A manhã de domingo estava tranquila, com os raios de sol entrando suavemente pela janela, iluminando a cozinha onde Emanuelle e Santiago compartilhavam um café da manhã simples, mas cheio de significado. Ela havia preparado tudo com cuidado, tentando criar uma atmosfera de paz e normalidade, algo que ela ansiava depois de tantas turbulências. Ela derramou um pouco de leite em Santiago fazendo ele tirar a camisa pra se limpar mas sem mudar o café deles.
Enquanto eles conversavam sobre trivialidades, riam de piadas leves e apreciavam o momento, uma batida inesperada na porta interrompeu a calma. Emanuelle olhou para Santiago, uma expressão de leve confusão no rosto. Quem poderia ser tão cedo em um domingo?
— Vou atender, disse Santiago, se levantando da mesa. Ele estava sem camisa, usando apenas uma calça de moletom, e o contraste entre seu corpo musculoso e a tranquilidade da manhã parecia surreal.
Quando ele abriu a porta, não esperava encontrar Henrique do outro lado. O choque foi mútuo, mas Henrique foi o primeiro a reagir. Seus olhos se estreitaram ao ver Santiago, e sua expressão rapidamente passou da surpresa para a raiva.
— O que diabos você está fazendo aqui, sem camisa, na casa da minha namorada? Henrique disparou, seu tom de voz carregado de indignação.
Santiago permaneceu calmo, mas seu corpo ficou tenso. — Eu poderia te perguntar a mesma coisa, respondeu ele, mantendo a compostura.
Emanuelle se levantou rapidamente ao ouvir a voz de Henrique e se dirigiu à porta, onde encontrou os dois homens frente a frente, o ar ao redor deles pesado com tensão. Ela nunca tinha visto Henrique tão furioso, e a presença dele ali, inesperada e agressiva, fez com que seu coração disparasse.
— Henrique, o que você está fazendo aqui? Emanuelle perguntou, tentando manter a voz firme, mas a surpresa era evidente.
— O que eu estou fazendo aqui? ele repetiu, incrédulo. Eu vim ver a minha namorada, mas parece que ela está ocupada com outro homem!
A acusação pendida no ar como uma espada prestes a cair, e Emanuelle sentiu o peso das palavras de Henrique. Santiago, percebendo que a situação estava prestes a sair do controle, interveio antes que as coisas piorasse.
— Acho que você deveria se acalmar, Henrique, disse ele, com uma calma estudada que apenas irritou mais Henrique. Emanuelle e eu estávamos apenas tomando café da manhã. Não há necessidade de gritar.
Henrique deu um passo à frente, invadindo o espaço pessoal de Santiago. — Café da manhã? Sem camisa? Na casa dela? Você realmente espera que eu acredite nisso?
Emanuelle sabia que tinha que agir antes que a situação piorasse. Ela se posicionou entre os dois, colocando a mão no peito de Santiago, como se isso pudesse impedir qualquer confronto físico.
— Henrique, pare! ela disse, sua voz agora mais firme. Você não tem o direito de vir aqui e fazer essas acusações.
Henrique olhou para ela, seus olhos cheios de mágoa e raiva. — Eu não tenho o direito? Eu sou o seu namorado, Emanuelle! Ou pelo menos, achei que fosse.
Emanuelle respirou fundo, sentindo que aquele era o momento em que tudo mudaria. Ela olhou para Santiago, que a observava em silêncio, esperando por sua resposta, e então voltou seu olhar para Henrique, que aguardava, ansioso e confuso.
— Henrique, ela começou, escolhendo cuidadosamente as palavras, as coisas mudaram a partir do momento que descobri ser amante e não namorada. Não somos mais os mesmos de antes. Eu... tomei uma decisão.
Henrique franziu o cenho, a raiva dando lugar a uma confusão ainda maior. — Que decisão? O que você está dizendo?
Emanuelle sentiu seu coração se apertar, mas sabia que precisava ser honesta, não apenas com Henrique, mas consigo mesma.
— Santiago é meu noivo, ela disse finalmente, as palavras saindo com mais firmeza do que ela esperava. E será ele o pai do meu filho, já que o pai dele vai casar com outra.
O silêncio que seguiu foi ensurdecedor. A expressão de Henrique mudou de raiva para descrença, e depois para dor. Era como se ele tivesse levado um soco no estômago, e não soubesse como reagir. Ele deu um passo para trás, balançando a cabeça como se tentasse processar o que havia acabado de ouvir.
— Seu... noivo? Mas é meu filho? ele repetiu, a voz fraca. Mas... e nós? Tudo o que passamos?
Emanuelle sentiu uma onda de dor, mas também de alívio. Ela sabia que essa conversa era inevitável, mas ainda assim, a dor nos olhos de Henrique era difícil de suportar.
— Eu sinto muito, Henrique, ela disse, sinceramente. Mas assim como você, eu tinha outra pessoa também e eu preciso seguir em frente. Santiago e eu vamos nos casar, e eu vou com ele para Cancún.
Henrique parecia perdido, afinal ele amava Emanuelle e seu noivado não era por amor isso que ele veio explicar a ela e tentar ver uma solução para os dois. Ele olhou para Santiago, que o encarava com uma expressão neutra, antes de se voltar para Emanuelle novamente.
— Então é isso? Você vai me deixar por ele? sua voz era um sussurro, cheia de incredulidade.
Emanuelle assentiu, sentindo as lágrimas começarem a subir aos seus próprios olhos. — Você também fez as suas escolhas. Eu preciso fazer isso, Henrique. Não posso continuar vivendo no passado. Eu preciso pensar no meu filho, e na vida que quero dar a ele.
Henrique não disse mais nada. Ele apenas olhou para ela por mais um longo momento, como se tentasse memorizar cada detalhe, antes de se virar e sair pela porta sem dizer mais uma palavra.
O silêncio que se seguiu foi pesado. Emanuelle fechou a porta lentamente, sentindo-se esgotada emocionalmente. Santiago a observou, sua expressão suavizando enquanto ele se aproximava e a envolvia em seus braços.
— Você fez a coisa certa, disse ele suavemente, acariciando suas costas enquanto lutava contra as lágrimas.
Emanuelle não respondeu, apenas se permitiu ser confortada por ele. Sabia que havia machucado Henrique, mas também sabia que precisava ser fiel a si mesma. E com Santiago ao seu lado, ela estava determinada a começar uma nova vida, deixando o passado para trás.
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Atualizado até capítulo 27
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Comments
Fernanda Barreto Artezanatos
não entendo , ele pode e ela não???
2024-08-22
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