O reencontro... 1

Ava...

Ouço o timer do microondas apitar, e saio do meu transe, estou quase atrasada para o trabalho, e ainda tenho que deixar as meninas na escola.

— Filhas, estão prontas? — grito por cima do barulho da tv.

— Sim, mamãe.

Olho na direção do corredor, e vejo as minhas princesas correrem em minha direção, os uniformes todos corretos, e o cabelo ainda bagunçado, pego o pente de suas mãos e alinho os fios. Elas são a cópia do pai...

— Estão lindas, meus amores. Agora sentem aqui e tomem o café enquanto eu faço a minha maquiagem, tudo bem? — elas concordam balançando a cabeça.

Ajudo elas a sentarem na banqueta da minha bancada da cozinha, e vou finalizar a minha maquiagem, ponho os meus scarpans nos pés, e pego a minha bolsa, quando volto a cozinha, elas estão terminando a última mordida nos waffles que preparei.

Bebo o meu café durante o tempo que Holy e Hope levam para escovar os dentes, e assim que elas aparecem com as suas respectivas mochilas, as ajudo para poder descermos os vários degraus que nos separam da garagem do prédio que moramos.

Assim que deixo as minhas bebês na sala, arranco com o carro em direção a empresa onde trabalho há mais de seis anos, as meninas têm cinco... Cumprimento a todos por onde passo, e vou até a sala que divido com uma das amigas que fiz aqui, Rachel.

— Bom dia, Rach...

— Bom dia, Ava. Está lembrada da reunião que temos hoje?

— Impossível esquecer, ela quem vai nos levar ao topo.

— Espero que tudo ocorra bem, como está a princesa? Luke disse que ela teve febre no fim de semana.

Luke, meu... "Ficante", que por ironia, é irmão da Rachel. Estamos saindo há um tempo, mas não sinto o meu coração disparar como quando estive com o pai da Holy e Hope, nunca senti uma única faísca do que vivi naquela única noite em Londres. Mas como não sou mais a de seis anos atrás, que amava curtir, saía com o homem que eu queria aos fins de semana... Mantenho esse rolo com o Luke.

— Ela melhorou bastante. Ainda ontem estava saltitante pela casa. Deixei elas na escola antes de vir, estavam morrendo de saudade dos amigos.

Organizo tudo para a reunião com o nosso novo cliente, a solicitação dele, é para que entremos com a nossa empresa, em parceria, para construirmos um hospital ao sul da cidade, o intuito é algo totalmente comunitário, para pessoas em situação de rua, que não podem nem mesmo frequentar um hospital público.

Entro na sala de reunião do meu andar, acompanhada da Rachel e mais dois dos nossos colaboradores que irão fazer parte da obra. Além de nós quatro, e do "dono" do projeto, teremos mais uma dupla de arquitetos e advogados.

Entro na sala, e no mesmo instante sinto um perfume que me arrepia completamente, me fazendo apertar o meu blazer com mais força, sacudo os meus ombros, tentando afastar a sensação, e os meus cabelos, agora de volta ao meu amado Chanel, um pouco mais compridos, balançam com o movimento.

— Essa sala está fria... — falo baixinho, mas o olhar confuso e a sobrancelha arqueada da Rachel me dizem que apenas eu estou sentindo isso, percorro o olhar ao redor da sala, no momento em que abro a boca para cumprimentar quem quer que esteja na sala, mas o meu sorriso, que antes estava confiante, congela — Você...

Os seus olhos encontram os meus, castanhos como os das minhas princesas, os cabelos castanhos e longos, agora parecem um pouco mais curtos, mas posso jurar que ainda tem a meesma textura de antes. O seu maxilar quadrado, tão bem desenhado que mais parece um quadro bem desenhado, do que realmente um homem.

Ele está me encarando da mesma forma que fez naquela noite na boate, intensa e profundamente. Engulo um pouco de saliva, tentando molhar a garganta, mas só piora a minha situação, quando a Rachel me conduz até os nossos lugares, que por uma brincadeira do destino, o meu é ao seu lado.

— Que surpresa te encontrar aqui... — ele diz e a sua voz é tão familiar, sussurrada só para mim, que enviou uma corrente elétrica para dentro de minhas pernas.

— Digo o mesmo...

O restante dos colaboradores entraram na sala, o que não nos permitiu continuar os sussurros. Como sou a engenheira principal, fui citada inúmeras vezes durante toda a conversa, e a cada coisa que eu falava, podia sentir o olhar quente do homem ao meu lado.

— Ficamos então, esperando pela próxima reunião. Vou pedir que a minha secretária cuide da marcação para todos nós.

Assentimos e eu me levanto, mas assim que dou o primeiro passo, sinto o toque contido e delicado do vicking que dominou o meu corpo nas últimas três horas.

— Podemos conversar um instante?

Olho para a mão que ele tem em meu braço e noto algo brilhar, uma aliança, parte do meu coração se aperta, ele segue o meu olhar e fecha os olhos bom força.

— Posso explicar isso também... Mas... Só quero cinco minutos com você, amazona...

Assinto, sabendo que ele não vai me deixar em paz. Seguimos até a cafeteria, e por algum milagre concedido por Deus, está vazia, pego uma xícara de café e me sento numa das mesas, acompanhada dele.

— Está com alguém? — ele pergunta diretamente, sem rodeios.

— Uma pergunta um pouco inadequada, vindo de um homem casado...

— Certo... Eu disse que explicaria... Me casei alguns meses depois da nossa noite em Londres, e não, eu não era comprometido quando ficamos. A minha "esposa", é uma pilantra, e estou com os papéis do divórcio encaminhados há meses. Ela forjou uma gravidez na época, e fui obrigado a me casar com ela. Descobri há quase um ano que a criança é filha do segurança do hospital onde trabalho, e não minha. Ela falsificou até mesmo um exame de DNA que fizemos para comprovar a minha paternidade, o divórcio só não foi concluído ainda, porque envolve uma criança, e... Por mais que eu não seja o pai biológico dele, ele é muito apegado a mim, assim como eu, a ele.

— As...

— Nunca amei a minha esposa, se me casei foi por conta da criança, que agora... Sei que nem minha, não é. A nossa noite não significou nada para você, Ava?

Fecho os olhos, lembrando das minhas filhas. Se ele soubesse que aquela noite nunca saiu de minha mente, como poderia? Carregarei para sempre, as consequências daquela aposta.

— Iremos nos ver várias vezes agora, Ava. Mesmo que não queira, iremos precisar conviver.

Estou pronta para responder ele, mas o meu celular acende com uma notificação, os seus olhos vão diretamente para o papel de parede que uso: uma foto das gêmeas. Pego o celular o mais rápido que posso, mas isso não o impede de ver o que tento esconder.

— Você tem gêmeas?

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Comments

LMCF

LMCF

Gostei. Gosto de reencontros, de reconquistas...
gosto de apaixonar-se duas vezes pela mesma pessoa.

2025-05-03

3

Irene Corrêa

Irene Corrêa

já gostando da história 👏👏👏👏👏❤️‍🔥❤️‍🔥❤️‍🔥 mano tira essa aliança pelo amorde

2025-05-07

1

Eliane Vitorino

Eliane Vitorino

Bia Bia não deixa ela enrolar para contar das filhas dele

2025-05-03

1

Ver todos

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