...Paris, França, 1897...
Já haviam se passado quatro anos desde que Afrodite havia entregado a pequena Elysia aos cuidados de Drácula. A cidade de Paris continuava a mesma, suas ruas estreitas e suas construções imponentes, mas dentro daquela casa escondida no Quartier Latin, uma nova vida florescera.
Elysia, agora com sete anos, era uma menina encantadora, com seus cabelos escuros e olhos verdes que pareciam brilhar com uma luz própria. Ela era uma criança alegre e curiosa, sempre pronta para explorar o mundo ao seu redor. Mas, naqueles últimos meses, uma sombra parecia pairar sobre ela.
Drácula observava, com o coração apertado, as mudanças que vinham ocorrendo com sua filha. Ele sabia que, por ser uma metade deusa, metade vampira, Elysia enfrentaria desafios únicos ao longo de sua vida. E agora, aquele momento havia chegado.
Uma noite, enquanto Drácula e Elysia jantavam juntos, a menina subitamente se encolheu em sua cadeira, o rosto contorcido em uma expressão de dor.
- Papai... - ela chamou, sua voz trêmula. - Meus dentes... eles estão doendo.
Drácula se levantou de sua cadeira e se aproximou de Elysia, seus olhos cheios de preocupação. Ele tocou suavemente o rosto da filha, sentindo a pele fria e ligeiramente úmida.
- Deixe-me ver, meu amor - ele pediu, sua voz calma e suave.
Elysia abriu a boca, revelando dois caninos afiados que agora pontilhavam seus lábios rosados. Drácula sentiu seu coração se apertar ao ver aquela evidência da herança vampírica da menina.
- Está tudo bem, Elysia - ele a tranquilizou, acariciando seu cabelo. - Isso é normal. Você está começando a desenvolver suas habilidades de vampira.
A menina o olhou, seus olhos verdes repletos de medo e confusão.
- Mas, papai, eu não quero ser um vampiro - ela disse, a voz trêmula. - Eu quero ser uma menina normal, como as outras.
Drácula a envolveu em um abraço apertado, sentindo a tensão em seu pequeno corpo.
- Eu sei, meu amor, eu sei - ele murmurou. - Mas você é uma criança muito especial, e eu vou estar aqui para te ajudar a lidar com tudo isso.
Elysia se aconchegou nos braços do pai, deixando que algumas lágrimas escapassem de seus olhos. Drácula a embalava suavemente, seu coração apertado ao ver a dor e o medo em sua filha.
Nos dias que se seguiram, Elysia enfrentou novos desafios. Sua sede de sangue aumentava, e ela se sentia cada vez mais assustada e confusa. Drácula, com toda a paciência e carinho, a ajudava a lidar com aquela nova realidade.
Ele a levava para caçar nas florestas ao redor de Paris, ensinando-a a se alimentar sem matar. Elysia aprendia rápido, mas o conflito interno que sentia a atormentava.
- Papai, eu não quero machucar ninguém - ela dizia, suas mãos tremendo. - Eu não quero ser um monstro.
Drácula a acolhia em seus braços, seu olhar repleto de compreensão.
- Você não é um monstro, Elysia - ele a reassegurava. - Você é a minha filha, uma criança maravilhosa. E eu vou ensinar você a usar seus poderes para o bem.
Juntos, eles passavam horas praticando exercícios de controle, aprendendo a canalizar a força e a velocidade vampírica da menina. Elysia, apesar de seu medo inicial, se entregava aos treinos com determinação, ansiosa por dominar suas habilidades.
Drácula observava, orgulhoso, a evolução de sua filha. Ele via como ela se tornava cada vez mais confiante, sua luz interior brilhando com força. Elysia ainda tinha seus momentos de dúvida e insegurança, mas com o apoio constante do pai, ela aprendia a lidar com eles.
Uma noite, enquanto caminhavam pelas ruas escuras de Paris, Elysia agarrou a mão de Drácula, seus olhos brilhando com emoção.
- Papai, eu acho que finalmente entendi - ela disse, sua voz suave. - Eu não sou um monstro. Eu sou especial, diferente das outras crianças, mas isso não me torna ruim.
Drácula sorriu, seu coração se enchendo de orgulho. Ele apertou a mão de Elysia, puxando-a para um abraço apertado.
- Isso mesmo, meu amor - ele sussurrou. - Você é única, e eu te amo exatamente como você é.
Eles continuaram a caminhar pelas ruas iluminadas pelos postes de gás, a névoa da noite os envolvendo em um véu sutil. Drácula observava Elysia, sua pequena filha que enfrentava desafios que ele mesmo havia superado ao longo dos séculos.
Ele sabia que a jornada de Elysia não seria fácil, que ela ainda enfrentaria muitas dificuldades. Mas, com o amor e o apoio de seu pai, ela aprenderia a abraçar sua herança e a se tornar uma pessoa ainda mais extraordinária.
Naquela noite, pai e filha caminhavam lado a lado, suas sombras se fundindo na escuridão da noite parisiense. E Drácula sabia que, enquanto ele tivesse Elysia a seu lado, ele nunca mais se sentiria sozinho.
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Atualizado até capítulo 31
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