Ezio Bianco, um homem de poucas palavras. Sério e avesso a moças oportunistas, segundo ele, só interessadas no título de Duquesa. Raramente se permitia convidar alguma dama para sair. Nesta ocasião, pensou que o Marquês acompanharia a filha, pois ela já havia recusado pedidos de casamento. Acreditou que o homem não a usaria como moeda de troca, mas, ao saber que a Srta. viria sozinha, irritou-se. Lá estava outra, tentando se tornar Duquesa! Conhecia a fama da moça como hábil comerciante... Sua ambição era evidente.
Ao vê-la descendo, concluiu que se tratava de uma desavergonhada tentando seduzi-lo, mas não cairia na dela, embora fosse linda. Por onde se olhasse, era uma mulher exuberante... Corpo belo, belo até demais, pensou quando ela parou à sua frente. E o rosto, belíssimo...
— Duque Bianco... Alessia De Santis, um prazer. Lamento a ausência de meu pai. Como sabe, tenho um irmão mais novo, muito apegado a ele. O menino passou mal, e meu pai preferiu ficar em casa.
— S... Sim... Não se preocupe... Permita-me. — Ofereceu-lhe o braço para acompanhá-la.
— Obrigada, mas estou bem. Posso andar sozinha. — Disse Alessia, caminhando à sua frente.
Os olhos de Ezio seguiram a silhueta e algo mais daquela mulher. Permaneceu hipnotizado, até o mordomo pigarrear, despertando-o do transe para que pudesse acompanhá-la.
Contrariando suas expectativas, Alessia era culta e dominava os assuntos abordados. Falava apenas de negócios. Cada vez que tentava mudar o tema, ela o trazia de volta.
— Seu vestido é... Diferente.
— Mandei fazê-lo assim. Tecido em excesso atrapalha os movimentos, e não gosto de tropeçar. Provoca más interpretações.
— Bem, se está confortável... É o que importa. E é muito bonito.
— Se gostou, está à venda.
— Como?
— Se tem alguma amante ou amiga... Seria um belo presente. É único, garanto. Feito à mão com seda fina, por uma artesã. Foi usado apenas uma vez, e ninguém o viu. Um presente e tanto. Podemos negociar o preço, ou trocá-lo pelo belo quadro na sua entrada e uma garrafa deste vinho. É simplesmente exquisito.
Ezio ficou pensativo. O que havia acabado de acontecer? Estava prestes a comprar um vestido e nem sequer sabia para quem daria. Aquela mulher... Poderia vender areia no deserto!
— Não é necessário. Se quiser, dou-lhe o quadro e a garrafa, pois...
— Não, Duque. Não aceito nada de graça.
— Bem, posso aceitar o vestido, mas teria que me entregar agora. O que me garante que não irá embora sem me entregar?
— Ora, Duque... Gosto de como o senhor pensa em negócios.
O Duque sorriu. Havia ganhado muito mais do que um vestido. Pediu ao mordomo que trouxesse o quadro e a garrafa de vinho. Alessia se levantou e dirigiu-se ao banheiro. Ezio estava a ponto de explodir, imaginando aquela beleza sem roupa. Mas, contrariando suas expectativas, Alessia saiu com um vestido preto colado, ainda mais justo que o anterior. Parecia tê-lo tirado da bolsa. Mulher prevenida... O Duque só piscava, incrédulo. Ela deixou o vestido na cadeira, pegou o quadro e o vinho.
— Um prazer fazer negócios com o senhor, Duque. — E retirou-se.
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Atualizado até capítulo 48
Comments
Ezanira Rodrigues
Não sei vocês, mas a mulher em si, carrega o mundo dentro da bolsa.
2025-03-27
4
Cristiane de Oliveira
Essa daí é previnida pra tudo...kkkkk
2025-02-18
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Lucilia Rodriguis
ela ende geladeira para pinguim kkkkk
2025-02-17
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