Ethan Ferrier.
Chego na minha casa e vou direto tomar um banho, coloco um short e desço até a cozinha encontrando Betty enrolada no seu roupão de dormir.
— Acordada ainda senhorita? — Falo abrindo a geladeira.— Ela sorri.
— Adoro quando me chama de senhorita, eu uma velha senhora, chegou tarde hoje. — Ela diz, me dando bronca assim quando eu era criança.
— Perdi a hora como sempre e você não deveria estar dormindo? — Coloco a mão no seu ombro e ela sorri com o meu gesto, percebo o que fiz e retiro a mão.
Ela me olha com carinho às vezes sem eu perceber toco nela, ela era a minha babá e dês de sempre tenho ela na minha vida, antigamente com muitos abraços e beijos, hoje apenas toques sutis como o de agora, sem eu menos perceber, ela sofreu muito pelo que aconteceu comigo e sente falta do meu eu de antes, porém sempre está ao meu lado, depois que saí da casa dos meus pais a mais ou menos sete anos ela veio comigo, ter ela comigo foi a exigência dos meus pais e eu aceitei.
Minha casa é grande e só tem nos dois, uma vez por semana alguém de confiança limpa toda a casa, equipes cuidam do jardim, da piscina, de tudo, ela só faz o almoço e algumas coisas, pois é teimosa demais, não gosto de ninguém diferente aqui e por isso que não tenho uma empregada fixa.
— Vim apenas pegar uma água, já estava voltando para o quarto.— Ela fala enchendo a pequena garrafa.
— Cheguei na área. — Nathan entra pela porta da cozinha falando e quando vê a Betty a abraça por trás dando beijos no seu rosto.
— Você não acha que já está muito tarde para estar andando pela casa com este roupão sexy? Ela bate no seu braço e ele faz cara de safado, esse meu amigo é um idiota.
— Sexy só se for para o meu marido, que Deus o tenha, meu roupão é muito comportado em vista de vocês dois, só com esses shorts com esses corpos sarados desfilando por aí.
— Somos gostosos. — Nathan fala, passando a mão na barriga e eu abaixo a cabeça para não bater nele antes da hora, pego na sua orelha e saio arrastando.
— Boa noite Betty. — Digo. — O Nathan resmunga e eu o solto.
— Beijos Betty. — Ele volta a abraçar, enchendo-a de beijos que a fazem rir.
— Comportem-se meninos. — Nos saímos em direção à academia.
— Você realmente não tem jeito. — Falo.
— O que posso fazer se amo aquela velhinha tanto quanto você? Aliás, você não acha que já está na hora de colocar alguém para ajudá-la aqui na sua casa?
— Sabe que não gosto de ninguém aqui. — Digo, colocando as luvas.
— Ela precisa de companhia Ethan e já está idosa, não aguenta fazer tantas coisas.
Eu sei que ele está certo, mesmo vindo uma equipe toda semana, sei que ela ainda se esforça para fazer coisas que já falei para não fazer.
— Eu sei disso Nathan, você sabe como é, as únicas duas pessoas que coloquei aqui dentro saíram na mesma semana.
— Claro, quem aguenta o demônio que você é, se eu fosse elas jogavam um vaso na sua cabeça na primeira oportunidade.— Ele ri segurando o saco de boxe, não admito, porém, ele tem razão.
— Vou pensar, agora vamos parar de conversar fiada, pois sei que você só está me enrolando. —Ele sorri e começamos os trabalhos entre um soco e outro um copo de bebida, no final exausto deitamos no tatame em silêncio olhando as estrelas através do vidro do teto.
— Bom treino irmão, mas agora tenho que ir, não sou igual a você que acorda com as galinhas, a minha cama é muito gostosa e é difícil sair dela. —Ele se levanta, nos despedimos, ainda fico lá deitado olhando as estrelas.
No dia seguinte, acordo cedo, malho, tomo meu banho e coloco o meu terno, estou na cozinha com Betty quando o meu telefone vibra.
— Sua mãe ou a Annie acertei?— Ela me olha esperando a resposta e eu reviro os olhos.
