• Back to town

Zyan é o tipo de policial que parece ser todo correto, mas tem o seu lado sombrio. Aparentemente é um cara legal, mas poxa, escolheu logo essa profissão para seguir. E acabou que eu, como um fugitivo da polícia, fiquei encantado apenas de vê-lo pela primeira vez. E espero que não seja a última. Poderíamos ter algo, amizade talvez, ou algo mais. Deixei esses pensamentos idiotas se dissiparem com o tempo, mas não foi tão eficiente para esquecer Zyan.

Ele ficou na minha casa até o dia seguinte, de manhã, mesmo com dor, foi embora. Pouco antes de eu acordar, ele já não estava mais no meu quarto. Nem pensei muito sobre isso, o trabalho o aguardava, mas não sei se conseguiria fazer algo na delegacia ou nas ruas estando ferido daquela forma. Pouco me importa o que acontece com ele, é problema dele agora.

O dia passou rápido demais, não havia tantas coisas para fazer, é puro tédio então.

Durante a tarde me encontrei com dois amigos que haviam voltado de viagem, estavam de volta a Nova York. Fazia dois anos desde que Max e Mihian foram morar em Bangkok, senti falta até do pequeno Alli. Sei que esse afastamento do país aconteceu por causa da morte do namorado do Max, o machucou demais, mas espero que ele já esteja melhor e tenha esquecido o que teve com Alisson no passado. Não tive a oportunidade de conhecê-lo, mas imagino que era um cara legal.

Assim que cheguei ao local que marcamos, vi eles conversando e quando Alli me viu se aproximando, correu até mim e me abraçou forte.

— Tio Lian!

Alli falou com um enorme sorriso no rosto, se afastando brevemente de mim para ir até a sua mãe. Max e ela aproximaram-se e me cumprimentaram.

— Vejo que está melhor, Max. Superou bem a morte do seu namorado.

Dito isso, coloquei as mãos no bolso do casaco e olhei para baixo, encontrando os olhos de Alli. Me abaixei até a sua altura e lhe entreguei um doce. Coloquei as mãos novamente dentro do bolso do casaco e esperei dizerem algo.

— Não esqueci completamente dele, machuca pensar nisso.

Ele suspirou. Era claro que quando citei do Alisson, ele lembrou dos momentos que passou com aquele garoto. Antes mesmo que Max continuasse a falar, Alli tomou a frente.

— Tio Max já tem namorado.

Alli falou com um sorriso genuíno, não parecia ser uma brincadeira dele. Ele não é o tipo de criança que mente para os outros assim, eu o conheço bem. Mihian, então, pegou o seu filho no colo e entre-olhou para mim e Max.

— Desde quando você tem namorado? Você mesmo acabou de dizer que ainda não esqueceu sobre a morte do Alisson…

Questionei a ele, intrigado com essa revelação. Mas que sentido isso faz? Nem mesmo esqueceu a morte do seu namorado há dois anos e agora essa história de namorado, mas o que há com ele?

Max me olhou seriamente e proferiu:

— O fato de eu não esquecer sobre o Ali não quer dizer que não posso me apaixonar por outro. Ele fez parte da minha vida, e agora que se foi, preciso seguir como era antes. Foi isso que me disse antes de morrer.

Eu estreitei os olhos, ainda não acreditando. Mas é a sua vida, então dane-se o que acaba fazendo. E já era hora de seguir em frente, mesmo que esse garoto invada os seus pensamentos, não pode invadir a sua vida novamente.

— Quem é esse cara?

— Juan Romero.

Mihian respondeu por Max, mesmo que hesitante, ela acabou falando.

Ao escutar esse nome, lembrei imediatamente quem era. Outra vez me surpreendeu. Mordi o lábio para conter que um sorriso escapasse dos meus lábios involuntariamente.

— O ex do Kiyoki, sério? Desde quando você namora ele?

— Quase um ano, suponho.

