
Levamos ela direto para examinar, precisamos dar pontos em vários lugares por conta dos cacos de vidro que cortaram por todo o seu corpo, um desses vidros estavam no seu rim direito, a cirurgia foi um pouco delicada, mas consegui recuperar.
O seu coração acabou precisando repor um vaso que rompeu, que foi o que deu origem a parada, depois de muitas horas no controle cirúrgico, pontos, e um sentimento incômodo no meu peito... Pude respirar, ao ver que ela estava fora de perigo.
— Enfermeira — chamo a loira que me recebeu — por favor, verifique se há algum familiar da paciente esperando. Irei me trocar.
Ela assente e sai da minha vista, alguns minutos depois, quando já estou com o meu jaleco novamente, e não com o pijama do centro cirúrgico, a enfermeira Cooper me informa que a sala de espera está repleta de gente esperando por notícias da mulher que operamos.
— Sério?
— Aham... E tem um cara lá que parece pronto para derrubar o hospital se um médico — ela aponta para mim — não aparecer lá para dar uma informação útil.
Pego o prontuário onde anotei tudo sobre a Ava, todas as suas informações estavam lá, mas só de saber que ela está fora de perigo, já me sinto mais que bem. Vou até a sala que Júlia me indicou, e vejo quatro mulheres, dois homens, e as minhas filhas.
— Familiares de Ava Lincoln?
— Sou o irmão dela. Fala logo como a minha irmã está, doutor, ela tá fora de perigo, podemos ver ela?
— Ela está bem, agora. Precisamos fazer duas cirurgias nela, por isso a demora. Uma foi a recuperação do rim direito, por conta de um pedaço de vidro que estava alojado no local, e a outra, foi a restauração de um vazo cardíaco... Que infelizmente causou uma pequena parada cardíaca a caminho do hospital.
— Ela ainda corre algum risco, doutor? — uma das mulheres, a mais alta, fala.
— Não. Ela nesse momento permanece sedada, mas é apenas efeito das anestesias.
— A minha mamãe tá bem? — uma das garotinhas vem até mim, e pega na minha mão, me abaixo até ficar da sua altura, olhando diretamente nos seus olhinhos azuis.
— Está sim, princesa. Qual o seu nome?
— Hope. Aquela ali é a Holy, ela tá dodói.
— É mesmo? E o que ela tem?
— A mamãe disse que ela tá quente... Mas eu pego nela e não queima... — seguro o riso — E também ela vomitou.
— Que pena. Você quer ir ver a sua mamãe? — ela sorri e segura na minha mão.
— Minha irmã também pode?
— Claro — ela me puxa até a irmã dela e eu seguro o riso com a empolgação dela.
— Vem Holy, o titio do dodói vai levar a gente pra ver a mamãe.
A irmãzinha dela, que estava deitada no ombro do outro homem que até agora não disse uma única palavra, abre um sorriso e estende os braços para mim, eu olho para o irmão da Ava, já que ele é o tio das meninas, e ele apenas assente, eu pego a pequena Holy no colo, e ela deita a cabeça em meu ombro.
Hope segura firme em minha mão, eu volto a atenção a todos que estão na sala, e peço que me sigam até o quarto da Ava. Não é uma das melhores sensações do mundo, ver a mulher por quem já senti a maior atração física, numa cama, cheia de pontos e curativos, mas saber que as duas meninas que estou segurando, são filhas de vocês dois... É uma sensação incrível.
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Atualizado até capítulo 25
Comments
Irene Corrêa
poxa, começou triste 😞☹️, mas vamos lá,o que a autora tem pra nós 👏👏👏👏👏🌹👏👏
2025-05-07
1
Erlete Rodrigues
consulta sua filha seu desnaturado
2025-05-05
1
LMCF
Poxa... além de ser o pai de suas filhas, lhe devolveu a vida como médico e penso que agora vai lutar pra te-la ao seu lado. As três.
2025-05-03
4