Não suporto ficar presa

Quando nós transamos eu achei que minha vida voltaria ao normal, mas estava redondamente enganada, levantei cedo mesmo com uma insuportável dor de cabeça, tomei banho e fui na cozinha preparar um café, Antony era preguiçoso para levantar, mas quando sentia o cheiro do café logo despertava.

Me arrumei com o uniforme branco e fiz o café, quando ele me olhou na cozinha me desanimou de primeira:

__ Por que está com essa roupa? - perguntou ele.

__ Meu uniforme, já que nós nos acertamos, eu vou trabalhar ué - respondi já incomodada por não ter costume de dar explicação de nada para ninguém.

Ele se aproximou de mim e segurou meu queixo falando:

__ Não, você não vai, não aceito que corra riscos, estamos em um período de guerra com os russos e com certeza já sabem de você.

__ Isso é um absurdo, eu fico trancada e você faz o que quer? Agora que teve o que queria ir-me deixar aqui - O acusei sem nem pensar duas vezes, mas seu olhar ficou tenso e ele andou na minha direção a passos duros.

__ Ontem eu falei que casaria com você e hoje acha que vou te esquecer aqui, que tipo de homem acha que eu sou- Para um homem que me sequestrou e trancou nesse apartamento ele está cheio de princípios, pensei.

__ Não banca o ofendido, estou aqui há quase um mês contra a minha vontade - falei com o dedo em riste.

__ Em algum momento abusei de você ou te fiz mal? Não, eu cuidei de você que não tinha ninguém, quer saber de uma coisa, vou sair daqui antes que fale algo que te magoe- fiquei sem reação, pois ele ainda pensava em não me magoar, mas não baixei a guarda não.

__ Desculpas para me deixar aqui né, vai comer alguma puta agora - gritei já com os olhos cheios de lágrimas.

Ele parou um minuto em uma briga interna e respirou fundo, me olhou e se aproximou

__ Olha isso é novo para mim, esse sentimento, você é minha e eu não vou abrir mão de você, não posso te colocar em risco, vamos para a mansão e você fica com as meninas, no hospital o risco é alto, mas vamos dar um jeito, não precisa chorar, eu não vou te prender nem deixar aqui, vou falar com a minha mãe, pois em 6 meses é o casamento do Cesare e podemos casar logo em seguida, eu amo você bambina e vou te fazer feliz, sei que não gosta desobedecer, mas se algo acontecer com você podem matar, pois minha vida acaba. - ele conseguiu me deixar sem palavras e me fazer baixar a guarda.

__ Eu aceito a segurança, mas não posso ficar parada, eu sempre me virei e isso também é novo para mim, mas por hora estamos resolvidos, vamos para a mansão.

Depois do sexo para mim estava tudo diferente, eu estava feliz, radiante, emocionada com tudo e com todos ao meu redor, entramos no carro e fomos até a mansão chegando lá ele me levou até a casa que seria nossa depois do casamento, há um mês minha vida era parada e sem graça, claro que eu amava trabalhar, mas é diferente, ele que não me escute, mas hoje minha vida é muito mais animada.

__ Essa vai ser a nossa casa, nossa ela é imensa, quantos quartos tem? Pelo menos cinco, todos os móveis sob medida, eu nunca nem imaginei morar numa casa assim- eu parecia uma criança olhando tudo ao meu redor.

__ Sim essa casa já foi decorada, pois gosto da minha privacidade, o prédio é para reuniões e assuntos importantes, esconder pessoas ou algo do tipo, mas aqui é minha casa, agora com você vamos ficar aqui, provavelmente meu irmão vai recusar que moremos juntos antes do casamento, mas se você quiser ficar aqui ou lá na mansão e eu fico aqui até a data - instintivamente sem pensar duas vezes pulei em seu pescoço, essa foi a primeira reação que tive ao ver a nossa nova casa, no início era contra minha vontade, mas hoje eu já era parte da família, sentia que as meninas e os seus irmãos me respeitavam e me queriam por perto.