Max respondeu, tentando lembrar o tempo exato. Mas Mihian fez isso por ele e disse:

— Já fazem um ano e dois meses.

A medida que essa conversa avançava, mas eu ficava intrigado como as coisas se desenrolaram. Realmente, eu não esperava que Max ficaria com esse cara, mas se gostam, não importa.

— Titio Romero é legal comigo. No meu aniversário, ele me deu celular!

Alli contou sorridente, terminando de comer o doce que dei a ele.

— Celular não é para criança, Alli.

Avise-o. O mesmo fez beicinho, como se estivesse emborrado pelo que disse a ele.

— Eu já falei sobre isso para ele.

Mihian contou, sorrindo de canto ao falar.

— Pelo que sei, Juan é da Argentina. Onde se conheceram?

— Através do próprio Kiyoki.

Mihian revirou os olhos, mas não chateada com isso. Não sei bem o que pensava disso, mas isso era incomum. Porque o próprio Kiyoki entregaria de bandeja o seu namorado para outro? Ainda mais Max, eles são amigos. Não seriam capazes de "dividir" Juan, ou seriam?

— E caso pergunte, na época, os dois haviam terminado. Kiyoki voltou para o Japão e ficou por lá, mas acredito que voltou para cá um pouco antes de nós. E ele já tem namorado, quer dizer, namorados.

Quando Mihian disse isso, dei um suspiro aliviado. Eu tinha realmente pensado que Juan havia traído Kiyoki com o Max, mas ainda bem que não foi assim. E raciocinando bem, escutei claramente quando Mihian ressaltou que Kiyoki já namorava e usou a palavra namorado no plural.

— Quer dizer que…

Antes que eu terminasse de falar, Max interrompeu.

— Sei o que vai dizer e já adianto que sim, Kiyoki tem mais de um namorado. Um deles ex-membro da Yakuza, para ficar pior.

Fiquei boquiaberto com o que ouvi. Como um idiota como o Kiyoki acabou se envolvendo com um cara da máfia japonesa? Nada havia sentido, e a minha cabeça ficou com mil questionamentos e possivelmente, a maioria sem respostas. Pode ter certeza que quando encontra-lo novamente, vou perguntar melhor sobre isso, com Max e Mihian não há tanto o que descobrir. Como se falassem para mim algo relevante, né.

Acabou que esse encontro foi melhor que imaginava, soube cada detalhe e acontecimento nos últimos dois anos. Além do namoro do Max e Kiyoki, havia mais que isso. Há tantas perguntas sem respostas, a minha animação ultrapassa qualquer outro sentimento no momento.

Soube que Mihian continuou o namoro com o pai do Alli, o detetive de araque chamado Kasem. Não vou muito com a cara dele, desde do momento que o vi pela primeira vez, mas também não posso causar desconfianças a tal ponto. Afinal, ele é um detetive. E mesmo que tenhamos contato direto, ele nem imagina quem sou eu de verdade. Também descobri que a terceira envolvida com Kiyoki era o Yamura. Até onde eu sabia dessa história maluca era que Yamura deixou o país pouco meses antes da morte do Alisson e ficou no Japão por quase um ano, mas ainda assim, mantendo contato com todos. Talvez nessa viajem ao seu país de origem, se envolveu com quem não devia. No caso, Kiyoki e o ex-membro da Yakuza, Takashi.

A minha vida foi a única que não teve tantas emoções como as dos outros, simplesmente só mantive a minha rotina e continuando a fazer o que é ilegal, mesmo sendo procurado, não são capazes de me acharem na cidade. Tudo ficaria divertido se me envolvesse com aquele policial chamado Zyan, o qual conheci na noite anterior. Posso imaginar coisas tão excitantes ao lado dele e o seu corpo não sai da minha cabeça, assim como qualquer coisa relacionada a ele. Esse maldito policial invadiu minha vida primeiro e agora não vou deixar isso impune.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!