• Thanks?

...☼︎Lian☼︎...

O encontro que tive com Max e Mihian foi bom, deu para entender bastante do que houve nesses últimos dois anos fora do país. Saudades do pequeno Alli também, ele cresceu tanto. Estranho pensar que agora Mihian largou parcialmente a sua vida como assassina e espiã para ficar com a família, seu marido e filho, é algo que não me acostumei ainda. Casou-se ainda com um detetive, foi golpe baixo arriscar tudo dessa forma. Mas se Mihian achou alguém que a amou de verdade, não me importo de encarar Kasem mais vezes, não posso evita-lo sempre que vê-lo.

Após voltar para casa, combinei um novo roubo com o Yan. Outro que acabou de voltar de viagem com o namorado, queria aproveitar o tempo que ficará por aqui e então decidi armar com ele mais um dos nossos crimes. Dias antes já analisei e planejei tudo, era para ser apenas eu fazendo isso, mas agora, Yan também vai participar. Para mim, é uma diversão e adrenalina surreal! Antes e depois, eu sinto a mesma sensação. Mesmo que sinta o meu coração acelerar ao ver o que estou fazendo. As sirenes da polícia, os tiros, a perseguição, é uma sensação que faz o meu corpo arrepiar e anseio para sentir mais. As vezes é estranho pensar que a polícia local de Nova York é tão fraca para não ter me pegado até agora, já participei de tantos roubos e ainda estou a solta há muito tempo. Ao menos esses policiais fazem alguma coisa? É irônico dizer isso. Mas é um fato, afinal, mesmo que ocorra os crimes, ninguém nunca é pego. Ao menos, eu não fui ainda e espero que isso se mantenha assim mesmo. Esperei que anoitecesse e, por volta das duas da madrugada, atacamos o banco. Um dos bancos mais importantes da cidade, claramente havia dinheiro de sobra guardado no cofre, suficiente para várias cidades. Talvez seja exagero dizer algo assim, mas penso que é assim. Seria um pouco impossível de levarmos tudo, mas pelo menos a metade queríamos levar. Yan fez questão de arrombar a porta do banco com alguns explosivos. A diversão só estava começando para nós dois.

Claro que não deixamos de dar um jeito de nos livrar das câmeras de segurança, não é a toa que tenho certas habilidades para fazer isso e nunca fui pego no flagra. As coisas ocorreram bem, até certo ponto, porque não sei como, os alarmes do banco foram acionados e um alerta foi feito de que as viaturas de polícia estava vindo ao local. O desespero tomou conta de nós dois, porque não deu para fazer muita coisa e os policiais logo chegariam. Acabou que tive que chamar mais duas pessoas para ajudar a levar o dinheiro roubado, e claro, fugir da cena do crime. Ajudei o Yan a levar tudo para os carros o mais rápido possível, quando estava para levar mais alguns sacos de dinheiro, uma viatura chegou ao local. Quando o policial saiu do carro, percebi ser o mesmo que eu havia salvado na noite anterior, mas Zyan não me reconheceu devido à máscara que eu usava para encobrir o meu rosto e não ser reconhecido. Se soubesse que eu era um criminoso e o salvei, o que será que aconteceria? Ele seria capaz de me delatar e prender ou deixaria as coisas ocultas entre nós dois? É uma pergunta sem resposta por enquanto, mas encontrá-lo outra vez, não foi nada mal. Eu encarei-o enquanto o mesmo apontava uma arma para mim, fiz questão de guardar o resto do dinheiro dentro no carro e dar um breve aceno para ele antes de fugir da cena, foi inacreditável que Zyan não atirou em mim ou tentou me render, foi estranho aquele encontro, mas nada mal. Se houver uma próxima vez, espero que ele me agradeça por salvar a vida dele antes, e antes que toda a verdade seja descoberta.

Foi mais um crime perfeito! E no dia seguinte, as notícias sobre o crime foram noticiadas como uma exclusividade:

"Banco de Nova York é invadido na madrugada de ontem por dois criminosos! A dupla arrombou as portas da frente com explosivos e levaram cerca de um milhão de dólares. Nas imagens, mostram os criminosos levando o dinheiro para fora com a ajuda de mais dois companheiros. Nenhum criminoso foi identificado e a polícia local iniciou as investigações hoje pela manhã. Para mais notícias..."

Após ouvir sobre o que fiz na noite passada, desliguei a televisão. O resto não me importava, de toda forma, o que me importava mesmo, era encontrar aquele policial outra vez. Nem que seja necessário eu entrar na toca do leão.

Seguir o caminho errado, nem sempre foi uma opção para mim, mas a adrenalina de fazer isso supera as minhas expectativas! Não posso deixar de gostar dessas sensações, sabendo os meus próprios limites e até onde posso chegar com a minha ousadia e coragem. Mesmo que haja pistas ou rastros sobre mim nos locais dos crimes, não são o suficiente para me pegarem e isso deixa esse jogo ainda mais divertido.

E com uma ajudinha de um amigo, consegui saber exatamente em qual delegacia Zyan trabalha. Além de outras coisas sobre ele, como: onde mora, a sua idade, nacionalidade e departamento. Até que namorar um mafioso não é tão ruim assim para o Kiyoki, ajuda quando é preciso, mas é arriscado ainda assim.

Com essas informações, eu fui atrás do Zyan. Talvez achasse estranho, mas se me perguntar como descobri onde ele trabalha, posso apenas mascarar que vi sobre isso no uniforme dele, na noite que passou na minha casa. Obviamente, é uma mentira, nem mesmo reparei se no seu uniforme havia esse tipo de informação.

Delegacia Local da cidade de Nova York, que loucura. Estranho entrar em local assim sendo um fugitivo e procurado.

