Emanuelle passou a noite em claro, revivendo memórias que há muito tempo tentava esquecer. O retorno de Henrique à cidade não era algo que ela esperava. E agora, com Helena plantando a semente da curiosidade, o passado parecia mais presente do que nunca. Na manhã seguinte, ela se levantou com olheiras profundas e um nó no estômago, mas tentou ignorar a inquietação que a acompanhava.
No escritório, o ambiente usualmente acolhedor parecia opressivo. Emanuelle tentava se concentrar nos desenhos e projetos, mas sua mente estava em outro lugar. Cada linha que traçava no papel parecia levar a um pensamento sobre Henrique. Finalmente, decidiu que precisava de uma pausa.
No horário de almoço, saiu para uma caminhada, na esperança de clarear a mente. As ruas movimentadas do centro da cidade ofereciam um breve escape da confusão interna. Enquanto caminhava, sentiu o telefone vibrar no bolso. Era uma mensagem de Helena.
— “Vamos nos encontrar de novo esta noite? Tenho mais novidades!” — dizia a mensagem.
Emanuelle hesitou por um momento. Parte dela queria recusar, voltar para casa e se afundar no trabalho. Mas sabia que isso não resolveria nada. Respondeu com um simples “Sim” e voltou para o escritório.
À noite, encontraram-se no mesmo café. Helena, com seu entusiasmo característico, estava radiante. Elas se sentaram e Helena começou a falar sobre sua vida, novos projetos e pessoas que conheceu. Emanuelle tentava prestar atenção, mas sua mente vagava. Finalmente, Helena tocou no assunto que Emanuelle estava temendo.
— Você deveria falar com o Henrique. Acho que seria bom para vocês dois. Muita coisa mudou desde a última vez que se viram.
Emanuelle respirou fundo. — Não sei, Helena. Temos um passado complicado. Não sei se estou pronta para revisitar isso.
Helena pegou a mão de Emanuelle. — Eu entendo, Manu. Mas às vezes, encarar o passado é a única maneira de seguir em frente. Você é uma pessoa forte. Tenho certeza de que pode lidar com isso.
Emanuelle sabia que Helena tinha razão. Talvez fosse hora de confrontar os fantasmas do passado. Decidiu que procuraria Henrique. Não sabia o que esperar, mas estava determinada a enfrentar o que viesse.
Nos dias seguintes, Emanuelle tentou reunir coragem para ligar para Henrique. Passou horas olhando para o telefone, ensaiando o que diria. Finalmente, um sábado à tarde, tomou coragem e discou o número que Helena havia lhe dado.
— Alô? — a voz familiar de Henrique soou do outro lado da linha.
Emanuelle sentiu um calafrio. — Oi, Henrique. É a Emanuelle.
Houve uma pausa antes de ele responder. — Emanuelle? Nossa, quanto tempo. Como você está?
Eles conversaram por alguns minutos, a conversa ainda um pouco tensa e cheia de formalidades. Mas, no final, combinaram de se encontrar. Henrique sugeriu um café tranquilo em um bairro próximo.
Na noite marcada, Emanuelle se arrumou com cuidado. Escolheu um vestido simples, mas elegante, e passou um pouco de maquiagem para esconder as olheiras. No caminho para o café, seu coração batia acelerado. Quando chegou, viu Henrique sentado em uma mesa perto da janela, olhando para fora. Ele parecia o mesmo, mas com um ar de maturidade que não tinha antes.
Quando a viu, sorriu e se levantou para cumprimentá-la. — Emanuelle, é tão bom te ver.
Ela retribuiu o sorriso. — Você também, Henrique.
Sentaram-se e começaram a conversar. A tensão inicial logo se dissipou enquanto relembravam os velhos tempos e compartilhavam histórias de suas vidas nos últimos anos. Henrique contou sobre sua carreira como advogado, as viagens que fez e as experiências que viveu. Emanuelle falou sobre seu trabalho como arquiteta e as conquistas que alcançou.
Ao longo da noite, Emanuelle percebeu que Henrique não era mais o mesmo jovem impulsivo que conheceu. Ele havia mudado, amadurecido. E, de certa forma, ela também. Conversar com ele foi mais fácil do que esperava. Quando a noite chegou ao fim, Henrique a acompanhou até a porta.
— Gostei muito de te ver, Emanuelle. Espero que possamos nos encontrar de novo.
Ela sorriu. — Eu também, Henrique. Vamos manter contato.
No caminho de volta para casa, Emanuelle sentiu uma estranha sensação de alívio. Talvez Helena estivesse certa. Confrontar o passado era doloroso, mas também libertador. E, quem sabe, poderia abrir novas possibilidades para o futuro.
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Atualizado até capítulo 27
Comments
Dulce Gama
autora ainda não entendi que passado é sobre a manuelle e Henrique o livro tá bom só falta saber oque ouve com esses dois 🆗🌟🌟🌟🌟🌟
2024-08-10
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