Capítulo 4

Alessia estava cansada daqueles vestidos, não podia nem se sentar, se caísse no sofá, ele levantava...

-A esse passo, vão até ver as minhas ideias-

Embora a roupa interior fosse uma calça comprida, se o vestido levantasse e fosse vista, seria considerada uma descarada por mostrar a roupa interior. Ir ao banheiro era uma odisseia, principalmente se fosse um baile, os vestidos eram ainda maiores... algumas senhoritas faziam isso junto com suas damas de companhia, que levantavam o vestido e ajudavam na limpeza. Isso não era para ela, então lhe ocorreu trocar de roupa, era um clichê de romances, mas isso já era urgente. O problema seria o Marquês... não acredito que ele a deixaria se livrar de tudo e comprar novos...

-Vou vendê-los e com o que ganhar mando fazer alguns-

Não vou permitir que fiquem metendo a mão, coitadas das mulheres, então ela foi ao escritório do Marquês, encontrou-o dormindo sobre a escrivaninha, rodeado de uma grande papelada, enormes pilhas de papéis... O que há com este homem? Parece que não trabalha?

Ela começou a lê-los, entendeu tudo, afinal estudou economia e contabilidade pela internet, era comerciante, devia saber de tudo. Qualquer um poderia tirar vantagem dela e ela não pretendia permitir.

Passou os papéis que pôde para a mesa que ficava em frente à escrivaninha e sentou-se no sofá. Claro que o vestido levantou.

-Vestido estúpido com suas armações estúpidas e eu, estúpida, usando isso..-

Depois que ela terminou de amaldiçoar o vestido, começou a fazer todo o trabalho. À tarde, o Marquês ouviu vozes e acordou assustado, à noite o pequeno Fabio teve pesadelos, então ela cuidou dele a noite toda... ele estava muito cansado.

Ele se virou e viu sua filha Alessia dando ordens.

-Pai, que bom que você acordou, preciso que assine isso para enviá-los imediatamente.

Carlo, o assistente do Marquês, entrou no escritório.

-Carlo, preciso que envie isto pelo correio e isto que envie para a repartição de impostos. O que meu pai está para assinar, você envia para este endereço.

-Sim senhora.

-Bem... Pai, aviso que fiz corte de pessoal, não eram necessárias tantas pessoas, troquei os professores de Amadeo e Francis, deixei apenas os necessários, meus professores foram todos demitidos, vêm de vez em quando e o que eles ensinam eu já sei, só deixei o de história, esse ainda me serve, contratei uma nova babá para Fabio porque a que está aqui não faz nada, está sempre descansando... vou ter aulas de equitação com Francis, é mais barato dois por um...

O Marquês apenas olhou para ela surpreso enquanto ela estendia a mão.

-Trabalhos oficiais, cinco de ouro.

O Marquês, até Carlo, procuraram nos bolsos para pagá-la... o Marquês deu-lhe o dinheiro... quando ela estava para sair, ela se virou e disse:

-Carlo, já mandei arranjar e pintar as casas que ficam perto daqui, estavam se deteriorando, então... Se você quiser, traga sua família, é mais fácil eles estarem por perto e você não ter que ir e voltar. Diga à sua esposa para escolher a cor que ela quiser, tem várias cores no depósito.

-Sim senhora, obrigado.

-Bem, estou indo. Disse Alessia saindo do local.

-Quando foi que...?

-Parece que ela já está crescendo, senhor.

-Acho que quando ela fala, ela não respira. Disse o Marquês, referindo-se ao fato de sua filha ultimamente falar sem parar.

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