Antony...

Trouxe a Cassandra para conhecer nossa casa queria tirar essa impressão de que abandonaria ela, ela ficou tão empolgada com tudo ao nosso redor fez tantos planos e puxou tantos assuntos que me deu até dor de cabeça, depois que saímos da casa fui até a mansão falar com o Don, ele havia me avisado que queria uma reunião na primeira hora da manhã, entramos na mansão e as meninas estavam na sala conversando me despedir beijei o rosto da minha irmã e fui até a fera.

Bati na porta do escritório e ele me pediu para entrar, Cesare já estava com ele.

__ Antony como está sente temos assuntos importantes a tratar- ele não estava com uma cara de bravo, então sei que não aprontei nada, vamos ver o que ele quer.

__ o que você sabe a respeito sobre o médico da nossa clínica Dr Gilliard- ele perguntou despretensiosamente.

__ na verdade não sei nada, a única vez que realmente me importei com os assuntos de lá foi quando trouxe Cassandra para meu apartamento, mas por que me pergunta?

__ Dr Gilliard é médico na clínica e solicitou uma reunião comigo pedindo informações a respeito da Cassandra ele disse que está com ela há muito tempo e não consegue contato de forma alguma apesar de ter recebido uma mensagem dela avisando a amiga que estaria viajando de férias não é o perfil dela então ele está aflito - fiquei p*** da vida ao saber que o médico quer saber da minha mulher o que ele\, quer eu vou investigar e descobrir.

__ Eu tenho um relatório a respeito deste médico, mas não achei que era nada importante ele foi para o orfanato onde ela viveu com 16 anos e nunca foi adotado, quando a Cassandra ganhou a bolsa para enfermagem ele já Estava cursando medicina, mas estava sempre com ela, deve haver algo por trás dessa história, mas vou ter uma conversa com este médico e também conversar com a Cassandra - falei finalizando o assunto.

__ certo Antony, confio no seu senso de justiça, você já decidiu viver para sempre juntos? Decidiram pelo casamento? Eu vi que ela veio com você, ela vai passar a viver conosco aqui na mansão?

__ sim após o casamento do Cesare, eu e ela iremos casar já estamos acertados e sim passaremos a ficar aqui, imagine que você tem oposição a respeito de dormirmos juntos, então deixarei ela na mansão e ficarei na minha casa- concluí minha fala vendo a cara e o sorriso debochado no rosto dos meus irmãos.

Sair do escritório e fui ao encontro da Cassandra antes de sair.

__ Cassandra o dr Gilliard está preocupado com você e pediu uma reunião comigo\, tem algo que eu devo saber? - eu estava p***\, mas não descontaria nela\, mas conforme o que ela me falasse eu tiraria ele do hospital\, ele ficaria em maus Lençóis\, Não tente roubar minha mulher de mim porque não conseguirá.

__ deve ter preocupação normal, não sei, aliás, faz mais de um mês que não falo com meu amigo, Gilliard foi para o orfanato quando tinha 16 anos eu tinha 10, ele me ajudou muito nesse processo, a única vez que fui ser adotada fiquei com dó de deixá-lo sozinho e rejeitei, ele me orientou Na época, eu lembro como se fosse ontem, ele dizendo que morreria se não ficasse perto de mim que me tinha como uma irmã, quando ganhei a bolsa ele já tinha ganhado para medicina inclusive acho que foi a mesma pessoa que fez a doação, o Gilliard é turco, eu ouvi uma vez ele falando com a diretora, foi abandonado ou traficado, não sei direito, viveu na Itália até ser encontrado e levado para o orfanato, poucas lembranças das nossas conversas do orfanato ele falava em ter sido vítima de tráfico humano, mas como eu achava que era muito triste o assunto não prolongava - ela me respondeu e assenti, beijei sua testa e disse para ela ir com as meninas, que eu iria até o hospital, falei para ela que não se preocupasse, pois não faria nada com ele, vendo seu olhar tenso no rosto queria quis acalmá-la.

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