Capítulo VI: O Passado Sombrio

O ar estava pesado de tensão no galpão, onde Eva encarava Milo com uma mistura de raiva e desgosto. Milo, com um sorriso sarcástico, começou a despejar os venenos do passado.

— Ah, Eva, sempre a perfeita, não é? A queridinha do papai. Você nunca soube como é ser deixado de lado, sempre em sua sombra. Sua fragilidade é quase patética — ele zombou, os olhos cheios de desprezo.

Eva cerrou os punhos, lembrando-se de todas as vezes que cuidou dele, tentando ensinar o certo enquanto ele se afundava em sua própria escuridão.

— Você não sabe nada sobre mim, Milo. E ainda assim, você se atreve a falar assim? Você sempre foi um problema, e eu sempre fui a única que se importou — respondeu Eva, a voz tremendo de raiva contida.

Milo deu um passo à frente, como se quisesse provocá-la ainda mais.

— E o que você fez por isso? Deixou nosso pai ser morto pelas suas ambições? Você o matou, Eva! Você e suas escolhas. E agora, você acha que é a rainha da máfia? — ele gritou, com a voz cheia de ódio.

Mas antes que Milo pudesse continuar seu ataque verbal, um dos capangas de Eva, que estava posicionado do lado de fora, entrou correndo. Com um movimento rápido, ele desferiu uma coronhada em Milo, que caiu no chão, atordoado.

— Isso é pelo que você fez, seu traidor! — gritou o capanga, enquanto Eva se movia para ajudar.

Eva não perdeu tempo. Ela agarrou Milo pelos cabelos e o puxou para cima.

— Você vai me seguir. E vai pagar por tudo que fez — disse ela, a voz fria como o aço.

Com Milo arrastado, Eva saiu do galpão, seus homens a seguindo. O caminho até sua mansão era tenso, mas a determinação de Eva era inabalável. Ela não permitiria que Milo escapasse impune.

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Ao chegarem na mansão, Eva levou Milo para o porão, um lugar escuro e isolado, longe dos olhos curiosos. As paredes estavam manchadas e frias, refletindo a atmosfera sombria que agora cercava os dois.

— Aqui é onde você vai pagar — disse Eva, com uma voz que ecoava com frieza.

Ela amarrou Milo em uma cadeira, olhando diretamente em seus olhos.

— Você não tem ideia do que eu passei por causa de você. De como eu cuidei de você, mesmo quando você se tornou um monstro. E agora, é hora de você sentir o peso de suas ações.

Milo riu, mesmo amarrado.

— Você não pode me intimidar, Eva. Eu sempre fui mais forte. Você é apenas uma menina perdida em um mundo de homens.

Eva se aproximou, seus olhos brilhando com uma mistura de dor e fúria.

— Você pode achar que é forte, mas eu sou a única que tem o poder aqui. E vou fazer de tudo para que você sinta cada gota de dor que causou.

Com isso, Eva começou a aplicar sua própria forma de "justiça", utilizando as técnicas que aprendera com seu pai. Cada golpe, cada insulto que ela jogava em Milo era uma forma de expurgar a dor que ele causara à sua família.

— Lembra da nossa mãe? Da doença que a levou? Você estava lá, e mesmo assim, você se deixou levar pelo ódio. E quando nosso pai precisou de você, você o traiu! Você é o verdadeiro lixo da família! — ela gritou, cada palavra perfurando o coração de Milo.

— E você é a responsável por sua morte! — Milo retrucou, com raiva, mas seu olhar começou a vacilar diante da determinação de Eva.

Eva se aproximou mais, seu rosto perto do dele.

— Não, Milo. Você matou nosso pai. Por luxúria, por poder. Ele confiou em você, e você o traiu. Agora, eu vou garantir que você sinta o que é ser traído.

As horas passaram, e Eva continuou sua tortura emocional e física. Cada ato era uma forma de recuperar o controle que Milo havia tirado dela por tantos anos. Ela estava determinada a fazer Milo pagar por tudo que havia feito, não apenas a ela, mas a toda a família.

Ao final da noite, enquanto Milo estava quebrado e desolado, Eva se afastou um pouco, respirando pesadamente. Ela havia feito o que precisava ser feito, mas a dor da traição ainda ardia em seu coração.

— Eu sou a rainha da máfia agora, Milo. E você nunca mais será uma ameaça. Você vai aprender que todas as ações têm consequências. E eu serei a sua.

Com essas palavras, Eva deixou o porão, sentindo uma mistura de alívio e tristeza, sabendo que ainda havia um longo caminho pela frente para lidar com o que Milo havia se tornado e com a dor que ainda habitava seu próprio coração.