A família Zhang está pronta para voltar para casa, mas tia Meirong se recusa a dividir a carruagem da família com a concubina Li Liling e seu cheiro insuportável, fazendo com que o marechal Zhang alugue uma carruagem de uma pessoa, para a concubina. Pobre Li Liling, mas até o cocheiro de aluguel pensou duas vezes antes de abrir a porta da carruagem, mas o marechal dobrou o pagamento e o cocheiro feliz, recebe a malcheirosa concubina, afinal, a sola dos sapatos dela estão limpas.
O trabalho que os servos do palácio tiveram para limpar o esterco foi grande, ainda mais com ela gritando de raiva e insultando os servos, que não tinham obrigação de fazer nada por ela. Os servos fizeram o máximo que podiam, mas o resto deve sair na água de um bom banho e é o que mais deseja Li Liling nesse momento.
Aquela mulher estúpida! Como ela pôde fazer isso comigo? - pensa a concubina ainda com raiva.
Na carruagem da família Zhang, outra concubina, Ji Huang, está na mesma posição em que veio para a leitura do veredito, sentada isolada, olhando pela janela. Ela pensa no futuro, sabe que assim que falar a verdade e provar que o que falará é a verdade, o marechal Zhang vai destituí-la do cargo de concubina e isso significa banhar de vergonha não só a ela, mas toda a sua família e isso é algo que não quer.
É certo, reconhece agora Ji Huang, o que a avó sempre dizia sobre as escolhas na vida.
Escolha bem, você vai viver com o resultado delas.
Sim, Ji Huang está agora vivendo do resultado de suas escolhas, mas ela também admite que naqueles momentos, não havia mais o que fazer, a não ser concordar com tia Meirong ou as consequências poderiam ser piores.
Ji Huang está mentindo para si, ela sabe disso. Se tia Meirong usava de ameaças para que as duas concubinas fizessem o que ela queria, Ji Huang poderia de alguma maneira ter ajudado o lado que estava sendo oprimido, mas nada fez e essa é a primeira vez que vai dizer a verdade, para ajudar outras pessoas. A bela concubina de olhar triste está decidida a implorar ao marechal que a case com um dos seus oficiais ou na melhor das hipóteses com algum de seus soldados. É deprimente esse pensamento, mas Ji Huang sabe que isso é o melhor para ela e a família, ao menos não haverá vergonha eterna, pois o que restará será um trabalho infeliz ou o meretrício.
O marechal Zhang está na mesma posição da manhã, quando se dirigiam em direção ao palácio, no lado oposto das mulheres e olhando para fora. Naquele momento pouca coisa via do caminho, agora nada vê, só tem a imagem do rosto decepcionado de Jingfei olhando para ele. A culpa agora está cem por cento na ativa e o peso esmaga seu coração. O que o está irritando nesse momento, são os suspiros de impaciência de tia Meirong.
Está impaciente, tia?
Estou pensando no que aquela mulher fez a …
Cale-se! Não diga nada sobre Jingfei! - grita o marechal. - Existem muitas coisas que vou descobrir e espero que a senhora esteja preparada para quando isso acontecer!
O sobrinho acredita nas palavras daquela mulher?
Nunca mais a chame assim! Não a despreze, a senhora é que está no nível de ser desprezada!
Sobrinho!?
Ignorando de propósito a tia, o marechal volta a olhar pela janela. Ji Huang não se moveu. Tia Meirong engoliu suas palavras, sabe que precisa eliminar as testemunhas de suas ações e rápido, mesmo que tenha que voltar a morar na fazenda de cavalos, isso não significará nada, desde que possa usufruir da fortuna e prestígio do nome Zhang. Ela ainda está tranquila, meio plano já está elaborado, o resultado final vai depender de seus servos e espera que eles sejam eficientes.
A atmosfera na mansão Zhang parece coincidir com a tristeza do coração de seu proprietário. Os servos em silêncio o ajudam e desaparecem pelos corredores.
Tia Meirong, a partir de hoje, a senhora está proibida de entrar na mansão. Ficará em seu pavilhão até que eu permita que saia.
Que absurdo é esse?
Tia, se contente com isso, saiba que a senhora é uma das suspeitas nessa trama toda e o imperador na sua fúria, cortou a cabeça de alguém importante, mas devido a nossa relação familiar, a sua situação é o confinamento. Quer protestar mais?
Não, sobrinho. - tia Meirong entende que não é hora de questionar nada.
__ Concubina Ji Huang, ficará no Pavilhão do Sol, sob guarda constante, está proibida de sair. - o marechal observa a concubina e seu rosto desolado, mas mesmo ansioso para ouvir o que ela tem a contar, precisa esperar pelo conselheiro Yang e o general Chen Shoi Ming, enquanto isso define o destino das duas.
O mordomo Yan caminha pela mansão em busca de um rosto conhecido. Na verdade quer perguntar a Jia sobre tudo o que ele mesmo ouviu aquele dia, mas não a encontra em nenhum lugar.
Servo, sabe onde Jia está?