— Você tem que visitá-los mais vezes meu filho, moramos no mesmo condomínio, eles sentem a sua falta. — Ela leva a xícara de café aos lábios.
— Eu sei Betty, só tenho trabalhado demais e todas às vezes a minha mãe fica falando da Annie e me empurrando para ela, que você tem que casar, não pode viver desse jeito e aquelas coisas todas que já estou cansado de ouvir.
— A Annie é uma boa menina, eu sei que o seu coração não bate por ela, entretanto, quando você encontrar o amor, vai saber. — Ela diz olhando meus olhos.
— Como posso amar alguém assim Betty ? Eu não vou e não quero, chega desse assunto, vou em casa agora, depois para o escritório, não me espere, está bem, posso chegar tarde. — Ela começa a levar as xícaras para a pia.
— Ainda vou te amarrar em casa, precisa descansar, vai ficar doente desse jeito.
— Não se preocupe, já vou. — Pego as minhas chaves, em poucos minutos estou na casa dos meus pais, adentro há mansão luxuosa dos Ferrier encontrando a minha mãe tomando o café da manhã.
— Meu filho, você veio, senta aqui. — Ela bate na cadeira ao seu lado.
— Bom dia mãe. — Me sento, ela me olha, sempre me examinando dos pés à cabeça.
A senhora Alice Ferrier é uma mulher elegante, simpática e sofisticada, ela toca o meu braço e logo retira a mão sabe que não gosto de ser tocado, apesar de ser a minha mãe, o meu trauma não poupou nem os meus pais.
— Como você está? Já tomou café, não te vejo há uma semana, seu filho desnaturado.
— Não exagera mãe, não quero café, já tomei e cadê o pai?
— Estou aqui.— Ele surgi de terno entrando na sala de jantar.
— Aonde vai pai?
— A sua mãe lhe chamou aqui porque pedi, sei que o lançamento está próximo, quero ajudar vocês, a Dione me disse que vocês estão trabalhando demais. — Ele puxa a cadeira e se senta na minha frente.
— Eu né, porque o Nathan não trabalha. — Ele sorri.
— Você e o Nathan estão atarefados, vou ao escritório ajudar vocês.
— Tudo bem, tome o seu café que lhe espero.
— A Annie vai com você ao lançamento? — Minha mãe pergunta e com certeza ela sabe a resposta, não sei por que me pergunta ainda.
— Vai e não foi por minha causa, queria ir sozinho. — Por fim, irritado, pego uma torrada.
— A Annie tem um bom coração filho, gosta de você, não é sacrifício para ela. — Minha mãe diz.
— Para ela não, o sacrifício é meu mãe, por favor, não me venha com a mesma história de sempre, eu não vou namorar e nem casar com ninguém.
— Mas... — Ela se cala quando o meu pai diz.
— Deixe o garoto Alice, ele sabe o que é melhor para ele, talvez um dia ele encontre alguém.
— Esse alguém poderia muito bem ser a Annie. — Ela insiste.
— Pai, te espero no carro. — Me levanto e saio o esperando no carro, não demora muito ele entra.
— Desculpe a sua mãe filho, ela só quer te ver feliz.— Diz colocando o cinto.
— Eu sei pai, mas não consigo me relacionar com ninguém des daquilo e essas cobranças me irritam profundamente.
— A culpa foi minha que não soube te proteger filho, eu peço perdão por isso todos os dias. — Ele diz com um olhar triste.
— A culpa não é sua pai, não se machuque mas ok, eu estou aqui é isso que importa não fique assim.
Coloco a mão no seu braço tentando de alguma maneira o conformar, ele não é o culpado, o culpado foi quem armou tudo aquilo e ainda vou descobrir quem foi o mandante nem que seja a última coisa que eu faça nesta terra.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 117
Comments
Thaliaa Vieira
Se ela quisesse ele feliz não ficaria empurrando ele pra essa Anny, mesmo ele não querendo!
2025-04-03
0
Thaliaa Vieira
E mesmo se não for com ela, tem que ficar feliz por ele, estar com alguém que faça ele feliz!
2025-04-03
0
marciamattos mattos
eu acho que ele foi sequestrado torturado e por isso ele não deixa ninguém tocar nele
2025-03-16
0