Capítulo 2

Os olhos de Audry se fecharam lentamente até jamais se abrirem novamente, pois sua vida naquele momento tinha terminado, de uma maneira dolorosa e triste, já que se cegou demais por aquele amor que lhe prometeu mil coisas, até que acabou com ela. A garota, em seu último suspiro, pediu... Não!... implorou... para que a vida ou o destino lhe desse uma chance de ser feliz.

2020, EUA, FILADÉLFIA...

Tudo estava em silêncio, eu não conseguia ouvir nada, até que de repente, ao longe, alguém me chamava, mas era um nome diferente... Quem é essa moça?... disse para mim mesma, até que senti... alguém me tocar bruscamente...

-Aylen... Aylen...

diz uma voz rouca mas bastante atraente, abri meus olhos lentamente, até notar que alguém estava parado ao lado do que parecia ser minha cama, mas ao ver melhor, pude observar que estava em um lugar totalmente estranho, o que me fez pular assustada, fazendo com que o homem de voz bonita me olhasse um pouco confuso.

-Menina... você poderia... se trocar e descer para tomar café... odeio ter que vir te acordar sempre que você fica dormindo...

Ouço ele dizer em um tom irritado, enquanto me dá as costas, caminhando até o que parecia ser uma porta, onde o vejo desaparecer. Assim, levanto da cama até o espelho mais próximo e Wow!... no espelho, eu podia ver uma garota de uns dezessete anos, muito bonita, uns olhos verdes tão lindos e... Espera!... essa garota bonita sou eu... Que diabos aconteceu comigo!... grito, assustada, ao que vejo uma senhora mais velha entrar no quarto, acompanhada de um bebê.

-Você poderia fazer silêncio... Menina... não vê que o mestre está tomando café da manhã e o pequeno mestre está dormindo...

Escuto a anciã dizer, que me olha com um sorriso, aproximando-se.

-Eu... eu... Onde estou?... - digo com minha voz trêmula.

-Você está na casa do seu noivo... O mestre Lin... - ela para ao ouvir a voz daquele homem falando lá de baixo.

-Senhora Susan... O que aconteceu?... - ele grita do primeiro andar.

A senhora me olha um pouco confusa enquanto eu lhe digo.

-Eu... não sei quem sou - sussurro baixinho... não me lembro de nada... - vejo-a nervosa.

Digo para ela me ajudar, pois a verdade é que não sei em que lugar me encontro.

-Não é nada, mestre, em um momento desço com o jovem mestre e a senhora...

Diz ela, colocando o bebê na cama, mas então para, como se lembrasse de algo, então o volta a segurar, ao que eu a interrompo.

-Deixe-o aí... não me incomoda - digo, observando sua expressão de surpresa.

A senhora assente, me leva até uma cadeira onde me sento, e começa a perguntar até onde me lembro, ao que respondo que não me lembro de nada... nem do meu nome, nada... a senhora solta um suspiro, ao que me conta o pouco que sabe sobre mim e como eu supostamente agia, ao ouvi-la, me surpreendo, pois ela disse que eu era uma garota muito desastrada, que sempre causava problemas e que era muito rude com o senhor e, sobretudo, com o bebê, mas que ela própria não sabia muito sobre isso.

-Obrigada, por ser honesta e me dizer verdadeiramente como eu era... - dou-lhe um sorriso de lado enquanto me vejo no espelho.

-Senhora... se você realmente perdeu a memória... seria melhor que... agisse como se isso não tivesse acontecido... e ver quem...

É interrompida pelo choro do bebê, que ela pega imediatamente. Levanto-me, pois enquanto ela me contava tudo o que sabia sobre mim, me ajudou a escolher uma roupa um pouco decente, pois no armário havia roupas muito estranhas, assim como me auxiliar a pentear. Peguei a bolsa ou o que fosse aquilo pesado para sair do quarto, seguindo a senhora, observando as paredes que tinham decorações estranhas para mim, até chegarmos a uma escadaria, onde tínhamos que descer. Essas não eram tão longas quanto as da mansão do meu pai... fiquei parada no último degrau pensando no meu pai... o que será dele?... sem perceber, fiquei olhando para um ponto no nada, até que alguém me fala, fazendo-me girar a cabeça para ver um homem alto, de corpo bem trabalhado, assim como muito bem vestido. Fiquei olhando para ele, tentando saber quem era, mas não conseguia.

-Aylen... Você quer que eu te leve à escola ou prefere que o motorista te leve?

Pergunta, olhando-me com uma expressão séria.

-Desculpa... - ele ri - sou um idiota... tinha esquecido que você me despreza... e que te enoja ir no mesmo carro que eu...

Ouço ele dizer com um tom de voz dolorido, por isso abro meus olhos bem grandes, para pigarrear um pouco e responder-lhe.

-Senhor, eu ficaria agradecida... Se você me levasse à escola...

Digo, baixando minha cabeça, para olhar de relance os empregados que estavam ali, que me olharam surpresos. Levanto meu rosto, observando-o perplexo, para se recompor e dizer.

-Está bem... tome seu café da manhã... eu te espero...

Vejo-o como se vai para um quarto fora da cozinha, onde se trancou, enquanto a senhora que segurava o bebê se aproximou muito contente.

-Muito bem, senhora... continue assim... - ela me pisca o olho - vem, você tem que tomar café...

Ordena, para eu seguir até a sala de jantar, onde ainda estava servido o café da manhã do que parecia ser aquele jovem ou senhor. Olho por um segundo, mas algo me faz lembrar as palavras do meu pai...

Lembrança...

-Audry... nunca deixe o café da manhã assim... - ouço dizer o senhor que me olha com uma cara séria.

-Não estou com fome, pai... - respondo.

-Mesmo que não tenha fome... coma alguma coisa... pois você nunca deve ficar com o estômago vazio... isso pode te custar caro com o tempo...

Diz ele, com seriedade, então obedeci, e desde esse momento nunca mais deixei meu café da manhã sem comer na mesa...

FIM DA LEMBRANÇA...

Viрo-me para ver a senhora e as criadas que estavam ali.

-Senhora... poderia me esperar aqui?

Digo para caminhar até o quarto, onde bato na porta, esperando alguma resposta, mas não recebo nada, então com perdão aos modos que meu pai me ensinou, entrei sem permissão e observei como ele estava olhando para uma... uma coisa que não sei o que era... mas dava para ver que emitia luz.

-Com licença, Senhor... - falo.

Mas ele não responde, então coloco minhas mãos na cintura, que se sentia desconfortável com aquelas "Calças apertadas" que a senhora do bebê disse que se chamavam, me aproximo com passos decididos, seguro a cadeira onde ele estava sentado, fazendo com que se virasse me olhando nos olhos.

-A que horas você entrou?

Pergunta irritado, ao que respondo.

-Entrei quando, muito delicadamente, bati várias vezes na porta e falei por vários minutos... - o olho seriamente.

-E agora, o que você quer, Aylen...? Já fez algum escândalo...?

-Não... nada disso... O que fez escândalo foi outro, então, meu estimado senhor... seria tão amável em me acompanhar até a sala de jantar... e tomar café devidamente...

Digo irritada, enquanto ele me olha, tão atentamente, sem perceber que estava muito perto do seu rosto.

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