— Com licença, por acaso há um policial chamado Zyan Ackermin aqui?

Eu disse isso logo quando entrei, havia um policial uniformizado na entrada e carregando consigo uma caixa de papelão. Na lateral dizia: "provas do caso 61", atém de um alerta de "cuidado frágil".

— Há, sim! Zyan está lá dentro, posso te mostrar o local. Você é…

Aquele policial parecia gentil e não neguei a sua ajuda, era o que eu precisava agora.

— Me chamo Lian, prazer.

Me apresentei de forma serena, nem imaginava que na frente dele estaria um fugitivo que tanto procuram.

— Você é Haru Lennox, estou certo?

Disse ao olhar no uniforme do policial. Outro estrangeiro na polícia, incrível como o inglês dele é tão bom como se fosse realmente nativo. Assim como o Zyan.

— Sim, sim. Prazer em conhecê-lo!

Haru respondeu com um sorriso amigável, bem ao contrário de Zyan, nem vi um sorriso esboçar do seu rosto e talvez, nem veja. A sua forma séria deve ser só a sua maneira de proteção, pressinto que seja isso, pois, no fundo, é mais frágil do que posso imaginar.

Haru deixou aquela enorme caixa com outro policial e me levou até Zyan, o mesmo estava conversando com outro policial e logo de cara, não gostei de vê-lo.

— Zyan, alguém quer falar com você.

Haru o avisou e quando ele olhou para mim, estreitou os olhos em confusão.

— O que está fazendo aqui?

A mesma expressão de antes, é tão sério que pode chegar a ser estressante até para mim.

— Podemos conversar a sós?

Proferi com um sorriso no rosto, brevemente olhando para o cara ao seu lado. No uniforme dizia o seu nome, Dylan. Até mesmo esse nome não me agrada e acredito que será assim as outras vezes que eu o encontrar por acaso em alguma cena de crime, ou na delegacia. Percebo a maneira que esse idiota olha para Zyan, é irritante.

— Eu já vou indo então. Preciso resolver uns assuntos com o Sr.Collins.

Dylan olhou brevemente para mim e se despediu de Haru e Zyan. Haru também não demorou a sair do local, ficando apenas nós dois. E Zyan antes de mais nada, me arrastou a uma sala, suponho ser o departamento onde trabalha.

— Qual é a surpresa?

— O que pensa que está fazendo? Como me encontrou?

Duas perguntas de uma vez, é tão ansioso assim por respostas. Como pude ficar encantado por um policial que age dessa forma? Algo que já é proibido e fora da realidade.

— Primeiro: consegui a sua localização pelo que estava escrito no seu uniforme.

Menti e antes de continuar a falar, sentei numa cadeira.

— Segundo: não acha que deve me agradecer por salvar você aquele dia? Se eu não tivesse o levado para a minha casa, teria perdido sangue o bastante para o levar a morte.

Nada de enrolar, eu só fui direto ao ponto. Mas a expressão de Zyan parecia ter se fechado mais comigo, ficou tão irritado com o que eu disse a ele.

— Isso já é demais. Não acredito que tenha vindo até aqui por algo simplório como isto.

Zyan levou uma mão a cabeça, fechando o punho com irritação. Qual era o motivo da raiva agora? É tão estressado com tudo.

— Pelo que sei, "obrigado" e "desculpa" é o básico da etiqueta. Nunca ouviu falar disso? Ou você simplesmente não aprendeu sobre? Ao menos seja educado com quem te salvou.

Eu vi perfeitamente bem como as minhas palavras podiam o afetar. Essa maneira estressada dele é o que pode me irritar, mesmo com um sorriso forçado no meu rosto, mal consigo conter a minha indignação como ele age indiferente. Algum dia, será que vou ser capaz de vê-lo sorrir e parar de ser tão fechado? Esse lado dele não é agradável.

— Obrigado? Se eu disser, vai embora?

Zyan ergueu uma sobrancelha, ainda de cara fechada comigo.

— Talvez.

Disse isso só para ver como reagiria, e como esperado, a irritação tornou-se quase palpável ao meu ver. Quase me fez rir com esse jeito estressado, mas nada com que a convivência não faça as coisas mudarem.

— Brincadeira. Se disser obrigado para mim por ter te salvado, eu vou embora. Mas não pense que isso vai fazer eu parar de perturba-lo.

Quando disse isso, Zyan bufou em afirmação. Parecia que reunia coragem o suficiente para que aquelas palavras saíssem da sua boca, porque algo tão fácil e comum dizer a alguém se tornou algo complicado ao ver dele?

— Obrigado por ter me salvado aquela noite.

Zyan cruzou os braços sob o peito e desviou o olhar para outro lado ao dizer aquelas palavras. Até parecia que eu estava dando ordens a ele! Ele tinha levemente a maneira que uma criança agiria numa situação como aquela. E um sorriso estampou-se no meu rosto quando finalmente disse a mim aquelas palavras, não sei a dificuldade que via para dizer isso a alguém, mas simplesmente foi.

— Não foi difícil né?

Só falei para descontrair, o clima já não estava ficando muito agradável. Zyan me olhava com irritação e sem motivos aparentes, talvez seja de natureza que seja assim com todos, ou é só comigo?

Ele não disse mais nada e apenas apontou em direção a porta, claramente me pedindo para ir embora dali. Não é um dos locais que gosto, é como se eu tivesse entrado no covil de uma cobra sem medo de ser mordido! E isso felizmente não aconteceu. Ninguém naquele lugar sabia como era o meu rosto, não suspeitavam que eu era procurado. Na situação atual, aproveitar dessa forma era arriscado, mas gosto de como posso me arriscar e ainda sair do fogo sem queimaduras, não é nada mal.

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