Mordomo Yan, ela saiu para levar as doações até o palácio. Não a viu lá?
Saiu quando?
Logo após a saída da carruagem da família.
Quem foi com ela?
Ela saiu sozinha.
Algo não está correto nessa situação, o mordomo Yan está com um pressentimento ruim. Será que Jia fugiu? Deixando para trás toda a loucura que ajudou a construir.
No corredor encontra o marechal Zhang.
Mordomo Yan, a partir de hoje, deixe apenas uma serva com minha tia e com a concubina Ji Huang, ninguém tem permissão de falar com as duas, entendeu? - o mordomo concorda, mas o marechal percebe que o mordomo quer algo. - Alguma coisa mais?
Jia não está na mansão, marechal. Acha que ela pode ter fugido?
Quando percebeu isso?
Os servos dizem que ela saiu logo após nossa partida, dizendo levar doações ao palácio, mas foi sozinha, sem ajuda para descarregar a carroça, que disseram estar com muitas coisas.
Chame aqui os soldados do portão. Ela só podia sair com uma permissão. Você assinou tal documento?
Não, marechal, eu não. - o mordomo vacila em falar.
Tem mais?
Marechal, quando voltamos da viagem, soube por Jia do que tinha acontecido, mas ela não contou mais nada, entretanto a concubina Ji Huang disse algo para Jia, que as duas deviam se ajudar para consertar as coisas.
Por que não falou antes? - grita o marechal.
O marechal sabe da punição de acusar uma nobre sem provas? Pensei nisso e no que aconteceria com Jia e preferi me calar.
Preferiu se calar? Sabe o que aconteceu com as gêmeas e o soldado Meng Yuan? Foram condenados a morte! - grita o marechal. - Deveria ter falado comigo, mordomo Yan, nós teríamos feito alguma coisa antes. - o marechal respira fundo e limpa o suor de sua testa. - Sabe se Jia tem alguma coisa a ver com a acusação sobre Jingfei e Lin Ehuang?
Não sei, marechal, mas sei que a concubina Ji Huang tem conhecimento do que aconteceu.
Os soldados comparecem na sala do marechal e confirmam a história da carroça que Jia conduzia e dizem ao marechal que Jia mostrou um documento assinado por tia Meirong, autorizando a saída.
Mande alguém localizar a capitã Wang Li Jie agora mesmo! - grita o marechal para o servo que seguia o mordomo. - Quero que ela testemunhe a conversa que terei com minha tia e Ji Huang. Quero sua presença também, mordomo Yan.
Sim, senhor marechal.
A mansão está triste e silenciosa, mas isto durou pouco mais de uma hora, agora, esse assunto que surgiu, transformou a mansão, que começa a fervilhar de conversas sobre Jia.
O pavilhão de tia Meirong é o primeiro a ser visitado e o marechal Zhang foi direto ao assunto.
Tia, quando autorizou Jia a sair da mansão para levar as doações ao palácio?
Quais doações? Já mandei levar tudo, dias atrás. - responde tia Meirong desconfiando que Jia fugiu. - Aquela serva fugiu? Ela falsificou uma autorização? Isso é crime, você sabe, sobrinho. Estamos cercados de criminosos.
Chega, tia. É só isso que quero saber.
A pequena comitiva do marechal segue em direção ao Pavilhão do Sol, ele sequer permitiu que anunciassem sua presença e encontrou Ji Huang sentada perto da janela, chorando.
Seque suas lágrimas, Ji Huang e responda minhas perguntas!
Marechal, o senhor não deve fazer perguntas a ela sem a presença do conselheiro Yang! - avisa a capitã Wang Ji Lie.
O que quero saber é sobre o paradeiro de Jia. - o marechal tem o olhar feroz quando se volta para sua concubina. - O que sabe sobre o desaparecimento de Jia?
Nós combinamos de ajudar na fuga das gêmeas Xiuying e do soldado Meng Yuan. - fala calmamente a concubina enquanto enxuga as lágrimas. Não há motivos agora para não contar tudo, esse foi seu juramento, o de dizer toda a verdade. - Eu falsifiquei a autorização para que ela saísse da mansão e pudesse entrar no palácio, lá ela encontraria um meio de tirar os três, mas os acontecimentos dessa tarde devem ter ajudado bastante, pois todos se esqueceram de verificar os prisioneiros.
Com toda aquela confusão, marechal, foi fácil para Jia achar os três, colocá-los na carroça e fugir. Muitos saíram da cidade quando aquela luta começou e os soldados do portão principal tinham ordens de não impedir a saída de ninguém. - explica a capitã.
Esse foi o plano de vocês? A ajuda para consertar um erro?
Essa foi a parte de Jia, que se arrependeu ao acreditar que tia Meirong manteria a palavra na ajuda de aceitar o casamento dela com o mordomo Yan.
Jia fez tudo aquilo que Jingfei disse na sala do trono, para poder se casar com o mordomo Yan?
Sim, marechal.
E porque você a ajudou nisso tudo?
