...Paris, França, 1893...
A noite caía sobre a cidade de Paris, envolvendo as ruas em uma neblina fria e úmida. O céu estava encoberto por nuvens escuras, e uma chuva leve começava a cair, criando pequenas poças nas calçadas de pedra.
Naquela noite sombria, Afrodite parou diante da pequena casa escondida em uma rua estreita do Quartier Latin. Seu coração batia acelerado, as lembranças do último encontro com Drácula ainda muito vivas em sua memória. Ela segurava a mão de uma garotinha de três anos, de cabelos escuros e olhos verdes, que a olhava com curiosidade.
- Elysia, meu amor, chegamos - disse Afrodite, abaixando-se para ficar na altura da menina. Seus olhos estavam marejados de lágrimas contidas. - Você se lembra do seu papai, não é?
A menina assentiu, seus lábios se curvando em um sorriso tímido. Afrodite respirou fundo, reunindo toda a sua coragem, e bateu à porta. Alguns momentos se passaram até que a porta se abriu, revelando a figura sombria de Drácula.
Ele estava diferente do último encontro. Seu rosto antes frio e distante parecia mais suave, embora ainda houvesse uma sombra de dor e ressentimento em seus olhos escuros. Ao ver a garotinha ao lado de Afrodite, seu olhar se suavizou ainda mais, e um leve sorriso surgiu em seus lábios.
- Elysia... - ele murmurou, a voz rouca e emocionada.
A menina se adiantou, soltando a mão de Afrodite, e correu para os braços do pai. Drácula a envolveu em um abraço apertado, como se tivesse medo de que ela pudesse desaparecer a qualquer momento. Afrodite os observava, os olhos cheios de lágrimas.
- Eu sinto tanto a sua falta - disse Drácula, beijando a testa da filha. - Você está tão grande...
Elysia se afastou um pouco, olhando para o pai com admiração.
- Mamãe me falou muito sobre você - ela disse, sua voz suave e melodiosa. - Ela me disse que você é um homem muito especial.
Drácula olhou para Afrodite, seus olhos brilhando com uma emoção que ela não via há muito tempo.
- Ela é mesmo - ele respondeu, acariciando o rosto da menina. - Venha, vamos entrar. Está frio aqui fora.
Ele segurou a mão de Elysia e a guiou para dentro da casa, Afrodite os seguindo em silêncio. O interior da casa era aconchegante e bem decorado, com móveis antigos e uma lareira acesa, iluminando suavemente o ambiente.
Drácula sentou-se no sofá, puxando Elysia para o seu colo. A menina se aconchegou em seus braços, como se tivesse nascido para estar ali. Afrodite se sentou em uma poltrona próxima, observando a cena com o coração apertado.
- Elysia, eu... - começou Drácula, mas sua voz falhou. Ele respirou fundo e tentou de novo. - Eu sinto muito por não ter aceitado você da última vez. Eu estava... tão magoado e cheio de raiva que não consegui ver o quanto você era importante para mim.
A menina ergueu a cabeça, olhando para o pai com seus grandes olhos verdes.
- Está tudo bem, papai - ela disse, sorrindo. - Eu entendo. Mamãe me disse que você estava muito triste.
Drácula a abraçou novamente, deixando que algumas lágrimas escapassem de seus olhos. Afrodite observava a cena, seu coração se partindo ao ver a dor e o arrependimento em seu amado.
- Eu prometo que dessa vez vou ficar com você, Elysia - Drácula disse, sua voz firme e determinada. - Você é a coisa mais importante na minha vida agora.
A menina sorriu, aconchegando-se ainda mais nos braços do pai. Afrodite sentiu um nó em sua garganta, sabendo que aquele momento não poderia durar para sempre.
Eles ficaram ali, em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro. Drácula afagava os cabelos de Elysia, enquanto a menina brincava com o colar que ele usava. Afrodite os observava, sentindo-se dividida entre a felicidade de vê-los juntos e a tristeza de saber que logo teria que se separar deles.
Quando o relógio na parede começou a bater, anunciando a meia-noite, Afrodite se levantou, limpando as lágrimas que escorriam por seu rosto.
- É hora de ir - ela disse, a voz embargada.
Elysia ergueu a cabeça, seus olhos verdes arregalados.
- Já, mamãe? - ela perguntou, sua voz triste.
Afrodite se aproximou da filha, ajoelhando-se ao seu lado.
- Sim, meu amor - ela respondeu, acariciando o rosto da menina. - Seu pai vai cuidar de você agora.
Drácula também se levantou, segurando Elysia em seus braços. Ele se aproximou de Afrodite, seus olhos brilhando com uma emoção que ela não conseguia decifrar.
- Obrigado - ele disse, sua voz quase um sussurro. - Obrigado por trazer Elysia até mim.
Afrodite assentiu, uma lágrima escorrendo por seu rosto.
- Cuide bem dela, Drácula - ela pediu. - Amo vocês dois.
Ela se aproximou de Elysia, beijando sua testa.
- Adeus, minha querida - ela disse, a voz embargada. - Você sempre será o meu maior tesouro.
Afrodite se virou, caminhando em direção à porta. Drácula a observava, segurando Elysia com força, como se temesse que ela também pudesse desaparecer. Quando Afrodite alcançou a porta, ela olhou para trás, seus olhos cheios de lágrimas.
- Adeus, meu amor - ela sussurrou, antes de sair na noite fria e escura.
Drácula ficou parado, observando a porta se fechar, sua filha aconchegada em seus braços. Ele sabia que aquela seria a última vez que veria Afrodite, e seu coração se partia em milhares de pedaços. Mas agora ele tinha Elysia, e ele faria de tudo para dar a ela o amor e a atenção que não pôde dar a Afrodite.
Naquela noite, a casa de Drácula se encheu de um calor e de uma alegria que ele não sentia há muito tempo. E enquanto a chuva continuava a cair lá fora, ele sabia que seu amor por Afrodite e por sua filha seria eterno.
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Atualizado até capítulo 31
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