Eu falsifiquei a carta de Xiuying para a irmã.
Marechal, melhor parar, já estamos entrando no assunto que o conselheiro Yang investigará . - avisa a capitã.
Não vê, capitã, que os assuntos se ligam? O que Jia fez, ajudou tia Meirong a conspirar com mais alguém para enviar Jingfei e Lin Ehuang para a Mansão das Esquecidas e isso é algo que devo compartilhar com o conselheiro Yang, quando as investigações começarem.
Para todos naquele aposento, Ji Huang sabe de muitas coisas e o marechal gostaria muito de perguntar mais, mas não quer atrapalhar o novo julgamento que vai inocentar Jingfei.
De volta a sua sala, o marechal Zhang na companhia de seu mordomo e da capitã Wang Ji Lie, conversam sobre essas descobertas.
Marechal, no dia que Jia me contou sobre os acontecimentos, outros já haviam me contado e eu estava muito decepcionado com ela, porque eu sabia que era uma mentira, mas ela estava certa que tia Meirong ajudaria na nossa união, que a obedeceu em todos os momentos. Acredito, marechal, que Jia foi usada nesse plano todo. - termina o mordomo Yan com os olhos marejados. - Devemos levar isso em consideração.
Concordo com o mordomo. Muitos na mansão sabiam do amor entre os dois e das regras rígidas de tia Meirong, logo foi fácil seduzir a jovem serva, para fazer algo como aquele falso testemunho. - a capitã Wang Li Jie olha para seu comandante e observa que ele está atento as suas palavras. - Todo esse plano com Jia, as gêmeas Xiuying e até o soldado, foi para atingir a senhora … digo a senhora Liang Jingfei e a senhora Lin Ehuang.
Vocês estão certos. Nada nesse caso foi ao acaso, foi um plano muito bem elaborado, mas existe mais alguém ligado a tia Meirong, afinal ela não tinha motivos para incriminar Lin Ehuang.
O marechal acredita que talvez a imperatriz tenha participação? - pergunta a capitã.
Isso é algo que Ji Huang sabe e ela vai nos contar tudo, pelo visto o peso da culpa a fez ver que inocentes foram feridos.
Por alguns instantes, o marechal se perde em seus pensamentos, olhando pela janela o jardim que sua ex esposa amava tanto.
Capitã, existe uma soldado feminina no quartel-general, que você conhece, quero que a vista como serva e a traga para ficar com Ji Huang. Acredito que ela corre perigo. - aceitando que sua casa não é e nunca foi um lugar pacífico para se viver, o marechal olha para o mordomo com o olhar de decepção. - Deveria ter falado comigo sobre o que acontecia, mordomo, assim como Jingfei, não percebi o que vocês sentiam e tudo isso talvez fosse evitado, mas o que está feito, feito está. Quero que você avalie todos os servos dessa mansão, aquele que tiver uma mera suspeita de envolvimento com o que aconteceu, traga seu nome a mim, para que eu decida o que fazer, se for cúmplice, vai para as prisões, no quartel-general. Quero que envie alguém até o palácio para saber mais sobre Jia e a carroça, o que ela fez e para onde foi. Toda informação é importante.
Sim, senhor marechal.
A capitã Wang Ji Jie foi ferida no braço, durante aquela loucura causada pelo capitão Xu Yao e parece que sente dor, pois está com o cenho franzido.
Depois que fizer tudo capitã, vá descansar e se recuperar, temos muita coisa para fazermos nesses noventa dias que antecede o julgamento.
No pavilhão do Sol, Ji Huang está mais calma. Quando viu o marechal entrar, sem o menor respeito, achou que seria degolada ali mesmo, por ele ter descoberto as outras coisas que fez. Respeito, a concubina ri dessa palavra. Quando Ji Huang pensa na atitude do marechal ao entrar, percebe que não vai ser fácil convencê-lo a arranjar um casamento, para ela fugir da vergonha de ser repudiada. Ji Huang começa a achar que, talvez mereça essa vergonha, mas sua família não.
Tia Meirong está mais calma também, a fuga de Jia elimina uma testemunha importante contra ela, agora só falta eliminar Ji Huang e o soldado He Yue Jin, para ficar em paz de novo e soberana naquela mansão.
Quando o sobrinho entrou na sala que estava, tia Meirong escrevia uma carta a algumas pessoas da fazenda de cavalos e quando o sobrinho saiu, ela chamou sua serva mais leal e colocou em suas mãos um dos broches mais caros que tem e uma bolsa com cem moedas de prata. A missão da serva é sair da mansão e ir até a fazenda de cavalos e entregar a carta a certo alguém e para isso, tia Meirong assinou uma autorização de saída e retorno para a serva, que alugaria uma carruagem para a pequena viagem.
Tia Meirong está mais calma, seus planos são sempre bem elaborados e nunca falham, mas começaram a falhar quando Jingfei apareceu, mas ela não está mais ali e então, tia Meirong está tranquila. Tudo vai dar certo, desta vez.
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Atualizado até capítulo 60
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